Hábitos são extremamente importantes em nossas vidas. No entanto, a grande questão é que nem sempre sabemos identificar quais deles nos fazem bem ou mal. Desse modo, entramos na seguinte discussão: será que hábitos e vícios são a mesma coisa?
Não, e uma forma de diferenciar isso é que qualquer hábito pode se tornar um vício, pois, a partir do momento em que uma determinada atitude é feita de maneira repetida e lhe traz algum malefício, essa atitude já pode ser considerada um vício.
Do ponto de vista da Neurociência e de outras formas de estudo da mente e do cérebro, é rigorosamente notável e comprovado que o ambiente modula o nosso comportamento, seja por questões de referências, seja até mesmo por fuga de determinada realidade. Desse modo, busque ser bem criterioso com quem você deseja estar com você e observe atentamente quais são os hábitos e os vícios que essas companhias possuem.
Dando uma introdução, de maneira bem objetiva, de como os hábitos são formados, é preciso estar atento sempre na motivação de quem nos leva a tal hábito. Quando os neurônios, por exemplo, produzem um hábito — como acordar cedo, ler, comer algo ou exercício físico —, o que acontece é que um neurônio encosta no outro. Essa ação gera um pulso elétrico, o que cria uma ligação biológica. Desse modo, toda vez que tal feito é repetido, gera-se um nível de prazer; e isso nos dá um bem-estar, pois faz com que menos energia seja gasta para aquela ação, o que dá origem ao hábito.
Dificulte o vício, facilite o hábito, pois isso é fundamental para que você crie um ambiente mais saudável para si mesmo. Um exemplo disso é o uso exagerado do celular. Se você sabe que você tem a tendência de ficar olhando para ele a cada cinco minutos; na hora de estudar, coloque-o no silencioso e bem longe de você. Essa é uma ação simples que dá certo, mas, claro, que para quem já tem um nível de vício, isso não é tão fácil assim.
No entanto, livrar-se de um vício é assim mesmo, você tem que insistir e ser constante. Eu sempre bato na tecla do ambiente e dos famosos gatilhos. Esses problemas podem ser mais bem percebidos, de fato, por meio da terapia, e podem ser combatidos com o auxílio de remédios, se for necessário, e por intermédio da ajuda de um profissional adequado.
Também é preciso debruçar-se sobre e olhar para si mesmo, a fim de que você possa aplicar essa estratégia contra outros vícios. Desse modo, você perceberá, de fato, que o difícil nem sempre é tão difícil assim.
Recompensa, essa é uma das principais chaves de toda essa ideia, já que o ser humano sempre está em busca de recompensas, sempre mesmo!
Isso ocorre porque precisamos regular nosso nível de dopamina e prazer, pois a dopamina antecede o prazer.
Dopamina é o impulso a tal ação, já a serotonina é o prazer durante aquela ação. Por isso, se não estivermos atentos, poderemos ficar viciados em estímulos dopaminérgicos não saudáveis, e é justamente isso que transforma qualquer um em um viciado, pois nossa cabeça entende que só aquilo é prazeroso.
Nosso cérebro funciona dessa forma, e o que acontece com isso é que caímos, muitas das vezes, na cilada de trocar o prazer duradouro pelo momentâneo. Desse modo, em vez de fazermos exercícios físicos todos os dias, lermos dez páginas de um livro por dia, diminuirmos o açúcar, chegarmos ao zero álcool durante três meses, preferimos comer uma pizza incrível ou uma barra deliciosa de chocolate, fumamos para aliviar o estresse, acordamos ao meio-dia, nos finais de semana, na ilusão de que estamos repondo o sono, bebemos à vontade etc.
Se você conseguir compreender isso e praticar essa estratégia um pouco por dia, mesmo que por pouco tempo, observará que a satisfação é muito maior, em todos os sentidos, do que qualquer barra de chocolate.
O prazer consciente físico e emocional supera qualquer adversidade. Não é fácil, mas é necessário escolher quais batalhas você quer lutar, pois o excesso de açúcar delicioso hoje será a doença de amanhã, assim como o esforço gradativo e constante de bons hábitos hoje será motivo de saúde e de orgulho amanhã.
Fica aí a reflexão.
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