Provavelmente, você sente o mau humor chegando se fica muito tempo sem comer e começa a sentir uma fominha desagradável, não é? Já ficou bravo porque não encontrou algo que estava com vontade de comer? Imagine só como se sente alguém que não faz ideia de quando poderá comer novamente ou precisa comer qualquer resto encontrado no lixo porque não tem dinheiro algum para financiar o seu alimento. Infelizmente, essa é a realidade de cerca de 800 milhões de pessoas ao redor do mundo. E, isso, sem dúvida acontece com uma grande parcela do desperdício.
É só pensar na quantidade de comida que você desperdiçou nos últimos dias. Desde aquela sobra da janta, o pouco que deixou no prato no restaurante ou o que acabou jogando fora porque não se deu conta de que o prazo de validade já tinha passado.
Se você somar a isso o hábito do desperdício de uma outra parcela significativa da população, é bem provável que os números nos mostrem que a desigualdade alimentar poderia ser bem menor.
Precisamos de comida para sobreviver e precisamos tomar consciência de que o nosso desperdício precisa ter um fim. Foi a partir deste princípio que o primeiro mercado com comida descartada surgiu. Trata-se do “Armazém”, um projeto do grupo Real Junk Food Project no Reino Unido.
O grupo realiza campanhas contra o desperdício de alimentos e dessa vez resolveu criar uma espécie de mercado onde as pessoas podem pegar alimentos que seriam descartados para o lixo em outra situação.
São doações de restaurantes e outros comércios que, apesar de ainda estarem próprios para o consumo, não seriam utilizados.
Lá, uma pessoa com baixa condição financeira pode escolher entre pagar os produtos (muitos pela metade ou considerados feios para a venda) com uma pequena quantidade de dinheiro ou através do trabalho voluntário, criando dessa forma uma rede de colaboração contra o desperdício.
Este é o primeiro empreendimento do tipo, mas novos galpões de alimentos descartados já estão nos planos da organização.
É uma ideia que pode ser implantada em qualquer comunidade e deveria servir de exemplo e inspiração, mesmo pensando em escala muito menor e focando apenas em conter o desperdício.
Já imaginou o quão útil seria se você e os seus vizinhos organizassem uma espécie de bazar ou mercado colaborativo com os alimentos que não darão conta de comer antes da validade, por exemplo?
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Fica a ideia, o exemplo e a chance de incentivar um consumo mais consciente, humano, colaborativo e solidário. O planeta agradece!
Imagens: Adam Smith/Divulgação
Texto escrito por Roberta Lopes da Equipe Eu Sem Fronteiras.