Muitas pessoas pensam, assim como eu pensava, que yoga era a prática física e respiratória que fazemos dentro de uma hora ou um pouco mais, dentro do tapetinho. Mas eu estava enganada… Muito enganada!
Yoga é estilo de vida. Yoga começa dentro do tapetinho nas primeiras horas da manhã e continua no dia que segue. No livro mais antigo que se tem sobre Yoga, o tratado escrito pelo sábio mestre Patañjali, se fala sobre os oito passos para se atingir um estado de Yoga.
Yoga não é uma prática, é um estado mental que se atinge através das práticas citadas no Yoga Sutras. Em sânscrito se chama Ashtanga Yoga, Ashta significa oito e Anga significa passos, etapas. São oito passos!
Um deles é Asana: postura estável e confortável. O único Asana citado neste tratado é a postura meditativa. Só muito tempo depois é que foram estudados e ensinados os outros tantos Asanas, que não são nada mais do que posturas preparatórias para a meditação.
Depois existem os exercícios de respiração, Pranayamas. Prana é energia vital. Pranayama é o controle da energia vital. Através dos exercícios de respiração podemos direcionar e aumentar a nossa energia vital. Aumentar a capacidade pulmonar. Respirar menos vezes no mesmo tempo, respirações mais profundas. Vejam o exemplo do cachorro e da tartaruga. O cachorro respira muito rápido, vive pouco. A tartaruga tem respirações lentas e profundas e vive centenas de anos.
Dentro dessa prática consciente, começamos a busca pelo estado de união. A prática de manter o foco mental e de sair das distrações da mente que advém da estimulação dos órgãos sensoriais, que dispersam a mente e o estado interno conectado com a verdade e a consciência plena.
Queremos diluir as perturbações que nos tiram do caminho da união. Essas perturbações são a ignorância (a gente acha que o que é mutável e passageiro é o imutável e permanente), a egoicidade (achamos que o que interpretamos sobre os fenômenos e objetos são realmente os fenômenos e objetos), o desejo e aversão (quando criamos desejo e aversão vem o sofrimento, pois nos apegamos às sensações que os objetos nos causam) e o apego (sofremos porque nos apegamos às coisas que são mutáveis).
Estas são as formas pelas quais saímos do estado de Yoga e que muitas vezes nos tiram da prática, da disciplina e da busca. É importante saber que estas são dificuldades enfrentadas por todos os buscadores, desde mais de três mil anos atrás. Reconhecer estas perturbações e seguir com sua prática é sabedoria que liberta.
Você também pode gostar
Nos próximos artigos seguiremos falando de forma simples sobre os Sutras para que você possa cada vez mais incorporar o Yoga no seu dia a dia.
Se você tem alguma dúvida, nos escreva aqui nos comentários!