Muito tem se falado atualmente sobre o transtorno de personalidade de borderline. Mas, afinal, você sabe o que é borderline? O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é uma psicopatologia caracterizada por instabilidade emocional e hipersensibilidade nas relações interpessoais. Quem tem esse transtorno experimenta emoções devastadoras que se manifestam de maneira marcante.
Neste artigo do Eu Sem Fronteiras, explicamos com mais detalhes em que consiste o transtorno de personalidade borderline, o que é, causas, sintomas e tratamento. Continue lendo para saber mais.
Direto ao ponto
O que é borderline?
O significado de borderline é “caso-limite” ou “estado-limite”. Tem sua origem em hipóteses psicanalíticas em que o termo designa um tipo de fronteira entre a “organização neurótica” e a “organização social” e “psicótico”.
O Transtorno de Personalidade Borderline tem uma natureza diagnóstica muito controversa e, muitas vezes, nem é reconhecido como um transtorno específico, mas usado como um termo em que todos aqueles casos que não podem ser melhor diagnosticados, apesar de apresentarem características específicas.
Sendo assim, o sujeito que sofre de transtorno de personalidade limítrofe projeta sua realização nos outros, tem uma instabilidade na autoimagem e tende a se vitimizar. Pode também ter desejos de vingança, paranoia e depressão, às vezes, até graves.
Inclusive há famosos com borderline. Entre eles, estão: Angelina Jolie, Lindsay Lohan, Britney Spears e Monique Evans. E mais, segundo o estudo que saiu na revista científica Rethink Mental Illness, publicado em 2017, 1 em cada 100 pessoas tem Transtorno de Personalidade Borderline.
Causas do borderline
As causas do Transtorno de Personalidade Borderline ainda não estão totalmente elucidadas. Atualmente, entende-se que provavelmente existem fatores genéticos que predispõem ao desenvolvimento da doença.
O fator ambiental poderia ser a causa desencadeante: eventos traumáticos ou altamente estressantes vivenciados na primeira infância — como abuso físico ou sexual, maus-tratos, separação dos pais ou perda de um deles, ou experiências de abandono — estão frequentemente associados ao desenvolvimento de transtornos de personalidade limítrofe.
Outro fator é relacionado às funções regulatórias dos sistemas cerebrais e neuropeptídeos, mas não está presente em todos os pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline.
Sintomas
Para identificar o transtorno de borderline, você precisa se atentar aos seguintes sintomas:
- Medo intenso de ser abandonado: há uma necessidade de estar acompanhado por outras pessoas;
- Idealização do outro: é comum que compartilhem detalhes muito íntimos rapidamente e exijam atenção para que estejam ao seu lado;
- Mudanças dramáticas na opinião dos outros: sentem que serão rejeitadas ou que ninguém se importa com a sua vida;
- Falta de controle de impulsos e busca intensa de sensações;
- Baixa autoestima: há uma sensação de inferioridade em relação aos outros;
- Comportamento de dependência: seja o gerenciamento irresponsável de dinheiro, seja compulsão alimentar ou abuso de substâncias tóxicas;
- Alteração de humor: pode ser interrompido por períodos de raiva, angústia, desespero, tristeza, culpa, até mesmo explosões verbais;
- Não aceitam críticas: devido à sua instabilidade emocional, se aborrecem com muita facilidade.
Como esse distúrbio afeta a vida cotidiana?
A pessoa com borderline apresenta conflitos a nível social, familiar, laboral e sentimental em geral. Conforme descrito acima, comportamentos impulsivos, instabilidade emocional e relacionamentos intensos fazem com que a pessoa com TPB apresente problemas constantes em mais de uma de suas áreas de vida. Ou seja, esse comportamento interfere no seu dia a dia.
É importante ressaltar que os comportamentos nocivos tendem a aumentar em situações estressantes, como conflitos ou rompimentos com o parceiro, dificuldades e perdas familiares, assédio ou abuso físico e sexual, mudanças de moradia ou escola, pressão do trabalho, entre outros.
Como é feito o diagnóstico de borderline?
Diagnosticá-lo envolve a realização de uma avaliação complexa dos sintomas. Muitas vezes, está presente em conjunto com outros fatores, como: ansiedade, depressão, fobias, hábitos alimentares anormais, obsessões e delírio, estilos comportamentais e atitudes emocionais.
Segundo eles, a pessoa pode ser enquadrada ao longo de um continuum: dos limites do não diagnóstico à patologia óbvia. É muito difícil diagnosticar o Transtorno de Personalidade Borderline, pois, muitas vezes, é difícil discriminá-lo de outros transtornos, já que compartilha certos critérios, como espectro impulsivo e depressivo, raiva e uso de substâncias.
Sendo assim, o diagnóstico é feito por critérios clínicos, relatados pelo paciente e observados por um psicólogo ou psiquiatra.
Borderline tem cura?
Através da terapia, a maioria dos pacientes com borderline pode encontrar alívio dos sintomas e experimentar a remissão da condição, definida como alívio constante dos sintomas por pelo menos dois anos consecutivos. Sendo assim, não há uma cura, mas fazendo o tratamento adequado, é possível levar uma vida com menos oscilações.
Tratamento
Atualmente o tratamento para borderline envolve principalmente a psicoterapia com o auxílio da farmacoterapia. Em geral, o objetivo do tratamento é ajudar o paciente com raiva, controle de impulsos e sensibilidade à rejeição/crítica.
No caso, a terapia psicológica ensina habilidades e estratégias para produzir mudanças comportamentais na pessoa diante de emoções intensas. Ocorrem mudanças como a regulação das emoções, tolerância ao desconforto, controle de comportamentos impulsivos, tomada de decisão, resolução de conflitos, relações interpessoais estáveis.
Isso é produzido por meio do trabalho constante nas sessões, do comprometimento da pessoa com TPB, do suporte familiar adequado e do trabalho em equipe com o terapeuta, a fim de atingir os objetivos terapêuticos.
A importância do estilo de vida
Embora possa levar tempo, o tratamento pode levar a melhorias. Para ajudá-lo, confira algumas dicas que ajudam.
1 – Revise as opções de tratamento com seu médico e siga a terapia.
2 – Tente manter horários estáveis para refeições e descanso.
3 – Envolva-se em atividades físicas leves ou exercícios que ajudam a reduzir o estresse.
4 – Estabeleça metas realistas.
5 – Divida tarefas pesadas em pequenas atividades, dê a si mesmo algumas prioridades e faça o que puder, como puder.
6 – Tente passar tempo com outras pessoas e obter apoio de um amigo ou familiar de confiança.
7 – Explique aos outros quais eventos ou situações podem desencadear os sintomas.
8 – Esteja ciente que seus sintomas melhorarão gradualmente, não imediatamente.
9 – Seja paciente.
10 – Identifique e pesquise situações, lugares e pessoas tranquilizadoras.
11 – Não consuma álcool ou drogas; provavelmente, eles só vão piorar a situação.
Como superar o transtorno de personalidade borderline?
Se você acha que um amigo ou membro da família pode ter Transtorno de Personalidade Borderline, tente dar-lhes seu apoio e confiança. Não o julgue, para que ele tenha a oportunidade de se comunicar com você honestamente. Sugira que procure ajuda especializada, para avaliar as dificuldades que apresenta, determinar o tratamento complementar psicológico e psiquiátrico.
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Muitos dos problemas que o atormentam podem desaparecer, e você pode desfrutar de uma vida plena e pacífica. Por isso, a terapia psicológica profissional e abrangente irá ajudá-lo a encontrar a vida harmoniosa que procura e dar-lhe o significado que deseja.