Comportamento Convivendo Psicologia

O que é Degrau de Ego?

Peça de xadrez em frente ao espelho. Sua imagem refletida é bem maior
Vkara / Getty Images Pro / Canva
Escrito por Andrea Fray

A expressão “degrau de ego” designa um momento, um tipo de relação, um comportamento ou uma pessoa e pode até mesmo ser tudo isso ao mesmo tempo.

Antes de prosseguirmos, é importante frisar que a palavra ego é utilizada, popularmente, como sinônimo de vaidade, mas ego definitivamente não é isso.

Ego (bem resumidamente) é uma instância do aparelho psíquico, uma ‘parcela da mente’ relativa à identidade, ao “processamento” do que se compreende como Eu.

Voltando…

Aquele que usufrui de outra(s) pessoa(s) para se fazer valer, sentir-se superior, qualificar-se e aplaudir a si mesmo é um vaidoso, um ignorante acerca das próprias capacidades, isto é, um ser que vive num extremo vazio emocional.

Esse ser é quem torna pessoas (as que se permitem) “degraus de ego” ao lançar mão de comportamentos mal-intencionados e estratégicos, mesmo que de forma inconsciente, a fim de aproveitar de todo e qualquer momento para se elevar, sobrepor-se, humilhar, achando-se melhor.

Homem sentado em dúvida, segurando duas máscaras: uma preta e uma branca.
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Esse ser usa desse mecanismo para poder suportar a sua fragilizada identidade, para tornar a si próprio suportável, pois se sente, em sua realidade íntima, um nada.

Preste atenção, pois esse ser precisa e usa tudo como um “degrau de ego”. Não importa se o ‘ama’ ou se tem uma história com você, ele vai sobrepujá-lo. Não é pessoal, na verdade tem a ver com a dificuldade de ser quem é!

Outra informação importante é o fato de essa mesma pessoa, diante de pessoas que ela considera ‘mais’ do que ela mesma, apequenar-se e ‘babar’ no outro, tornando-se nesse momento o “degrau de ego” do outro. Essa atitude doerá nela e é por isso que ela repetirá o padrão, porém no papel inverso, e emitirá sobre outros a mesma humilhação sentida…

Como diria a minha avó, “é um caso sério!”.

É uma doença da alma e um distúrbio emocional, que acomete, principalmente, pessoas que se sentiram abandonadas na primeira infância.

Bem…

Vaidade é vazio. É um vazio que não se assume, uma dor que quer ferir o outro para obter companhia no limbo… É a dor de não enxergar a própria luz. O vaidoso é aquele que não se sente capaz ou vívido sem o reconhecimento alheio e, caso ele não consiga isso do outro de livre espontânea vontade, o faz “subindo na cabeça” dos que estão ao redor.

Mulher desesperada, em confronto com seu próprio ego na sua frente
Daliloveart / Getty Images / Canva

Usam de tentativas de humilhação, demérito, desprezo, ofensas e desqualificação de uma maneira tão sutil que o outro, que entra na onda do vaidoso normalmente por vaidade inferiorizada, não percebe.

Exemplos:

Mulheres que só andam com amigas que consideram feias;

Um dia, determinada cliente acordou e cansou desse jogo e citou uma história que serve de exemplo:

“Encontrei, sem querer, uma colega num restaurante que íamos sempre juntas… Em trinta segundos de conversa, num primeiro oi, ela desqualificou o restaurante, dizendo que não frequentava mais aquele lugar (falava isso com cara de nojo), mas que estava lá em função do convite de familiares… Era como se estivesse indo por obrigação.”

Percebem de quantos degraus de ego essa pessoa se utilizou para expressar como ela é melhor? Ou seja, utilizou-se da amiga, dos familiares e do restaurante como desprezíveis para se fazer superior.

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É isso, minha gente!

O caso citado é um recorte bem explícito da realidade.

Preste atenção e faça uma autoavaliação para ter clareza, pois ora você pode vir a ser um degrau, ora ser quem o utiliza.

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Sobre o autor

Andrea Fray

Terapeuta integrativa sistêmica, pós-graduada em psicologia cognitiva e comportamental com ênfase em terapia familiar e de casal, master em hipnose conversacional (Change Work) e coach - life, leader, professional (turn point).

Possui também especialização em meditações ativas, gestão de pessoas e formação em processos gerenciais.

Idealizadora do método CCD (Current Context Diagnosis) de terapia breve.

Pesquisadora, escreveu artigo científico, abordando a autenticidade como método na clínica psicológica.

Atua desde 2005 realizando atendimentos individuais e para grupos com crianças, adolescentes e adultos em espaços terapêuticos, escolas, CAPSIS, promovendo projetos próprios na área de desenvolvimento humano, atendendo demandas de forma exclusiva, criando propostas e processos totalmente particulares.

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