Olá, prazer, sou Musicoterapeuta. Músico… O quê? É curso técnico? Ah então você toca músicas calminhas para relaxar as pessoas e deixá-las zen? Você poderia dar aulas de musicoterapia para meu filho, ele anda muito agitado!
Geralmente este é o retorno que um musicoterapeuta tem do ouvinte quando diz sua profissão para quem a desconhece. Mediante a estas e outras inúmeras questões tentarei trazer os conceitos básico sobre tal, e também desmistificar mitos e lendas que giram em torno deste conceito popular sobre esta profissão.
– Você ensina as pessoas a tocar?
Não. A nomenclatura já é autoexplicativa, musicoterapeuta é terapeuta e não professor de música. O Musicoterapeuta não tem como objetivo montar bandas ou corais com os pacientes/clientes, a menos que este formato faça parte do processo terapêutico.
– O que é a Musicoterapia?
Trata-se de uma terapia que utiliza a musica e/ou seus elementos (som, melodia, harmonia e ritmo) como ferramentas de trabalho dentro do processo terapêutico. Segundo Benenzon (1988), a musicoterapia tem como objetivo abrir canais de comunicação no ser humano, a fim de estabelecer efeitos terapêuticos, psicoprofiláticos e reabilitação neste mesmo sujeito e na sociedade. Neste momento o sujeito passa a ser um todo e não partes, um olhar para o biopsicossocial.
– Ouço músicas new age ou músicas eruditas para me acalmar e de fato me acalmo, fico zen, isso é musicoterapia?
Não podemos chamar de musicoterapia, mas podemos identificar que certo estilo de música pode de fato ser terapêutico, todos nós temos aquela música que nos dá um prazer intenso e até a sensação de paz, seja ouvindo Kenny G ou Rage Against The Machine. Em contra partida a terapia é caracterizada por encontros regulares, sejam semanais ou quinzenais, e um local determinado, com horário determinado e com duas figuras importantíssimas para isso acontecer, o cliente/paciente e o terapeuta, no caso em específico o musicoterapeuta.
– Qual a formação do musicoterapeuta?
Atualmente há em torno de 10 instituições de ensino superior espalhadas pelo Brasil que oferecem o curso Bacharel (graduação) ou Especialização (lato senso) em Musicoterapia.
– Como funcionam as sessões de musicoterapia?
Cada caso é um caso, mas em modo geral o local onde acontece a terapia é nomeado como setting musicoterapêutico. Neste setting há alguns instrumentos musicais, há momentos em que o paciente toca outros que o musicoterapeuta toca, e outros que ambos fazem produções sonoras. O grande diferencial da musicoterapia é que ela, a terapia, acontece de maneira não verbal, e todo o diálogo é montado a partir das sonoridades impressas naquele ambiente.
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– Quais as áreas de atuação da musicoterapia?
O musicoterapeuta pode atuar em clínicas de reabilitação, psiquiátricas, escola regular e especial, clínica de geriatria, clínica particular, empresas e instituições públicas de saúde.
Bibliografia
BENENZON, R. Teoria da musicoterapia: contribuição ao conhecimento do contexto não-verbal. São Paulo: Summus, 1988.
APEMESP, Disponível em: www.apemesp.com – Acesso em 16 de julho de 2015.