Evolução. Esse é um conceito bastante amplo, em especial quando se trata do planeta e das pessoas. Nos últimos tempos, temos experimentado uma grande evolução na ciência, com descobertas importantes sobre doenças, tecnologias e recursos para uma vida mais confortável e prática.
É inegável o quanto avançamos nessas questões materiais. Mas e nos quesitos sentimento, empatia, perdão e amor ao próximo? Quanto evoluímos? Na verdade… será que evoluímos? São perguntas cujas respostas soam bem claras para muitos, face ao que vivenciamos no nosso dia a dia: violência desenfreada, corrupção em diversas esferas do poder público, abandono de crianças, fome, devastação do meio ambiente… parece que ainda temos um longo caminho à frente.
Esses são eventos que vêm se tornando muito mais frequentes, em especial nos últimos anos. No Brasil, principalmente, temos experimentado uma escalada na violência urbana e doméstica e polarização na política, que tem levado as pessoas ao extremo, cada vez mais casos de corrupção, desvio de verbas destinadas à educação, à segurança e à saúde…
O mundo também vem sendo assolado por doenças, como a pandemia da Covid-19, que diariamente vem dizimando pessoas aos milhares. Crimes digitais, guerras, preconceitos de todo tipo são outros sinais de que estamos chegando a um limite como seres humanos.
Seriam esses, então, indícios de que estamos perto de algum acontecimento capaz de transformar drasticamente a humanidade? Temos algum papel nessa possível transformação?
Transição planetária
Segundo o espiritismo, esses acontecimentos dos últimos tempos indicam nossa instabilidade como seres humanos, o que se reflete no padrão vibracional do nosso planeta. São evidências de que estamos passando por um processo de transição.
Simplificando, a transição planetária é um processo de evolução pelo qual o planeta Terra vai passar, “subindo” um degrau na sua classificação como mundo habitado.
E o que isso significa? Para além do seu significado, qual é o nosso papel nessa transformação?
A Lei da Evolução
Antes de falarmos sobre isso, é importante explicar essa diferença de mundos, ou seja, de locais habitados pelos espíritos conforme seu grau de adiantamento. Existe uma classificação no espiritismo baseada na Lei do Progresso – ou, como é mais frequentemente chamada, Lei da Evolução.
De acordo com esse princípio, todas as coisas estão em contínua evolução – Universo, mundos e todos os seres (animados ou inanimados). À medida que evoluímos moralmente, evoluímos materialmente.
Os mundos habitados
A Terra caminha para um momento em que deixará de ser o mundo que é para se transformar em um lugar que está caminhando em direção ao bem, passando de um mundo de provas e expiações para um planeta de regeneração.
Existem, segundo a Lei da Evolução, cinco mundos, cuja progressão acontece no mesmo ritmo dos seres que os habitam. A transição faz com que os mundos possam evoluir para o estado seguinte, e nesta ordem:
Mundos primitivos: nesses locais, a inteligência é sobrepujada pelo instinto, pelo nosso lado animalesco, que não sabe distinguir entre o que é justo e o que não é. Vive-se em um estado de brutalidade e ausência total da moralidade. A evolução aqui depende da diminuição desse instinto.
Mundos de provas e expiações: como o próprio nome sugere, são mundos nos quais os seres passam por expiações e testes para que possam evoluir. São mundos dominados pelo mal, mas a evolução intelectual traz os seres para o pensamento ético, em função de trazerem à tona esse mal e o questionarem, em busca de uma solução que possa levar o mundo para o próximo estágio. Mas isso depende muito dos seres que nele habitam, muito graças ao livre-arbítrio. A Terra encontra-se neste estágio.
Mundos de regeneração: são os mundos nos quais se encontram os seres que acabaram de passar pela tormenta das expiações. Depois dessa tempestade, um refrigério para suas almas. É onde não há vícios, invejas ou outros sentimentos inferiores. No entanto os seres ainda não estão livres das leis materiais nem podem desfrutar a felicidade em sua plenitude. É para esse mundo que a Terra se encaminha. Segundo o médium Chico Xavier, isso ocorrerá entre os anos de 2057 e 2060.
Mundos felizes: são os famosos mundos ditosos. Neles, os espíritos têm consciência de seu propósito – a evolução moral. O amor ao próximo, a empatia e o bem superando o mal são os fatores que regem esses mundos. Há um maior conhecimento e entendimento do plano espiritual. A solidariedade e o desprendimento do que é material ganham maior evidência.
Mundos celestes: este é o último estágio na evolução. Aqui o bem é pleno e os sentimentos puros são soberanos. Os seres que aqui habitam experimentam o amor pleno, a harmonia, a caridade e a justiça.
É preciso alinhar-se ao progresso moral
A evolução do mundo que habitamos depende da nossa evolução, como dissemos mais acima. Quanto antes percebermos que precisamos mudar, que o nosso progresso moral é o que mais importa neste momento, mais fácil será a transição.
Avançamos muito nas questões técnicas e científicas. Descobrimos a cura para várias doenças, desenvolvemos vacinas em tempo recorde, criamos e aprimoramos dispositivos que tornaram nossa vida mais prática e confortável.
Um bom exemplo são os aparelhos celulares (seres inanimados que evoluíram consideravelmente nos últimos anos). Se antes tínhamos um dispositivo para apenas falar com outras pessoas, na atualidade temos um computador na palma da mão: assistimos a vídeos, navegamos nas redes sociais, fazemos operações bancárias, entre outros recursos que vão surgindo ao longo dos tempos.
Mas, ao mesmo tempo em que o homem foi capaz de criar e aperfeiçoar esse aparelho, no mesmo ritmo a desonestidade e a criminalidade também se aproveitaram da tecnologia, sem falar no mau uso das redes sociais, que viraram verdadeiros campos de guerra, em especial ideológica, além de também terem contribuído largamente para o aumentado exponencial dos casos de depressão e ansiedade.
Tendo esse exemplo em mente, é aí que entra a questão da transição planetária e da Lei da Evolução: precisamos evoluir moral e eticamente. Tudo isso já está vindo à tona e chegará o dia em que a nova sociedade, que está gradativamente se construindo, não vai mais aceitar esse tipo de comportamento.
Para uma evolução completa, é preciso que haja uma mudança de consciência entre todos nós. Precisamos buscar mais o coletivo e deixar de lado o egoísmo, o famoso ditado “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Não. Precisamos dividir a farinha, precisamos compartilhar o pirão.
Mas… depende muito de nós
A grande questão é que isso não depende só dos espíritos que operam essa mudança. Depende de nós, das nossas percepções de certo e errado e da busca por praticar o bem, por agir com responsabilidade, sabedoria e honestidade, e de nos elevarmos espiritualmente. Não vai haver espaço neste novo mundo para os espíritos ligados ao mal.
E nada disso vai mudar enquanto não nos atentarmos para o fato de que a mudança começa por dentro. Precisamos estar preparados para evoluir como seres humanos, olhando o outro com bondade e solidariedade. É essencial também que entendamos que estamos em constante aperfeiçoamento, que precisamos passar por etapas até que possamos ter a certeza de que o bem estará reinando sobre tudo aquilo que é mau.
Mas é preciso seguir sem estagnar, porque estagnar é também involuir. A transformação do nosso planeta em um lugar melhor cabe, em grande parte, a nós mesmos.
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“Por meio da busca da espiritualização, da superação das dores e da construção de uma nova sociedade, a humanidade caminha para a regeneração das consciências.” Emmanuel/Francisco Cândido Xavier.
A transição planetária já começou. Você só precisa saber de que lado vai estar quando a mudança começar a se fazer mais sentida.
