Com o aprofundamento das discussões em torno da comunidade LGBTQIA+, um dos tópicos mais atuais é o gênero não binário. Os mais leigos podem entender que essa identidade de gênero é nova, mas a questão é muito mais densa: ela sempre existiu, mas só recentemente passou a ser discutida com humanidade.
Somente com um interesse genuíno nessa discussão podemos quebrar o tabu que envolve a não binariedade, fortalecendo os direitos de pessoas ainda marginalizadas não só fora, como também dentro da própria comunidade LGBTQIA+. Quer se inteirar no assunto? Acompanhe nosso artigo e tire todas as suas dúvidas!
O que você encontrará nesse artigo:
- O que é ser não binário?
- As cores e o significado da bandeira
- A diferença entre não binário e transexual
- Artistas não binários
O que é ser não binário?
Antigamente, identidade de gênero se resumia a ser homem ou mulher – a famosa binariedade. Hoje sabemos que ela é muito mais plural. Pessoas não binárias são aquelas que não se identificam exclusivamente com o feminino ou o masculino. E, dentro desse espectro, há várias nuances que contemplam a diversidade de ser.
Já no fato de pessoas não binárias optarem pelos pronomes com os quais se identificam, nota-se a pluralidade: podem usar ela/dela, ele/dele, elu/delu, ile/dile ou uma mescla dessas nomenclaturas. Sendo que elu/delu e ile/dile advêm da linguagem neutra, criada para garantir a inclusão.
Vale ressaltar que não estamos falando de orientação sexual! Identidade de gênero diz respeito unicamente à autoidentificação do indivíduo, a como ele se vê. Enquanto a orientação sexual é relativa à sua atração sexual ou afetiva.
As cores e o significado da bandeira
A própria bandeira que representa o gênero não binário é um ícone dessa pluralidade a que nos referimos. Ela é constituída por faixas em 4 cores, cada qual com seu significado:
Amarelo: simboliza estar fora do conceito de binariedade.
Branco: representa as pessoas que vivenciam a multiplicidade de gêneros.
Roxo: faz referência à multiplicidade da expressão de gênero e à sua fluidez.
Preto: inclui as pessoas agênero ou sem gênero.
Essa nuance de cores ressalta o espectro do gênero não binário, que abrange pessoas agênero, neutrois, gênero fluido, intergênero, bigênero, pangênero, gênero neutro, entre tantas outras definições que representam diferentes identificações de gênero que fogem à binária.
A diferença entre não binário e transexual
Uma pessoa não binária não necessariamente será transexual, e o inverso também é válido. Existem não bináries (e por que não falar na linguagem neutra?) que se entendem, também, como pessoas trans, visto não se identificarem com o sexo que lhes foi designado ao nascer.
No entanto, muitas pessoas trans reivindicam seu lugar dentro da binariedade, identificando-se como mulher ou homem. Enquanto outras tantas defendem que toda pessoa trans é não binária, pois o seu ser homem ou mulher não é o mesmo da cisgeneridade fixa. Via de regra, o importante é como a pessoa se identifica.
Artistas não binários
Apesar de o tema ganhar cada vez mais voz, ainda é um ato de coragem assumir sua identidade. Nos últimos anos, vários artistas trouxeram sua não binariedade a público. Isso não só é importante no âmbito individual, como também no coletivo. Pode servir como um impulsionador para que a pauta seja cada vez mais abraçada por toda a sociedade.
Veja, a seguir, alguns famosos que se declaram não bináries e se tornaram inspiração para a comunidade:
Bárbara Paz: foi em uma entrevista ao podcast Almasculina que a atriz brasileira contou sobre sua autodescoberta por meio de um amigo. Ela declara se identificar tanto com o universo masculino quanto com o feminino.
Demi Lovato: também foi em um podcast que a cantora Demi Lovato falou sobre a fluidez de sua expressão de gênero. No mesmo ano, assumida como não binária, Demi adotou os pronomes “they/them” (que, na nossa linguagem neutra, corresponderiam a “elu/delu”). Posteriormente, voltou a usar, também, “she/her” (“ela/dela”).
Elliot Page: além de não binário, o ator se identifica como transgênero e queer. Elliot passou a usar os pronomes “he/him” (“ele/dele”) e “they/them” (“elu/delu”), conforme pronunciado em sua conta no Instagram em 2020.
Ezra Miller: segundo palavras do próprio artista, ele “não se identifica”. Nem como homem, nem como mulher. Ezra se reconhece apenas como uma pessoa queer e prefere ser chamado pelos pronomes “they/them” (“elu/delu”).
Indya Moore: transgênero e não binárie, Indya usa os pronomes neutros “they/them” (“elu/delu”) e é uma ativista muito dedicada às causas LGBTQIA+, principalmente no que diz respeito às pessoas trans.
Tudo sobre outros tópicos da comunidade LGBTQIAP+
Outros artistas que se assumiram não bináries foram Sara Ramirez, Ruby Rose, Bella Ramsey, Serginho Orgastic, Janelle Monáe, Jonathan Van Ness e Sam Smith.
Cada um deles viveu uma trajetória diferente, mas todos têm algo em comum: tiveram a coragem de assumir quem são, apesar de todo o preconceito imbuído na sociedade.
Seus fãs amorosos foram receptivos às suas declarações, enquanto outras pessoas, é claro, se posicionaram com ódio. Mas esses artistas continuam sendo quem são – não bináries –, e não há preconceito que mude isso.
Você também pode gostar:
- Aprenda o significado dos pronomes nas redes sociais
- Entenda o que é a linguagem neutra e como usá-la
- Defina corretamente sexo, gênero e orientação sexual
- Gênero fluido: saiba tudo sobre
- Saiba o que é ser agênero
Fazendo ou não parte da comunidade LGBTQIA+, você pode disseminar esse conhecimento por aí. Esse já é um ato importante de conscientização sobre a pluralidade que colore a sociedade. Quanto mais pessoas tiverem acesso a informações como estas, melhor o mundo pode se tornar. Faça sua parte e compartilhe!