Negativo é um termo usado em vários campos do conhecimento, quase sempre para definir algo ruim ou problemático. Existe, de fato, um uso generalizado dessa expressão, mas poucos avaliam o que estão dizendo.
Muitos apenas repetem esse verbete para cimentar o seu discurso com ênfase em questões que condenam ou, simplesmente, os incomodam.
Com a singela presunção de buscar uma maior clareza, vou fazer uso da matemática para tornar o mais científica possível essa reflexão.
Sabemos que existem números negativos nas equações matemáticas, porém, nunca nos demos conta do que eles representam. Ora, eu posso dar duas maçãs para alguém, mas não posso dar menos duas maçãs. O que isso quer dizer?
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Isso significa que o menos dois, tratado como um número negativo, existe apenas para sinalizar uma ausência, simplesmente isso, pois tudo aquilo que for negativo indica ausência.
No campo dos processo existenciais é a mesma coisa. O medo, por exemplo, é um sentimento negativo em função da ausência de coragem, o orgulho é falta de humildade, a tristeza revela ausência de alegria, assim por diante.
Se faltar confiança, serenidade, desapego, alegria, humildade, coragem e perseverança, você estará sob influência das forças negativas que representam simplesmente a ausência daquilo que deveria estar sendo utilizado, portanto, a melhor forma de buscar o autoconhecimento ainda é observando escolhas e reações, pois assim poderemos entender quais são as nossas demandas internas.
Os sentimentos negativos se instalam em nosso programa mental em função da segurança que nos oferecem, na verdade, todos eles têm a mesma fonte: a ignorância. A ignorância cria o medo e o medo nos protege oferecendo uma cela para que possamos nos sentir protegidos. Sem perceber entramos em uma prisão e a nossa vida acaba ajustando-se aos limites da própria ignorância.
O mundo é uma instância negativa, tudo aquilo que testemunhamos é um espetáculo ilusório, construído a partir do nosso ingresso nessa prisão. Mas isso talvez seja aprofundar demais essa reflexão, na verdade, acredito que a melhor definição que podemos encontrar daquilo que podemos considerar positivo ou negativo veio de Buda:
“Só existe a luz, onde reinam as trevas, na verdade, estamos apenas diante da ausência de luz”.
Buda tinha toda razão, enquanto estivermos dando ênfase ao mal, estaremos inflando de poder e importância algo irreal, como o menos dois da equação. Não se combate o orgulho, apenas desenvolve-se a humildade, desta forma ela simplesmente desaparece.
Não luta-se contra a tristeza, desenvolvemos componentes que possam alegrar a nossa alma como a aceitação, a compreensão, o desapego, etc. Todo o processo de iluminação de uma alma consiste em acender luzes dentro de si. A energia já está lá, o soquete também, basta colocarmos as lâmpadas.