Este é o primeiro de alguns textos que surgirão por aqui com um tema tão valioso nos tempos atuais, a Comunicação Não-Violenta, a comunicação que gera empatia e que nos guia no caminho da compaixão. Muito se fala a respeito, como se aplica, o processo, seus benefícios nas mais diferentes relações e grupos sociais. No entanto, decidi trazer a temática uma nova experiência, no caso, compartilhar a minha vivência. Imaginei que diante de tantos conteúdos já disseminados, a autenticidade da busca que percorro poderia trazer ao foco o que nos conecta; a nossa humanidade.
Escuto música, procuro inspiração, silencio a mente, me sinto ansiosa. Vou experimentando certo frio na barriga, esse nó que me arranca da zona de conforto e me faz refletir sobre a palavra pensada, sentida e intuída. Eis ela, a tal humanidade se mostrando. Respiro fundo para escrever do fundo do coração.
A verdadeira conexão
Conexão é uma palavra de que não gosto para uma prática de que gosto muito. Para mim, a palavra conexão se tornou banal e nada tem a ver com a capacidade da nossa internet, dos aplicativos dos nossos aparelhos ou da nossa interação com as redes sociais quase instantâneas, retratando nosso dia a dia, praticamente. Falo da prática, a vivência, me refiro às relações autênticas, profundas, onde cabe a minha e sua verdade e liberdade. Falo do nós, essa junção de você + eu.
É neste lugar que quero permanecer e quero com autenticidade, aonde escuto e sou escutada, quero percorrer o caminho da compaixão que sempre me mostra o quanto nós todos, queremos a mesma coisa. Às vezes, em ordens diferentes, pouco importa. Quando compreendemos os sentimentos, necessidades do outro e o mesmo nos acontece, um alquimista mestre entra em cena; um campo seguro se abre, experimentamos a empatia, conexão, sinergia e o poder de relações verdadeiras, o amor acabará de chegar e sentar à mesa; este é o processo da linguagem do coração.
Olhos nos olhos, sem defesas, a escuta sem palpites, conselhos ou intervenções, apenas a escuta está ali, intacta, observadora, acolhedora. Exprimir a sua raiva sem ser julgado ou condenado por tal sentimento. Dizer que não ou o que se quer, sem medo. Dar adeus sem culpa e fazer pedidos sem censura. Você já provou?
Este é o campo da vulnerabilidade, através dela nos conectamos. Intuo que todos nós ansiamos manifestar a própria verdade e assim vivermos livres, afinal, quem não quer ser realmente escutado?
Eu diria que a vida é um profundo relacionamento e a linguagem do coração, como chamo carinhosamente à CNV, é a ponte pela qual transita a nossa humanidade; os sentimentos, as necessidades e os pedidos. É assim que tenho vivido e me manifestado.
Quem somos nós?
Sou parte de uma equipe de catalisadores que cria através do processo Comunicação Não-Violenta, e outras ferramentas, o desenvolvimento da comunicação saudável e inclusiva nas relações.
Compreendemos a CNV (Comunicação Não-Violenta) como um mecanismo de reprogramação emocional, que estimula o estado de compaixão natural de todo o ser humano, desenvolvida pelo mestre e psicólogo Marshall Rosenberg.
Você também pode gostar
O horizonte chamado propósito, que nos guia, é o intento de que todas as relações sejam saudáveis e sustentáveis.
Te convido à conexão. Celebremos, sempre.
