Autoconhecimento Convivendo

O que nos limita?

Homem com corrente em volta de seus pulsos
Esolla / Getty Images Signature / Canva
Escrito por Jonatan Fortunato

Faz um bom tempo que virou rotineiro falarmos de limitações, especialmente de crenças limitantes, coisas que em um tempo não muito distante não era, digamos, liberado ao grande coletivo e que hoje em dia é abordado mais livremente. Conforme avança nossa evolução e nossa percepção das coisas, ou até mesmo, arrisco falar, nosso amadurecimento mental — pois sim, tudo está em como nossa mente age como e quando ela está preparada para assimilar algo, como naquela velha frase: “Entendi, mas não compreendi”, lembram?

Desde que o homem despertou para sua vida e evolução lá nos primórdios, gradativamente sua mente e sua percepção foram se adaptando ao meio e, dessa forma, foi evoluindo, homem e meio em que habita. Nos últimos tempos, os estudos da neurociência, da física, da física quântica, da medicina, da psiquiatria, enfim, nos ajudaram a chegar ao um ponto em que a mente está cada vez mais livre para seguir além do meio, pois descobrimos que a mente humana não somente é o mais perfeito sistema criado de inteligência mas também que faz parte de algo muito maior e que a mente é apenas uma fagulha daquilo que achávamos ser o maior mistério de nosso corpo físico.

Então, se você ficou confuso, eu também — e é absolutamente normal, porque somos seres repletos de limitações, desde crenças limitantes, que nada mais são do que a forma como fomos educados a agir, reagir, viver e pensar, nossa rotina social, nossa religião, a política… tudo envolve e resulta em como agimos e reagimos ao mundo, às descobertas, àquilo em que acreditamos ou do qual discordamos, e a dúvida é a melhor e a pior armadilha para a mente, pois nossa extraordinária mente cheia de mistérios e complexidade, assim como um computador, também buga, trava e estraga, exigindo manutenção.

A consciência humana, como muitos falam, vai além da percepção do que nosso próprio mundo experimenta, das nossas crenças limitantes, ou seja, aquilo que fomos programados, ensinados geração a geração a aceitar ou não como real pode, em uma frações de segundo, se desfazer, e aí você tem aquela sensação deliciosa de uma epifania, olha para trás e pensa: “Poxa vida, como eu não percebi, estudei ou ouvi sobre isso antes, porque faz todo o sentido agora” ou aquela frase mais clichê ainda: “Se eu soubesse disso antes, tudo teria sido mais fácil”. Será mesmo?

Homem de costas para a imagem, olhando um painel com diversos papéis e documentos
Startup Stock Photos / Pexels / Canva

Assim como nós amadurecemos com o passar dos anos, nossa mente também evolui — e tem o amadurecimento e a evolução da consciência juntos. Cada um está numa viagem única, numa jornada própria de autodescobertas e de crenças que volta e meia se colidem, fazendo você pensar: “Eu pertenço a quê?

Com quem eu congrego? De qual grupo faço parte? Estou sozinho?”.

Existem pessoas que, mesmo com família, filhos, amigos e colegas, sentem-se em absoluta solidão; outras, porém, são absolutamente sozinhas e vivem em perfeita comunhão com tudo e todos. Temos os mal-humorados diários, os otimistas surreais e os neutros, os que de forma alguma querem sair da sua zona de conforto.

A medicina entra, então, com seus estudos e seus medicamentos, a fim de salvar aqueles que sofrem demais com a forma nada rítmica com que seu corpo, sua mente e o meio interagem; uns entram em depressão e colapsam por ter uma sensação de excesso de passado, uma saudade e uma autopiedade perturbadora que paralisa ou os prende em um looping infinito de reviver dores.

Em contraponto, temos aqueles que têm um aceleramento tamanho de seus pensamentos que estão no futuro mesmo antes de ele acontecer, imaginando e criando milhões de acontecimentos e se torturando, vivendo numa agonia e numa ansiedade indescritível. E não para por aí, porque também temos aqueles que têm as duas coisas, temos os que têm oscilações de humor, temos os que sempre estão bem, os que fingem muito bem… Existe uma vastidão de pessoas no planeta Terra, uma imensidão de peculiaridades e cada vez mais rótulos. Já notaram como precisamos de rótulos para tudo?

Isso é da mente, do ego humano. Rotulamos tudo para delimitar, para pôr limites, para ter controle sobre tudo que acontece, afinal desde que o ser humano assumiu sua percepção consciente, deixou seu ego tão confortável que cada ser é rei, juiz e carrasco de sua vida e da vida alheia. Julgamos e condenamos, mesmo entendendo que é errado. Não compreendemos a lição, pois estamos limitados por nossas crenças.

Limites, limitação… você consegue entender esse significado?

Nem tudo que te limita é ruim, mas muito do que te limita é torturante. Tudo depende do ponto e do ritmo da sua jornada, da sua própria evolução e daquilo que sua mente e você querem compreender. Lembram-se da frase: “Sou responsável pelo que eu digo, não pelo que você compreende”? Pois uma palavra ou uma frase podem ser compreendidas das mais variadas formas em diversos lugares do mundo, mas não precisamos ir tão longe. Nossas escolhas, mesmo, nossa família, nossa comunidade, nosso círculo social… Como compreendem nossas escolhas e nossa forma de viver? Sendo que cada um mede o outro com sua própria régua, com suas próprias conjecturas e percepções de mundo; uns mais abertos, outros mais conservadores… e aí já vêm novamente os rótulos.

Mulher com o rosto virado para o lado mostrando um papel com a letra X desenhada, na palma de sua mão
Anete Lusina / Pexels / Canva

E antes que alguém retruque, não estou falando que rótulos são errados. Sem eles, não existiriam alguns limites, algumas noções e leis, e aí o mundo e a sociedade ainda estariam eras atrás de seu desenvolvimento, com homens medindo sua força física, batendo em mulheres com um tacape, arrastando-as para uma caverna, e elas submissas aceitando tudo… Isso não existe mais né? Ah, sim, esqueci! Apesar de a vida social coletiva evoluir, por um momento me esqueci da peculiaridade do ser, então, para minha própria compreensão, vou repetir para mim mesmo: “Cada ser evolui no seu tempo e da sua forma”, então o que eu considero desnecessário e boçal, para alguns ainda é cotidiano e normal.

Eu, por exemplo, acho tão desnecessário ter que rotular tudo, do sexo ao sentimento de amar algo ou alguém; rotular gênero, opção, raças, crenças… Para mim, todos deveriam ser livres para viver e experimentar sua vida, rezando para quem quiser, namorando quem quiser, alimentando-se como quiser, trabalhando no que mais lhe agrada, mas liberdade demais gera caos e, como nem todo mundo está em sintonia, ainda se faz necessário rotular, regulamentar, militar, exigir e se desgastar.

Limitar! E também romper limites. Contraditório, assim como a própria vida.

Crenças limitantes de que só o que um livro diz é correto, perante a imensidão de toda uma criação de mundo, espaço e tempo, que não foi a mão humana que fez ou pensou!

Ah! Está aí algo que o coletivo concorda, pois sabemos que, se fosse pela evolução humana, nunca conseguiria o homem criar tamanha maravilha, deixar tudo numa órbita perfeita, agindo e reagindo com a gravidade, e ao mesmo tempo conectar tudo e todos, cada célula, cada átomo, cada farelo de existência por meio de uma frequência particular que se conecta a outras.

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Porém uma das limitações da mente é que não compreendemos quem nos fez ou criou de fato tudo, mas somos ótimos em nos apropriarmos de técnicas criadas pelos outros, chamando-as de nossas, fisicaquanticamente falando (isso foi uma piada; se você não riu, ok).

Mas o que nos limita, então?

Achou que eu iria trazer vários passos que descrevem a crença limitante, falar para você o que te limita ou tentar te persuadir a comprar um curso quântico caríssimo que vai revolucionar sua vida, girando todas as chaves de uma fechadura imaginaria do teu próprio ser?

Meus caros, eu vos pergunto: o que te limita? Desde o começo foi uma pergunta… Consegue encontrar a resposta?

Deixe nos comentários, se consegue!

Gratidão.

Sobre o autor

Jonatan Fortunato

Gaúcho, taurino, estudante de pedagogia, técnico em informática, foi diretor do Portal Mundo Angel, voltado para cultura e diversidade da cidade de Porto Alegre, em 2006.

Professor de informática em projetos como “Escola aberta”, professor de informática para alunos da APAE, utiliza a cromoterapia e a musicoterapia para o estímulo sensorial dos alunos.

Atuou na rede municipal de ensino na EJA (Educação de Jovens e Adultos).

Trabalhou na Coordenadoria de Educação, promovendo a gestão de pessoas e cursos facilitadores de funcionários e alunos da rede, como Pronatec e outros voltados para as TICs.

Faz mentorias de cursos de atualização e reciclagem para professores.

Estudioso da teologia das religiões e filosofias de vida, amante de terapias alternativas.

Poeta da vida, cada verso que escreve é a captação da presença energética de uma situação, sentimento ou pessoa.

Autor dos livros: “Versos rabiscados em bilhetes", "Pétalas ao vento", "Versos engarrafados", "Florescer", "Coisas de mãe" e "Para sempre amor".

Participou do livro "Histórias que fazem bem", da autora Leticia Wierzchouski.

Membro do Clube de autores desde 2013.

Espirituralista desde a infância, acompanha o movimento espírita desde os nove anos de idade, frequentando kardecismo, umbanda e grupos de cura por meio da crença da energia e do espírito.

Terapias alternativas que pratica e estuda: canalizacão de energia por meio de cristais, aromaterapia, florais, passe através das mãos, massagem energética, reiki e apaixonado pela egrégora da Mestra Kuan In.

Email: filosofojf@gmail.com
Instagram: jonatan.fortunato