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O que os tesouros fazem?

Um homem de negócios vestido com roupas formais está no foco da imagem. Ele abre seu terno e mostra várias notas de dólares espalhadas pelos seus bolsos.
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Escrito por Luiz Guimaraes

Lembramos a necessidade do desapego dos bens materiais, já que o Espírito é que é imortal. O artigo questiona o impacto da riqueza, mostrando como ela pode ser uma prova de virtude ou vaidade. Quer entender como usar seus tesouros de forma construtiva? A resposta está no seu coração e nas suas ações.

“Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam” (Mateus 6:20).

Obviamente, não devemos ser contra a riqueza. Aliás, ela constitui-se numa grande oportunidade para quem a possui. Contudo, é preciso administrá-la com sabedoria.

O poder corrói nosso interior e leva-nos ao precipício da avareza, arrogância e do desamor.

A riqueza nos dá conforto, fartura, entre outras coisas que podemos desfrutar. Mas não raro, envolvemo-nos de forma tão arraigada com os bens materiais, facilitando os excessos de toda ordem, que poderão nos prejudicar por negligenciarmos a ação mais valiosa que devemos realizar: a caridade!

A riqueza tem força para nos deixar “acima da lei”, afastando-nos do bom senso. Trata-se de uma prova para aqueles “felizardos”, que se deslumbram com as coisas efêmeras, onde o tempo dará o devido desgaste dessa propriedade transitória.

A propósito, vejamos o que diz o Espírito André Luiz, no Livro “O Espírito da Verdade”, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pág.9: “Quem faz circular os empréstimos de Deus, renova o próprio caminho”. Aqui temos o exemplo de como vivenciarmos a riqueza.

No “Livro dos Espíritos” Q-815, observamos: “Qual das duas provas é mais terrível para o homem, a da desgraça ou a da riqueza? R – “São-no tanto uma quanto outra. A miséria provoca as queixas contra a Providência, a riqueza incita a todos os excessos.” Então, quando perguntamos o que os tesouros fazem por nós, podemos questionar, também o que se segue: “o que podemos fazer com os nossos tesouros?”.

Aqueles que multiplicam e prosperam dando emprego e dignidade ao seu semelhante, estão plantando uma semente que favorecerá a todos. Essa visão altruísta ajuda e promove o próximo, sendo essa atitude agradável a Deus, já que a riqueza se transforma em progresso e bem-social.

Três voluntários estão participando de uma ação de doações em um voluntariado.
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Lembremo-nos sempre de que possuímos os verdadeiros tesouros recebidos do Criador: os nossos talentos. Desenvolvê-los, aprimorá-los e multiplicá-los deve ser uma prioridade em nossas existências. São eles que integram a nossa evolução espiritual, através do trabalho e da fraternidade entre todos nós.

No Livro “Dinheiro”, pág.5, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, temos: “Assim também não é o dinheiro que nos condena aos processos da angústia. É a nossa maneira de empregá-lo, quando nos esquecemos de facilitar a corrente do progresso, através da ação diligente na fraternidade e do devotamento ao bem, com que nos cabe colaborar no engrandecimento do trabalho e da vida”.

Nunca é demais ressaltar que ao nascermos nada trazemos e, no desencarne, nada levamos. Nessa dualidade, a única coisa nossa é a consciência! Ela jamais nos abandonará. Faz parte da Centelha Divina que enseja o brilho da nossa luz, ao nos desvencilharmos do Dédalo que aprisiona as nossas imperfeições.

Joel Goldsmith informa no seu Livro “Um Parêntese na Eternidade”, pág.45: “Qualquer que seja a lei posta em ação hoje, retornará a nós amanhã, no ano que vem, daqui a dez ou mil anos. Em outras palavras, hoje estamos criando nossos amanhãs, mesmo que seja no próximo século, e o outro e mais outro”.

O “Livro dos Espíritos”, na questão – 918, aponta-nos: “Por que indícios se pode reconhecer em um homem o progresso real que lhe elevará o Espírito na hierarquia espírita? R – O espírito prova a sua elevação, quando todos os atos de sua vida corporal representam a prática da lei de Deus e quando antecipadamente compreende a vida espiritual” (pratiquemos a caridade antes que nos peçam).

Sobre o autor

Luiz Guimaraes

Sou médico diplomado no ano de 1972, pela Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco. Já era funcionário do Banco do Brasil e em 1977 assumi o cargo de médico no serviço da Instituição. Em 1988, assumi a chefia daquele serviço e em 1996 aposentei-me. Escrevo para o Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco (ambos em Recife) sobre a Doutrina Espírita e também sobre nossa conjuntura política. Sou membro efetivo da Academia Pernambucana de Música desde 1998.

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