O fato de ninguém gostar de levar um fora em um namoro ou casamento é assunto de comum acordo para grande maioria. Não saber lidar com essas situações pode se tornar o pior dos mundos, a ponto de transformar a vida das pessoas num verdadeiro inferno. Sensação de derrota, somada ao apego desenvolvido no tempo da relação podem servir como perigosos gatilhos emocionais para que toda sorte de atitudes impensadas tomem posse do indivíduo descartado.
Entre as inúmeras respostas que surgem quando se é rejeitado, os sentimentos mais comuns que sobrevêm são os de isolamento, desolação e tristeza profunda. Para lidar com todo este turbilhão emocional alguns mecanismos compensatórios de sobrevivência costumam ser acionados, muitas vezes levando as pessoas a pensarem e sentirem coisas do tipo como se a parceria afetiva nem fosse tão boa assim e que o rompimento teria sido a melhor coisa que poderia ter acontecido.
Por outro lado, e dependendo de determinadas características de personalidade, outros sentimentos não tão simples e nem tão fáceis de se lidar podem surgir. Se a pessoa excluída da relação já vem com excessivas tendências de ciúmes, posse e outras características que podem evidenciar traços de prejuízo psicológico relacionados ao narcisismo perverso ou a psicopatias, a situação pós-separação pode complicar bastante.
Em geral, quando ocorre um rompimento, qualquer pessoa pode ser acometida por algum período de inconformismo e de busca de resgate da relação.
São nessas horas que costumam borbulhar promessas de melhoria pessoal e tentativas de acertos, mas o perigo está na ultrapassagem da linha vermelha. Alguns por não suportarem derrotas ou mesmo por estarem envolvidos demais acabam correndo o risco de passarem do ponto, até que no final, pelo excesso de insistência, acabam por fazer com que o outro apenas confirme mais ainda que os motivos que o levaram para a decisão de se separar estavam corretos.
Em casos mais patológicos, a história se revela de modo distinto. O narcisista perverso, magoado por ter sido revelado que ele efetivamente não é “o cara”, de inicio fará de tudo e mais um pouco para que a sua ex-vítima escolhida volte a dormir, para tanto, inventará mil e uma armadilhas de sedução e de conquista que, a essa altura, não mais farão eco.
Após muita insistência, na segunda parte da percepção de que a sua perda afetiva é de fato real e de que, portanto, não mais ocupa o lugar especial que sustentava em detrimento da pessoa com quem mantinha o relacionamento, alguns destilam todo ódio, com agressões verbais e, às vezes, físicas. Na sequência, por mais incrível que possa parecer, viram as suas bússolas internas para outros horizontes, em busca de novas vítimas, apagando toda conexão que um dia tiveram, afinal, foram feridos no lugar onde mais lhes pode doer, que é em seu narcisismo. Se houver filhos, a ex será eternamente vista como a vilã da história, por não ter validado o merecido lugar de supremacia do Olimpo que eles alucinam pertencer.
Se acaso o excluído da relação tiver tendências psicopáticas a situação de rejeição pode eliciar movimentos perigosos, obsessivos e, infelizmente, sem término. Muitas vezes, as ex-vítimas necessitam do auxílio da justiça para que alguém possa intervir dando algum tipo de freio neles. Eles têm um alvo com um objetivo oculto de extermínio e funcionam desde o momento em que escolhem as suas vítimas, como uma espécie de matadores silenciosos, e isso infelizmente não termina no rompimento da relação. É praticamente impossível eles desistirem dos seus alvos.
Saber com quem se está lidando logo ao iniciar um relacionamento pode valer a qualidade da sua vida e, em alguns casos, a vida em si.
Dependendo do caso, tratamentos psicológicos e, muitas vezes, psiquiátricos são de grande ajuda. Em casos mais graves, a possibilidade terapêutica não é aceita porque os protagonistas dificilmente entendem que têm alguma questão a ser tratada e o ex sempre será o culpado de tudo.
Tanto homens como mulheres podem passar por esse tipo de situação.
Ter um olhar esclarecido sobre o que pode estar ocorrendo se houver alguma dúvida no ambiente relacional pode ser o divisor de águas mais importante de sua sagrada jornada. Tanto homens como mulheres podem passar por esse tipo de situação.
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Recado: ao iniciar um relacionamento e mesmo quando ele estiver em curso, independentemente do tempo em que se está nele, se houver algum desconforto, saiba se ouvir e busque saber a raiz do que te incomoda. Jamais ceda a um mal-estar difuso, intermitente e sequencial. Esteja alerta por que, com o tempo, a tendência é de se acostumar com as rachaduras na parede achando que uma baixa qualidade de vida é normal.
Quanto mais despertos, melhor!