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O que são os sonhos?

Mulher deitada numa cama dormindo.
fizkes / 123rf
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Entre os maiores mistérios da humanidade, um deles é um grande enigma desde sempre, que ainda está longe de ser desvendado: o mundo dos sonhos. Há quem pense que sonhos são puramente manifestações aleatórias do inconsciente e há até quem acredite em mensagens divinas. Mas, afinal, o que são sonhos?

O que é um sonho?

Em resumo, o sonho é uma experiência envolvendo imaginação, inconsciente e, para alguns, espiritualidade. O fato é que é uma projeção da nossa mente que ocorre quando estamos dormindo. Para se ter uma ideia, até mesmo bebês ainda no útero sonham durante a fase de sono REM (movimentos rápidos dos olhos).

Com o que sonham bebês no útero? Por que sonhamos com o que sonhamos? Sonhos têm significados ou são mera aleatoriedade? Preparamos este artigo para fazer algumas discussões a respeito disso, mas entenda que não há resposta definitiva, já que ainda sabemos muito pouco sobre o mundo sonhos.

Por que sonhamos?

A verdade é que não se sabe. O que temos são teorias. Há quem pense que é o divino se comunicando, há quem acredite que são manifestações dos nossos desejos reprimidos, há quem fale sobre aleatoriedade e os mais racionais, como o renomado psiquiatra norte-americano John Allan Hobson, que falam sobre “mero subproduto da atividade cerebral noturna”. Ou seja, sem significado.

A verdade é que não sabemos muito qual é a função do sonho, visto que estudos comparativos entre pessoas que relatam ter sonhado toda noite e pessoas que relatam nunca sonhar não mostram resultados muito diferentes no comportamento e no impacto dos sonhos na vida dessas pessoas.

Enfim, o fato é que o sono é necessário para que a nossa mente e o nosso corpo descansem, então podemos dizer que o sonho faz parte desse estado de relaxamento. Até porque ele só ocorre durante a fase de REM, nos adultos, que exige sono profundo. Isto é, bastante relaxamento.

Os sonhos ao longo da história

Para se ter uma ideia de como os sonhos fascinam o ser humano, os primeiros registros de tábuas de barro retratando sonhos remontam aos anos 4.000 a.C. Ou seja, desde uma época muito primitiva, o ser humano tenta entender o que são os sonhos, quais são os significados deles etc.

O que sabemos é que até o surgimento de civilizações como os egípcios, os gregos e os romanos, o mais comum é que os povos primitivos (como outros tantos indígenas fazem até hoje) pensassem nos sonhos como uma continuação da realidade, não fazendo distinção entre mundo onírico e mundo real.

Quando o Egito, a Roma Antiga e a Grécia começaram a ascender e dominar a cultura global, os sonhos começaram a ser relacionados a manifestações divinas, visto que essas três civilizações eram bastante religiosas, cada uma à sua maneira e seguindo suas próprias crenças e seus próprios deuses e divindades.

Mulher dormindo enquanto a cama e outros objetos voam entre as nuvens em sono profundo
Yuganov Konstantin / Shutterstock

Na Grécia, por exemplo, foram até mesmo construídos templos onde as pessoas poderiam ir simplesmente dormir sob as bênçãos dos deuses, especialmente de Morfeu, que era ninguém menos do que o deus do sonho.

No Egito também era comum que os sacerdotes fossem chamados para interpretar os sonhos de faraós e outros líderes, que eram sempre considerados proféticos e premonitórios.

O cristianismo usa bastante a figura do sonho como comunicação entre Deus e o ser humano, o que ajudou a popularizar a crença de que os sonhos estão conectados ao divino.

Durante a Idade Média, isso mudou, pois a Igreja começou a considerar os sonhos como manifestações demoníacas, como oportunidades de sucumbir a tentações que a moral da vida desperta afastava, e aqui nasce a interpretação dos sonhos como nossos desejos ocultos ou reprimidos.

A partir do século 19, com a modernização da medicina, a separação entre Igreja, ciência e Estado, bem como com o desenvolvimento de campos do conhecimento como psicologia, psiquiatria e psicanálise, os sonhos foram sendo afastados de puramente espirituais para ganharem significados científicos e psicológicos.

Sonhos para a ciência

A ciência não tem uma explicação exata a respeito do que são os sonhos. O mais provável e aceito é que os sonhos tenham uma função importante para o desenvolvimento do nosso sistema nervoso central, porque quanto mais jovem a pessoa, maior é a quantidade de sono REM e, consequentemente, o número de sonhos.

Além disso, a ciência também explica por que nos lembramos de alguns sonhos e de outros não nos recordamos: costumamos lembrar de sonhos que são interrompidos, ou seja, dos quais despertamos abruptamente. Além disso, é comum que, entre 10 e 15 minutos depois de acordarmos, recordemos o que foi sonhado — e depois vamos nos esquecendo gradualmente, não se sabe por quê.

Sonhos para a Bíblia

Segundo a Bíblia, os sonhos podem ser um meio usado por Deus para se comunicar com os seres humanos, mas isso não significa que o Senhor sempre vá fazer isso. Se apenas alguns sonhos têm propósito na Bíblia — e isso para figuras importantes para o cristianismo — então é de se supor que a maioria dos sonhos seja comum.
Os sonhos aparecem na Bíblia, por exemplo, para alertar cristãos, como em Mateus 2:12; para revelar uma profecia, como acontece com José, no Velho Testamento (Gênesis 37:5); e também para encorajar pessoas que estão em dúvida, como em Juízes 7:13.

Sonhos para a psicanálise

Segundo a obra de Freud, pai da psicanálise, o conteúdo dos sonhos está sempre relacionado à realização de um desejo que muitas vezes reprimimos na vida desperta. Por isso ele divide o sonho em duas partes: sentido manifesto (aquilo que “vimos” no sonho) e sentido latente (o significado por trás dele).

Dessa forma, sua obra “A interpretação dos sonhos” nos diz que o superego, que é o nosso “censor”, coloca a fachada (sentido manifesto) para camuflar o nosso verdadeiro desejo, pois muitas vezes temos medo e vergonha do conteúdo dele.

Tipos de sonhos

Mais do que entender o significado dos sonhos, é importante conhecer os tipos de sonhos, porque assim, de acordo com aquilo em que você acredita e que faz mais sentido para você, será possível interpretá-los corretamente. Confira os principais tipos de sonhos:

  • Premonitórios:

São sonhos que nos advertem ou avisam a respeito de algo que vai acontecer, normalmente algo negativo e/ou perigoso. As pessoas que têm esses sonhos normalmente são consideradas sensitivas, por ter conexões com as dimensões espirituais do Universo.

  • Lúcidos:

Os sonhos lúcidos são aqueles que nós conseguimos conduzir e nos quais podemos interagir de maneira consciente e ativa com pessoas, situações, ambientes e tudo o mais que aparece por ali. Esse tipo de sonho exige técnica e bastante estudo para se tornar possível.

  • Telepáticos:

São bem raros, mas acontecem: são sonhos nos quais nos comunicamos com outras pessoas, sejam vivas ou não. No caso das vivas, é comum que elas tenham um sonho parecido ou, ao menos, um sonho no qual você apareça e se comunique, mesmo que a mensagem seja diferente.

  • Vidência:

São sonhos que nos revelam algo que, de maneira lógica e racional, não poderíamos saber. Ao contrário dos premonitórios, eles não revelam o futuro, mas algo que está se passando no presente, porém sem o nosso conhecimento ou a nossa consciência.

  • Pesadelos:

Normalmente revelam nossos medos, nossas vergonhas, traumas ou dores que ainda não foram curadas, alertando-nos a respeito da necessidade de se recuperar disso para ter uma vida mais saudável.

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Enfim, agora que você entendeu o que algumas religiões, civilizações e campos do conhecimento pensam sobre os sonhos, chegou a sua vez: qual é a sua opinião sobre os sonhos? Qual é o significado deles? De acordo com a sua opinião, os sonhos podem trazer mensagens e insights importantes.

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