Entre os maiores mistérios da humanidade, um deles é um grande enigma desde sempre, que ainda está longe de ser desvendado: o mundo dos sonhos. Há quem pense que sonhos são puramente manifestações aleatórias do inconsciente e há até quem acredite em mensagens divinas. Mas, afinal, o que são sonhos?
Direto ao ponto
O que é um sonho?
Em resumo, o sonho é uma experiência envolvendo imaginação, inconsciente e, para alguns, espiritualidade. O fato é que é uma projeção da nossa mente que ocorre quando estamos dormindo. Para se ter uma ideia, até mesmo bebês ainda no útero sonham durante a fase de sono REM (movimentos rápidos dos olhos).
Com o que sonham bebês no útero? Por que sonhamos com o que sonhamos? Sonhos têm significados ou são mera aleatoriedade? Preparamos este artigo para fazer algumas discussões a respeito disso, mas entenda que não há resposta definitiva, já que ainda sabemos muito pouco sobre o mundo sonhos.
Por que sonhamos?
A verdade é que não se sabe. O que temos são teorias. Há quem pense que é o divino se comunicando, há quem acredite que são manifestações dos nossos desejos reprimidos, há quem fale sobre aleatoriedade e os mais racionais, como o renomado psiquiatra norte-americano John Allan Hobson, que falam sobre “mero subproduto da atividade cerebral noturna”. Ou seja, sem significado.
A verdade é que não sabemos muito qual é a função do sonho, visto que estudos comparativos entre pessoas que relatam ter sonhado toda noite e pessoas que relatam nunca sonhar não mostram resultados muito diferentes no comportamento e no impacto dos sonhos na vida dessas pessoas.
Enfim, o fato é que o sono é necessário para que a nossa mente e o nosso corpo descansem, então podemos dizer que o sonho faz parte desse estado de relaxamento. Até porque ele só ocorre durante a fase de REM, nos adultos, que exige sono profundo. Isto é, bastante relaxamento.
Os sonhos ao longo da história
Para se ter uma ideia de como os sonhos fascinam o ser humano, os primeiros registros de tábuas de barro retratando sonhos remontam aos anos 4.000 a.C. Ou seja, desde uma época muito primitiva, o ser humano tenta entender o que são os sonhos, quais são os significados deles etc.
O que sabemos é que até o surgimento de civilizações como os egípcios, os gregos e os romanos, o mais comum é que os povos primitivos (como outros tantos indígenas fazem até hoje) pensassem nos sonhos como uma continuação da realidade, não fazendo distinção entre mundo onírico e mundo real.
Quando o Egito, a Roma Antiga e a Grécia começaram a ascender e dominar a cultura global, os sonhos começaram a ser relacionados a manifestações divinas, visto que essas três civilizações eram bastante religiosas, cada uma à sua maneira e seguindo suas próprias crenças e seus próprios deuses e divindades.
Na Grécia, por exemplo, foram até mesmo construídos templos onde as pessoas poderiam ir simplesmente dormir sob as bênçãos dos deuses, especialmente de Morfeu, que era ninguém menos do que o deus do sonho.
No Egito também era comum que os sacerdotes fossem chamados para interpretar os sonhos de faraós e outros líderes, que eram sempre considerados proféticos e premonitórios.
O cristianismo usa bastante a figura do sonho como comunicação entre Deus e o ser humano, o que ajudou a popularizar a crença de que os sonhos estão conectados ao divino.
Durante a Idade Média, isso mudou, pois a Igreja começou a considerar os sonhos como manifestações demoníacas, como oportunidades de sucumbir a tentações que a moral da vida desperta afastava, e aqui nasce a interpretação dos sonhos como nossos desejos ocultos ou reprimidos.
A partir do século 19, com a modernização da medicina, a separação entre Igreja, ciência e Estado, bem como com o desenvolvimento de campos do conhecimento como psicologia, psiquiatria e psicanálise, os sonhos foram sendo afastados de puramente espirituais para ganharem significados científicos e psicológicos.
Sonhos para a ciência
A ciência não tem uma explicação exata a respeito do que são os sonhos. O mais provável e aceito é que os sonhos tenham uma função importante para o desenvolvimento do nosso sistema nervoso central, porque quanto mais jovem a pessoa, maior é a quantidade de sono REM e, consequentemente, o número de sonhos.
Além disso, a ciência também explica por que nos lembramos de alguns sonhos e de outros não nos recordamos: costumamos lembrar de sonhos que são interrompidos, ou seja, dos quais despertamos abruptamente. Além disso, é comum que, entre 10 e 15 minutos depois de acordarmos, recordemos o que foi sonhado — e depois vamos nos esquecendo gradualmente, não se sabe por quê.
Sonhos para a Bíblia
Segundo a Bíblia, os sonhos podem ser um meio usado por Deus para se comunicar com os seres humanos, mas isso não significa que o Senhor sempre vá fazer isso. Se apenas alguns sonhos têm propósito na Bíblia — e isso para figuras importantes para o cristianismo — então é de se supor que a maioria dos sonhos seja comum.
Os sonhos aparecem na Bíblia, por exemplo, para alertar cristãos, como em Mateus 2:12; para revelar uma profecia, como acontece com José, no Velho Testamento (Gênesis 37:5); e também para encorajar pessoas que estão em dúvida, como em Juízes 7:13.
Sonhos para a psicanálise
Segundo a obra de Freud, pai da psicanálise, o conteúdo dos sonhos está sempre relacionado à realização de um desejo que muitas vezes reprimimos na vida desperta. Por isso ele divide o sonho em duas partes: sentido manifesto (aquilo que “vimos” no sonho) e sentido latente (o significado por trás dele).
Dessa forma, sua obra “A interpretação dos sonhos” nos diz que o superego, que é o nosso “censor”, coloca a fachada (sentido manifesto) para camuflar o nosso verdadeiro desejo, pois muitas vezes temos medo e vergonha do conteúdo dele.
Tipos de sonhos
Mais do que entender o significado dos sonhos, é importante conhecer os tipos de sonhos, porque assim, de acordo com aquilo em que você acredita e que faz mais sentido para você, será possível interpretá-los corretamente. Confira os principais tipos de sonhos:
- Premonitórios:
São sonhos que nos advertem ou avisam a respeito de algo que vai acontecer, normalmente algo negativo e/ou perigoso. As pessoas que têm esses sonhos normalmente são consideradas sensitivas, por ter conexões com as dimensões espirituais do Universo.
- Lúcidos:
Os sonhos lúcidos são aqueles que nós conseguimos conduzir e nos quais podemos interagir de maneira consciente e ativa com pessoas, situações, ambientes e tudo o mais que aparece por ali. Esse tipo de sonho exige técnica e bastante estudo para se tornar possível.
- Telepáticos:
São bem raros, mas acontecem: são sonhos nos quais nos comunicamos com outras pessoas, sejam vivas ou não. No caso das vivas, é comum que elas tenham um sonho parecido ou, ao menos, um sonho no qual você apareça e se comunique, mesmo que a mensagem seja diferente.
- Vidência:
São sonhos que nos revelam algo que, de maneira lógica e racional, não poderíamos saber. Ao contrário dos premonitórios, eles não revelam o futuro, mas algo que está se passando no presente, porém sem o nosso conhecimento ou a nossa consciência.
- Pesadelos:
Normalmente revelam nossos medos, nossas vergonhas, traumas ou dores que ainda não foram curadas, alertando-nos a respeito da necessidade de se recuperar disso para ter uma vida mais saudável.
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Enfim, agora que você entendeu o que algumas religiões, civilizações e campos do conhecimento pensam sobre os sonhos, chegou a sua vez: qual é a sua opinião sobre os sonhos? Qual é o significado deles? De acordo com a sua opinião, os sonhos podem trazer mensagens e insights importantes.