Comportamento

O simbolismo do Carnaval. A relação cultural e as religiões

Itens e decorações de carnaval.
Alexander Raths / 123RF
Escrito por Eu Sem Fronteiras

No Brasil, o ano só começa depois do Carnaval, né? Uma das festividades mais marcantes da nossa cultura, o Carnaval é um evento aguardado durante todo o ano não só pelo feriado, mas também pela folia. Desfiles de escolas de samba, bloquinhos de rua, festas à fantasia, calor, bebida, confete, serpentina e samba são características inesquecíveis dessa festa.

Mas será que o Carnaval pode ser resumido por acessórios brilhantes e por uma música contagiante? Existe uma verdade sobre o Carnaval que até quem não é muito fã da folia vai adorar conhecer. Além dos símbolos que estão presentes nesta festa, você também vai entender se existe alguma relação entre Carnaval e religião. É hora de se jogar!

Símbolos do Carnaval

1) Rei Momo

Rei Momo.
Chico Peixoto / LeiaJá Imagens

Uma figura popular do Carnaval é o Rei Momo. Em geral, é um homem gordo que está sempre sorrindo e se divertindo. Ele usa uma coroa que parece a de um bobo da corte e uma roupa bem colorida. Em algumas comemorações, o boneco do Rei Momo é queimado, porque quando essa figura surgiu no Brasil, em 1933, o objetivo dela era encerrar, simbolicamente, todas as coisas ruins que poderiam atrapalhar a vida de alguém. Momo, que significa “reclamação” em grego, é o conjunto de tudo isso. Quando queimado, traz alívio e alegria para a população.

2) Pandeiro

Um instrumento essencial para produzir o som que acompanha o samba, o pandeiro é outro símbolo do Carnaval. Ele é feito a partir do couro de um animal, que é esticado em uma madeira circular. O pandeiro pode apresentar pequenos pratos que trazem um som de tilintar para a festa. O pandeiro tornou-se um símbolo desta festa por ser impossível dissociar o Carnaval do samba.

3) Máscara

Máscara de Carnaval
Pixabay / Pexels

Em Veneza, na Itália, no século XVII, as pessoas da nobreza colocavam máscaras no rosto para aproveitar o Carnaval em meio ao povo sem serem identificadas. Atualmente, embora este não seja mais o objetivo de quem usa as máscaras, o acessório continua sendo um adereço luxuoso e refinado para quem quer um Carnaval um pouco mais chique, podendo ser comemorado até mesmo em salões.

4) Samba

O samba é o ritmo que embala o Carnaval no Brasil. Esse tipo de música tornou-se o hino da celebração por ser o que mais tocava quando o Carnaval começou a ser comemorado no país. As batidas de origem africana trazem alegria, animação e ritmo para as pessoas que dançam tirando os pés do chão e remexendo todo o corpo.

5) Confete e serpentina

Confetes e serpentes.
foodandmore / 123RF

Os confetes e as serpentinas não podem faltar na folia. São eles que marcam toda a festa e toda a alegria do Carnaval, mesmo que façam um pouco de sujeira. Em Veneza, estes acessórios eram feitos de açúcar, deixando o Carnaval saboroso. Na França, jogavam flores e grãos para cima, que poderiam ou não estar cobertos de açúcar. O Brasil incorporou o açúcar por uma época, mas logo o substitui pelo papel picado. A serpentina surgiu na França, em 1893, quando decidiram jogar rolos de telégrafos para o alto.

6) Pierrô, Arlequim e Colombina

Arlequim está chorando pelo amor de Colombina, no meio da multidão… a música que cita a existência de dois personagens do trio mais famoso do Carnaval pode encantar qualquer um! A história, que surgiu na Itália, no século XVI, é a seguinte: Pierrô, Arlequim e Colombina são os funcionários de um mercado. Pierrô amava Colombina, que, por sua vez, amava Arlequim. Esse triângulo amoroso pode ser incorporado de inúmeras formas em fantasias!

7) Fantasias

Mulheres fantasiadas tirando selfie.
Quiten de Graaf / Unsplash

Assim como as máscaras de Carnaval, as fantasias cumpriam, na Itália, o papel de esconder as pessoas nobres das pessoas comuns, permitindo que elas aproveitassem a festa sem serem identificadas. Atualmente, as fantasias são elementos divertidos e diferentes para que cada pessoa possa ser um personagem durante a folia.

8) Sombrinhas de frevo

As sombrinhas de frevo são como pequenos guarda-chuvas coloridos e decorados. A princípio, eram usadas em Pernambuco por grupos de capoeira que protegiam as bandas de grupos musicais rivais. Como as armas são proibidas nesta festa, o guarda-chuva parecia o instrumento mais adequado. Agora as sombrinhas de frevo são usadas em coreografias e em fantasias, trazendo um novo significado para este acessório.

9) Bonecos gigantes

Bonecos gigantes de Olinda.
Pernambuco Brasil / Divulgação

Os bonecos gigantes não passam despercebidos no Carnaval. São eles que mostram onde a festa está acontecendo e em qual ponto da rua os foliões podem se acumular. São mais comuns em Olinda, em Pernambuco, mas ainda são muito usados em outras regiões do Brasil. Em geral, representam personagens da população que também estão tirando o dia para pular Carnaval.

10) Desfiles de escolas de samba

Os desfiles de escolas de samba são outra característica marcante do Carnaval. As escolas preparam-se durante todo o ano para criar alegorias, fantasias e um samba-enredo que traga uma mensagem sobre o mundo ou sobre o Brasil. É um evento televisionado, mas que pode ser conferido ao vivo nos sambódromos do Rio de Janeiro e de São Paulo, Estados onde a celebração é mais tradicional.

11) Marchinhas

Pessoas se divertindo no carnaval.
Luiza Guedes

Com letras que estão sendo atualizadas com o tempo, as marchinhas de Carnaval já foram repletas de preconceito e de opressão. Nos dias de hoje, as marchinhas são músicas que as pessoas cantam enquanto se divertem, podendo envolver o samba como ritmo ou apenas palavras ditas em forma de poesia. Quantas marchinhas você conhece?

12) Lança-perfume

Hoje em dia, lança-perfume é uma droga ilegal que pode provocar inúmeros malefícios para quem a ingere. No século IX, no entanto, a ideia do lança-perfume foi concebida como bolas de cera recheadas de perfume. Eram chamadas de limões de cheiro. Depois, no século XX, o lança-perfume surgiu como um spray que entorpecia os sentidos, e só então passou a ser proibido.

Carnaval e religião

Passista de escola de samba no carnaval
Global_Pics / Getty Images Signature / Canva

Ainda que o Carnaval não seja considerado uma festa religiosa por muitas pessoas, para o cristianismo ocidental é uma data marcante. Traduzido como “a festa da carne”, o Carnaval é um momento de extravasar todos os desejos e emoções, aproveitar a vida mundana e comemorar ao máximo, para que no dia seguinte uma mudança aconteça.

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O Carnaval, para o cristianismo, é sempre realizado um dia antes do início da quaresma. Durante os quarenta dias da quaresma (início na quarta-feira de cinzas e fim na semana santa), as pessoas devem acompanhar Jesus no ato de carregar a cruz, direcionando os pensamentos para pureza e paz, visto que Cristo estaria pagando pelos pecados que todos cometeram.

Neste sentido, o Carnaval é uma despedida da vida de pecados, é quando as pessoas devem atender todas as suas vontades para que sejam pessoas melhores dali em diante. É a possibilidade de libertar todos os sentimentos negativos em forma de diversão e alegria, podendo ainda significar um momento para criticar o que não vai bem na sociedade. Você já tinha pensado no Carnaval desse jeito?

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