Imagine que você está com sono e decide que é hora de dormir. Aí você resolve verificar se as portas de casa estão fechadas, depois vai ao banheiro para escovar os dentes, mas alguma coisa te leva a verificar as portas novamente. Volta para o banheiro e resolve trocar de roupa, mas algo inconsciente te manda conferir novamente se as portas estão bem trancadas. Volta ao quarto e arruma o travesseiro, mas acha melhor ver mais uma vez só por desencargo. Finalmente, você se deita na cama e fecha os olhos, o sono é grande, mas a necessidade de checar as portas por mais uma vez é ainda maior. Volta, deita novamente e o sono vem, mas existe alguma coisa no seu íntimo te mandando ir lá checar outra vez, afinal não deve ter olhado corretamente da última vez. E assim segue a noite…
Pode parecer piada, mas só se for de extremo mau gosto. Pois esse tipo de comportamento acomete um número cada vez maior de pessoas. São as vítimas dos transtornos e comportamentos obsessivos. É uma necessidade extrema de repetir uma tarefa, uma ação, pensamento ou comportamento seguidas vezes, sem previsão de término. É como se a pessoa fosse um disco riscado que não consegue sair daquele ponto sem retornar tudo o que já fez. Pode se manifestar através de ações ou de pensamentos que são tão aprisionantes quanto algo concreto.
O curta abaixo exemplifica de forma lúdica como um transtorno obsessivo pode ser destrutivo para a pessoa portadora e mesmo assim ela não conseguir sair deste ciclo de obsessão. The Last Knit (O último tricotar) foi feito e setembro de 2005 pela finlandesa Laura Neuvonen e tem mais de 4 milhões de visualizações no YouTube. É uma forma simples e até divertida de discutir e fazer com que as pessoas reflitam sobre um assunto que não é tratado com a seriedade que merece. Confira:
Assim como a personagem do curta, milhões de pessoas ao redor do mundo se veem presas em padrões de comportamento. Infelizmente, a maior parte delas e das pessoas que convivem com outras portadoras desta obsessão não dão a real importância que o assunto merece. Os transtornos obsessivos compulsivos, conhecidos popularmente como TOC, podem começar de forma totalmente inofensiva com pequenas crises e se tornarem problemas sérios em que a qualidade de vida acaba e o risco de acidentes e transtornos maiores aumenta.
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É um distúrbio psiquiátrico e deve ser tratado como tal, com acompanhamento médico especializado e até mesmo prescrição de medicamentos dependendo do caso e do nível do problema. Se você percebe algum tipo de padrão em seu comportamento ou mesmo pensamento não hesite em procurar ajuda tanto de pessoas próximas quanto de médicos, pois é a sua vida que pode sofrer graves consequências. Não existe frescura quando o assunto é sério e pode comprometer a sua felicidade.
Texto escrito por Roberta Lopes da Equipe Eu Sem Fronteiras