Sair do corpo durante o sono é um mecanismo que ocorre toda vez em que estamos dormindo. É o momento em que nos encontramos com seres de luz e em lugares de outra dimensão. Portanto, tendo em nossa mente o pensamento de que foi em um sonho, como por encantamento, Helena Blavatsky (HPB) tomou conhecimento da existência de Shambala. E dessa ideia surgiu no terreno fértil da imaginação a incrível possibilidade, efetivamente, de alcançar o lugar místico.
Pois bem, a criatividade nos fornece asas para que possamos voar, mesmo em uma quimera, se assim for nosso desejo, enquanto descansamos. Sendo assim, cabe lembrar que existe uma técnica, chamada projeção astral, quando nossa consciência deixa o corpo físico, quando ocorre um deslocamento da realidade, tendo como finalidade se desencaixar da nossa estrutura física, o corpo; e ter a onírica sensação de estar do lado de fora do corpo humano.
Por meio desse método, de caráter experimental, diga-se de passagem, supomos, seria mesmo possível atravessar paredes, como fariam os fantasmas em filmes e em livros ou algo como bater asas e sobrevoar a imensidão do céu azul. Além de visitar cidades extrafísicas. Bom, a partir desse prólogo, estabelecemos, poderíamos dizer, um mapa de viagem. Aliás viagem astral, uma experiência em que sairíamos do nosso corpo, de carne e osso, tendo a percepção do ambiente em que estamos inseridos, às vezes, para se relacionar com pessoas que são projetadas no sonho.
Partindo desse princípio, a projeção consciente, quando o emocional se afasta do biológico, o conhecido voo xamânico, ou OOBE (Out of Body Experience), que ocorre enquanto dormimos, em nosso cérebro, ao descansar, altera as ondas cerebrais, mudando sua frequência, instigando nossa matéria, o corpo, a um relaxamento profundo. Sendo assim, nosso destino escolhido, nesse devaneio, foi o de conhecer Shambala, o local místico, citado por textos sagrados, em muitas tradições espirituais do Oriente.
Entretanto, nem tudo são flores, mesmo se falando sobre o mundo de Morfeu, não aquele do filme “Matrix”, mas nos referimos ao deus do sonho da mitologia grega. Enfim, voltando à linha de raciocínio anterior, como diria Sherlock Holmes, elementar, as rosas também possuem espinhos, que podem arranhar e cortar nossos dedos.
Então, no estágio seguinte, passei a ter, sentir, perceber-me, no mundo astral, em outra dimensão energética, em uma mudança de padrões vibracionais. Enfim, estava indo, movendo-me de um local ao outro, no rumo do Tibete, região autônoma da China, por sua localização, em altíssimos picos, conhecida como o “Teto do Mundo”.
Portanto, era como se estivesse na incrível busca fantástica pela pedra filosofal, dos alquimistas, ou algo mais fabuloso, como encontrar pérolas da sabedoria esotérica; ou mesmo a cura espiritual dos males da alma.
De repente, assim do nada, em um sobressalto, estava, literalmente, viajando em um devaneio, sobrevoando, em um tapete mágico, como Aladim, o fictício personagem do conto árabe, que se tornou, ainda mais famoso, ao ser levado às telas, pela Disney. Pois bem, sobrevoava a cordilheira do Himalaia, entre suas montanhas cobertas de neve, em busca de algo mágico, o lugar místico, Shambala, de localização misteriosa.
Era algo, assim, definitivamente, inconcebível, aparentemente fruto de um desejo inconsciente, um sonho, sendo experimentado. Apesar dessa perspectiva, experimentava a total falta de certeza, a falta de exatidão, de não ter lugar nenhum para colocar as mãos, nem chão para pisar os pés, como se estivesse suspenso no ar.
No entanto, no fundo sabia de antemão, mesmo dormindo, das dificuldades; aliás, sempre elas entram em cena, fazendo seu teatro de adversidades. Sinceramente, na melhor das hipóteses, não estamos preparados para sentirmos, por meio da experiência, aquela sensação.
Adentrar no reino oculto da sabedoria, que estaria escondida no deserto de Gobi, na Mongólia, uma possibilidade, a morada dos mestres ascensos, como Chuang, um velho sábio chinês, que teria informado, em um sonho à Helena Blavatsky, em seu livro sobre a síntese da Ciência, Religião e Filosofia, chamado “A Doutrina Secreta”, que por esse veículo informou ao mundo ocidental sobre a cidade sagrada multidimensional, de conhecimento e elevação espiritual, onde apenas os puros de coração poderiam visitar.
Porém, apesar da lenda dos budistas tibetanos, deveria atravessar uma ponte, um portal interdimensional, que existiria entre dois mundos, o de carne e osso da matéria e o sublime, o transcendental, o espiritual. Enfim, uma longa jornada por desertos e montanhas, em um nítido crescimento espiritual. O despertar, o encontro, o caminho interior.
Isso, por sua vez, nos lembra uma antiga história, muito popular no Tibete, na Índia, na China e no Japão, sobre um jovem entusiasta, de boa conduta e bom karma, em sua insólita demanda, na procura do misterioso reino místico.
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O jovem havia percorrido, a passos firmes, cheio de propósito, e com muito esforço; então, encontrou em uma caverna, entre as montanhas rochosas, um velho sábio, talvez fosse Chuang. Todavia, o ancião, ao seu encontro, repleto de serenidade, lhe perguntou:
– Quais são suas metas que lhe fazem explorar essas profundas neves?
O sagaz rapaz, o bom menino, respondeu:
– Quero encontrar Shambala.
– Você não precisa ir longe – respondeu o ancião eremita.
– Contemplar Shambala está dentro do seu coração.