Como já falei em outros momentos, a minha relação com o Tarot remonta aos tempos da minha juventude e venho, desde essa época, me aprofundando nas questões que levaram à concepção desse maravilhoso oráculo.
Sempre tive curiosidade de saber qual é a mecânica de seu funcionamento e como podia atuar de forma tão precisa a ponto de consolidar — junto aos tarólogos e a quem nele crê — a afirmação de que as cartas não mentem jamais.
Como é isso? Como ele pode penetrar de maneira tão precisa no inconsciente das pessoas? Que energia o move? Por muito tempo se pensou no Tarot como uma prática mística e relacionada ao ocultismo porque o consideravam fora do campo da ciência. No entanto foi no âmbito da pesquisa da psicologia analítica que ganhou mais força o seu caráter científico.
Carl Gustav Jung, renomado psiquiatra suíço e idealizador da psicologia analítica, percebeu em seus estudos que o Tarot trazia em sua jornada arquetípica padrões comuns do comportamento humano — e que esses comportamentos estavam presentes no inconsciente coletivo, marcando toda a trajetória da História humana. Percebeu também que essa História, por sua vez, era retratada nas imagens dos Arcanos definidos em cada carta do Tarot.
A partir de então, o Tarot passou a ganhar outros contornos e ser visto não como uma mera magia praticada com o intuito de adivinhar o futuro, mas como algo que tinha sistema, técnica e lógica, com atuação direta no campo energético do inconsciente.
E como a questão passa por uma ação, ou seja, energia que se traduz em movimento, começamos a compreender mais sobre sua forma de agir quando, no início do século XX, o físico alemão Max Planck desenvolveu a teoria que deu origem à física quântica, fato que levou à constatação de que existe um campo de energia dentro e em torno de todas as coisas, desde as menores partículas atômicas até as galáxias mais distantes.
Enfim, tudo é energia, nós e tudo que amamos, odiamos, criamos e experimentamos. Dessa forma, o simples fato de pensar ou observar é um ato de criar — e a criação é um resultado da consciência.
É essa consciência que nos liga a tudo e a todos e não atua na relação espaço/tempo, mas por uma comunicação com o campo energético que se faz pela linguagem da emoção. Portanto nossas escolhas individuais se combinam com as escolhas dos demais e se tornam nossa realidade coletiva, ou seja, voltamos aos estudos e às constatações de Jung.
Assim, podemos afirmar que o tarot não é um simples jogo de adivinhação, e sim um organismo que busca alinhar os vários níveis de estado de consciência ao atuar no campo do inconsciente para promover o autoconhecimento e auxiliar na tomada de decisão.
Você também pode gostar
Foi seguindo essa lógica e considerando que o Tarot, por sua natureza arquetípica, tem uma presença transversal em vários aspectos da psique humana que desenvolvi o Tarot 360, um método de autoconhecimento que envolve diversos modelos terapêuticos e proporciona imediata clareza para tomar decisões com confiança tanto na vida pessoal quanto na profissional.