Todos nós, sem exceção, temos uma ideia, um conceito, uma forma de percepção ou sentimento sobre o que significa ou representa a felicidade. Neste sentido, observa-se que há uma variedade enorme de conceitos para o tema que, pela sua natureza, envolvem aspectos de cunho pessoal e levam em conta questões culturais, religiosas e morais.
Embora seja o principal sonho a ser alcançado por toda humanidade, pela sua subjetividade, a felicidade ainda pode ser considerada uma incógnita para a grande maioria das pessoas. Nas culturas ocidentais, que quase sempre são pautadas pelas teorias que sustentam a sociedade de consumo, na maioria das vezes, o entendimento sobre o conceito de felicidade passa pelo maior conflito deste modelo de convivência social: a eterna luta entre o ser e o ter.
Presos nesse confronto e convivendo com esse conflito, as pessoas vivem com o propósito de, a partir da sua compreensão, conquistar e alcançar a felicidade como um bem, uma propriedade, imaginando poder atingir um domínio sobre ela com uma condição de perenidade que duraria por toda sua existência.
No entanto, há quem diga que a felicidade não é um fim, mas a construção do caminho que nos conduz na jornada, ou seja, todo estado de felicidade deriva e é resultante das nossas ações e realizações. Isso quer dizer que tudo é decorrente da ação do espírito, do corpo sutil que é quem verdadeiramente faz com que o corpo material se mova expressando emoções, sentimentos, pensamentos e atitudes, condição que define um conjunto de manifestações que, em suas faces positivas, são combustíveis para a felicidade.
Essa constatação faz com que aqueles mais conscientes percebam a importância do espírito para essa condição, buscando a felicidade eterna no Eu interior. Mas, observando sob um contexto mais holístico, o que significa o Eu interior senão a expressão de quem verdadeiramente somos e como nos colocamos no todo, revelando nossa essência, nossos sonhos, qualidades, limitações e aspectos que precisam melhorar. Eles perceberam que se conhecer interiormente é conhecer o propósito de vida, seus valores, seus objetivos e crenças, independente do que os outros possam pensar. Enfim, o segredo está no autoconhecimento, porque, não é de agora e não por acaso, há quase 3.000 anos já estava escrito no oráculo do antigo templo de Apolo na cidade grega de Delfos os seguintes dizeres: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os Deuses e o Universo.”
Se pararmos um pouquinho para pensar, veremos que tudo está descrito e revelado na jornada arquetípica dos arcanos do Tarot. Ou seja, o Tarot é formado por Arcanos que nada mais são que representações arquetípicas da trajetória humana que estabelecem conexão com o nosso inconsciente e abrem portais para expansão de nossa consciência, permitindo um mergulho mais fundo no nosso interior, de tal modo que possibilita fazermos contato com as nossas energias ancestrais.
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E o Tarot, com sua trajetória cíclica, assim como a vida, a cada consulta, nos leva a uma constante revisão de nossos valores, numa caminhada que sempre segue o que determina este ciclo infinito: partir na busca de aprender o que ensina o caminho, voltar com novas experiências e repartir conhecimentos com elevação de sentimentos, ou seja, partir, voltar e repartir. Tudo isso quer dizer que devemos seguir avançando sempre para alcançar cada vez mais conhecimentos sobre nós mesmos.
Portanto, quando o ser humano atinge o autoconhecimento, ele é capaz de dominar-se e, consequentemente, superar a si mesmo, deixando de estar preso nas órbitas do tempo e no invariável transcorrer das circunstâncias, passando a viver a partir da consciência de cada ação sua, transformando-se em uma energia potencial que emana tudo que é bom, belo e justo, atingindo, dessa forma, no espírito, o estado de felicidade.
Bete Pinheiro