Ao abrir os olhos, o relógio já começa sua contagem decrescente; cada minuto é um minuto a menos para as infinitas tarefas do dia. Podemos resumi-las em trabalho, família e amigos. Podemos dizer que são tarefas mais que necessárias para a engrenagem perfeita do dia-a-dia, não só do seu, mas do núcleo mais próximo. Isso é um superpoder, não é verdade? As capacidades de coordenação, de gestão e de atenção são quase mágicas. Tenho certeza de que você que deve estar pensando: isso é um reflexo do meu dia-a-dia!
Você, eu, ela, nós. Essa é a realidade das mulheres com superpoderes. Sim, esses que são inatos à natureza feminina, que se resumem em qualidades tão incríveis. Instinto, intuição, talento, força. A fortaleza que quase todas as mulheres deixam visíveis e que é essencial para o cotidiano, porque permite que elas se levantem do chão!
Superpoderes femininos muito desenvolvidos, mas mal canalizados, que fazem com que uma mulher seja vista como incrível pela sociedade, ainda que seu interior precise de cuidados. É como ter uma casa gigante, com um lindo jardim, mas com paredes e pinturas descascadas e mal estruturadas. É preciso manter o brilho para além do exterior.
Os superpoderes que as mulheres usam com as outras pessoas acabam se esgotando ao longo do dia. Quando chegam em casa, não sobra nada para elas. A luz e a energia só existem para os outros. O esforço para que todas as pessoas tenham aquilo que desejam e levem uma vida confortável nem sempre é reconhecido, mas as pessoas se acostumam a essas facilidades que vão recebendo.
Enquanto a mulher que ser valorizada em sua totalidade, os outros esperam que ela realize somente as tarefas mais adequadas para eles, como se essa fosse a obrigação dela. É como se, na rotina da mulher, fosse natural fazer tudo para as outras pessoas e se negligenciar.
Se essa mulher se sente cansada e exausta demais para realizar as atividades que sempre fez, começam as reclamações. Afinal, ela assumiu a responsabilidade de fazer tudo a todo momento, e parece impensável que ela precise de um tempo para si. É uma mulher com superpoderes, que nunca teve dificuldades aparentes para resolver qualquer questão que aparecesse.
No entanto, existe um truque para que os superpoderes femininos sejam efetivos. Uma mulher não pode dar tudo de si e esquecer da própria individualidade. Se ela está fazendo isso, está falhando consigo todos os dias. Está se ignorando, entregando os próprios superpoderes para outras pessoas, deixando para trás as tarefas que são essenciais para si. A mulher deixa de ser prioridade da própria vida.
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Pense um pouco na sua rotina. Quantas vezes você chega ao final do dia e percebe que não se dedicou a si mesma? Que não investiu tempo, cuidado e atenção a quem você é? Talvez você esteja até pensando nas desculpas que usou, como “não tive tempo”, “estou muito cansada” ou “amanhã faço”. Esses são os truques para escapar de si e continuar se entregando para os outros, porque você imagina que é essa a forma correta de agir em sociedade.
Aos poucos, toda a energia que você tinha para desempenhar todo tipo de tarefa começa a se esgotar. Você não sente a mesma vontade de viver, não tem ânimo para os outros e para si. Você entra em um processo de esgotamento enquanto tenta exigir cada vez mais de você. Há uma diferença entre o que você mostra de si para o exterior e quem é você na realidade.
Para se resgatar das responsabilidades que você assumiu sem estar pronta para elas, você deve perder o medo de impor limites, deve ser capaz de dizer “não” e deve abandonar o medo de brilhar. Brilhe pelo o que você é, pelas qualidades que você tem. Deixe a cobrança excessiva para trás e use seus superpoderes para se valorizar, para se aceitar e para destacar a sua força interior. Conheça mais você mesma e descubra a liberdade emocional.
Não se trata de não dar tudo os outros. Trata-se de dar a si própria, para que você não seja uma prisioneira de suas qualidades. Deixe que seus melhores adjetivos te impulsionem!
Yolanda Castillo
Escuela Integral para el desarrollo humano.