Antes de mais nada, você é daquelas pessoas que prestam atenção, de verdade, nos movimentos sutis da rotina?
Quando digo “movimentos sutis”, é a vida acontecendo em sua forma mais natural e espontânea. É deixar se “absorver” por alguns instantes, perceber a experiência em passos lentos, olhares sem pressa e sem objetivo nenhum. Contemplar o que sempre esteve ali, e você nunca havia reparado.
É olhar o que já foi visto
O Universo inteiro cabe dentro de um ônibus
Repare na dinâmica que acontece dentro de um ônibus. Desde o momento em que você entra no veículo até o ponto de saída.
Na minha rotina, revejo as pessoas toda semana. Começa no ponto de ônibus, com a senhora do bom-dia, e segue para dentro do veículo, com a mulher que “fala sem parar”, o “garoto do fone de ouvido”, o senhor que transporta legumes e verduras para vender na sua barraca, e tantas outras trajetórias que se encontram no mesmo “ponto”. Está tudo ali, ao mesmo tempo, no mesmo lugar. É a vida acontecendo na “trajetória”, no “percurso”, e simplesmente assim. É o “roteiro” que não foi escrito por você e que é vida também.
Agora, pergunte-se: “Quantas histórias se entrelaçam, começam e terminam sem eu ter me dado conta? Quantos amores, entre olhares, tomam forma ali, naquele espaço entre o banco e o famoso corredor?
“Quantos detalhes da vida acontecem em apenas uma viagem?”
Quando direcionamos a nossa atenção aos detalhes imensos do que acontece a nossa volta, frequentemente transcorrem duas coisas
1 – A gente passa a dar mais valor ao fato de estar vivo.
Isso ocorre porque, através do seu olhar, você passa a “fragmentar” a experiência. Dando mais significado às pequenas “lições” e aprendizados do seu dia.
2 – Seu estado de ansiedade diminui.
A partir do momento em que você treina a sua atenção intencionalmente para dar mais ênfase ao que está acontecendo fora do seu corpo – em vez do que está acontecendo dentro dele –, às sensações e, principalmente, à enxurrada de pensamentos, isso tem impacto positivo na redução dos níveis de ansiedade em curto prazo, e ganhos maiores ainda em médio prazo.
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Afinal, a jornada sempre foi mais importante que o destino, não é?