Autoconhecimento

O valor da individualidade no coletivo

Escrito por Eu Sem Fronteiras

Não se sabe exatamente qual é o tamanho do universo. Mas considerando a possibilidade de ser infinito, então não deve ser nada pequeno. A questão é, o que a gente representa dentro dessa infinidade? Durante a Idade Média, período em que a sociedade regrediu, baseado no que foi alcançado em grandes civilizações antigas, como Grécia, Roma e Egito, o conceito de indivíduo não existia. Aliás, basicamente, o feudalismo foi resultado de um choque entre as concepções romana (que prezava o individualismo) e germânica (baseada na coletividade). A única instituição que sobreviveu nessa transição do período antigo para a Idade Média foi a Igreja Católica.

De acordo com a lógica teocêntrica, de que Deus está no centro do universo e é o responsável pela criação de tudo, o papel do homem é minimizado.

Ao se ver como uma mera criatura de um criador divino, a visão do homem de si mesmo como indivíduo é reduzida em detrimento ao coletivo. Com o passar do tempo, essa concepção foi mudando, aguçada pelas descobertas científicas do Renascimento e, posteriormente, do Iluminismo. Migra-se de uma existência teocêntrica para a antropocêntrica, ou seja, o homem tornando-se protagonista e responsável pelo seu destino. Mas até que ponto, exatamente, somos o centro de um universo em que não se sabe exatamente a sua dimensão? Considerando que o universo é infinito, se ver como centro dele não é grande coisa.

Embora essa sensação não seja muito agradável, de nos sentirmos diminuídos em relação ao todo, ela tem o seu lado positivo.

Contrapondo-se à valoração do egocentrismo, uma pesquisa da Universidade da Califórnia Berkeley explica que, ao diminuir a ênfase do indivíduo no próprio ego, as pessoas tendem a abrir mão do interesse próprio em nome do bem-estar dos outros.

No mundo atual, a busca pelo individual se sobressaiu tanto no último século que se opõe quase que totalmente ao pensamento coletivo que cunhou nossas relações há milênios. O trabalho de autoria do psicólogo Paul Piff, publicado na revista American Psychological, destaca justamente essa importância dessa sensação de pertencimento a um todo.

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Aristóteles, ao definir o holismo, destacou que o todo é maior do que a soma individual de todas as suas partes.

O entendimento do homem como ser pensante proporcionou evoluções nos três últimos séculos muito superiores a tudo o que aconteceu na história anteriormente, porém, se o universo fosse formado somente por uma infinidade de sóis, muito provavelmente não haveria espaço e geraria um evento cósmico devastador. Enquanto as estrelas, cada uma com seu brilho próprio, juntas proporcionam uma cintilante constelação que ilumina a Terra.

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