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Óleo de coco: o que é, benefícios e como usar

Escrito por Eu Sem Fronteiras

O óleo de coco tem se tornado um dos produtos mais populares quando se fala em saúde do organismo, da pele e dos cabelos. Receitas sugerem que ele seja aplicado no rosto, outras pedem que ele seja espalhado nos fios do cabelo. Há também quem acredite que ele é a melhor opção na hora de preparar um alimento que precisa de óleo para ser finalizado.

Como o próprio nome sugere, o óleo de coco é um óleo vegetal produzido a partir da polpa do coco. Dessa forma, pode ser usado em cosméticos ou em pratos culinários. Esses são, de fato, os usos mais disseminados do óleo da fruta paradisíaca. Mas quais são as funções do produto nessas duas utilidades? Confira!

Benefícios do óleo de coco na culinária

O uso do óleo de coco na culinária se destaca por ser uma alternativa aos outros tipos de óleo, tanto vegetais quanto animais. Entenda quais benefícios ele pode trazer a partir da sua alimentação.

Imagem do óleo de coco em um vidro médio. Ao lado dele um coco inteiro e outro cortado ao meio e algumas castanhas espalhadas.
Imagem de moho01 por Pixabay

1) Fortalecimento do organismo

A estrutura do óleo de coco apresenta os seguintes componentes: triglicerídeos (que se transformam em monolaurina no estômago) e vitaminas lipossolúveis (que se dissolvem em gordura). A monolaurina age como antibacteriano, antifúngico e antiviral, melhorando a imunidade do organismo. Ao mesmo tempo, as vitaminas lipossolúveis favorecem os índices de HDL (colesterol bom) e reduzem os índices de LDL (colesterol ruim).

2) Diversidade de combinações

Uma vantagem do óleo de coco é que ele combina com alimentos quentes, frios, salgados e doces. Ao mesmo tempo em que ele pode ser utilizado em saladas e verduras, também é uma opção na hora de refogar alimentos ou cozinhar arroz e proteínas, por exemplo. Além disso, pode ser utilizado para incrementar saladas de fruta, vitaminas e bebidas, sem exagerar.

3) Substituição de outros óleos

Os óleos vegetais e animais convencionais, quando aquecidos, oxidam e perdem parte de suas qualidades nutricionais. Como o óleo de coco apresenta triglicerídeos de cadeia média, as altas temperaturas não comprometem a estrutura química do produto e mantêm as propriedades benéficas ao organismo. Assim, ele pode ser utilizado até mesmo para grelhar alimentos, sem perder nutrientes.

Bolilnhas naturais feitas com óleo de coco e outros ingredientes como castanhas, frutas e noves,  para repor as energias.
Imagem de silviarita por Pixabay

4) Funcionamento do metabolismo

Como o óleo de coco é composto de vitaminas lipossolúveis, ele é facilmente absorvido pelo organismo, a partir de lipídeos, e transformado em energia para desempenhar inúmeras atividades. Sem se acumular no corpo, o óleo de coco é capaz de melhorar o funcionamento do metabolismo, acelerando-o. Para quem pratica exercícios físicos rotineiramente, será um auxílio energético essencial.

5) Sensação de saciedade

A absorção do óleo de coco pelo organismo traz mais benefícios além da redução do colesterol ruim e da garantia de bom funcionamento do sistema. Outra vantagem desse produto é que ele estimula a liberação de dois hormônios que promovem a sensação de saciedade, o peptídeo inibitório intestinal e a colecistoquinina. Dessa forma, é mais provável que você comerá somente o suficiente para seu corpo, sem exagerar.

Imagem de vários tipos de cosméticos feitos à base do óleo de coco. Ao lado uma revista com a imagem dos cosméticos e um texto explicativo para cada um deles.
Imagem de Huyền Lương Ngọc por Pixabay

Benefícios do óleo de coco nos cosméticos

Outro uso comum do óleo de coco é na produção de cosméticos. Nos cabelos e na pele esse produto tem sido muito usado, mas como será que ele age? Descubra agora!

1) Presença de ácidos graxos

O óleo de coco concentra 90% dos ácidos graxos encontrados na fruta. Esses componentes são responsáveis por combater o envelhecimento precoce, aumentar a elasticidade da pele e combater micro-organismos que possam comprometer a saúde da pele. Tanto no rosto quanto no corpo, o óleo de coco pode promover uma sensação de rejuvenescimento.

2) Combate às inflamações

A ação anti-inflamatória do óleo de coco é bastante disseminada. Ele pode ser utilizado na hora de acalmar pequenas inflamações e vermelhidões na pele, mas não deve ser aplicado em grande quantidade. Ainda não há estudos suficientes para provar que a ação anti-inflamatória é eficiente em todos os casos de inflamação. Cuidado!

Creme para a hidratação feito à base de óleo de coco. O creme está em um pote de vidro disposto sobre uma mesa de madeira cinza. Ao lado do pote pétalas de rosas rosa.
Imagem de monicore por Pixabay

3) Hidratação

O potencial de hidratação do óleo de coco se faz presente na pele do rosto, na pele do corpo e nos cabelos. A aplicação do óleo, mesmo que esteja misturado com outros ingredientes, é uma forma eficaz de deixar o local da aplicação mais macio e livre de possíveis ressecamentos. No entanto, se o seu caso for mais grave, é melhor consultar um(a) dermatologista.

4) Ação esfoliante

Quando uma pessoa decide fazer uma limpeza de pele profunda, a cada dois meses, por exemplo, ela deve optar por produtos que não irão agredir a pele no momento de fazer a esfoliação. Para reduzir as células mortas sem causar microlesões na pele, é recomendado o uso de óleo de coco unido a um produto arenoso, como farinha de amêndoas, de arroz ou de aveia.

5) Remoção de impurezas

O óleo de coco também pode ser utilizado como um demaquilante, principalmente para as maquiagens que são à prova d’água e só podem ser removidas com produtos oleosos. O ideal é que você espalhe o produto no rosto com um algodão e depois lave com água morna. Repita o processo até que todos os vestígios de maquiagem tenham sido removidos.

Imagem de dois potes com óleo de coco. Eles estão sobre uma mesa forrada com uma toalha listrada nas cores azul e branco.
Imagem de monicore por Pixabay

Controvérsias sobre o óleo de coco

Embora os benefícios do produto sejam amplamente divulgados, há controvérsias sobre o efeito que o uso constante do óleo de coco pode provocar na pele e na saúde de uma pessoa.

Em geral, quando somente os benefícios de um produto passam a ser apresentados, muitos acreditam que não há contraindicações ou cuidados que devam ser tomados para aplicá-lo. Por isso, é preciso ir além e aprender um pouco mais sobre o óleo de coco.

Um dos primeiros alertas sobre o uso exacerbado do óleo de coco na alimentação veio em 2016, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO). Muitas pessoas utilizam o óleo de coco com a finalidade de emagrecer, o que foi contraindicado pelo comunicado elaborado pelas instituições:

“Considerando que não há qualquer evidência nem mecanismo fisiológico de que o óleo de coco leve à perda de peso; considerando que o uso do óleo de coco pode ser deletério para os pacientes devido à sua elevada concentração de ácidos graxos saturados, como ácido láurico e mirístico; a SBEM e a ABESO posicionam-se frontalmente contra a utilização terapêutica do óleo de coco com a finalidade de emagrecimento, considerando tal conduta não ter evidências científicas de eficácia e apresentar potenciais riscos para a Saúde. A SBEM e a ABESO também não recomendam o uso regular de óleo de coco como óleo de cozinha, devido ao seu alto teor de gorduras saturadas e pró-inflamatórias. O uso de óleos vegetais com maior teor de gorduras insaturadas (como soja, oliva, canola e linhaça) com moderação, é preferível para redução de risco cardiovascular.”

No ano seguinte, a Associação Brasileira de Nutrologia afirmou que condenava o uso do óleo de coco para prevenção ou tratamento de obesidade e de doenças neurodegenerativas, afirmando que não há evidências clínicas que comprovam a eficácia desse tipo de tratamento.

Imagem de uma cesta de arame com pedras de sabão feito de óleo de coco, limões  e três toalhas brancas de banho.
Imagem de Zena Demir por Pixabay

A partir disso, entende-se que o óleo de coco deve ser usado com moderação, assim como qualquer outro óleo ou gordura. Ele não será eficiente para promover o emagrecimento, já que essa finalidade só pode ser obtida com acompanhamento médico responsável e verificado periodicamente com exames clínicos.

Outro problema apontado no óleo de coco é a presença de gordura saturada em grande quantidade. Embora existam triglicerídeos de cadeia média, como apontado anteriormente, a maior parte da composição do produto é de gordura saturada.

De acordo com a Associação Norte-americana de Cardiologia, a gordura saturada no óleo de coco constitui 82% do produto. Alimentos como manteiga, bife bovino e lombo de porco apresentam, respectivamente, 63%, 50% e 39% de gordura saturada em suas composições.

Ao mesmo tempo em que o óleo de coco apresenta componentes que são benéficos para o colesterol bom, contém a gordura saturada, que aumenta o colesterol ruim e pode provocar problemas cardíacos, se consumida em excesso.

Isso não significa que o consumo de óleo de coco em pequenas quantidades é prejudicial para a saúde. Os benefícios do produto podem ser obtidos se ele for consumido com moderação, em apenas uma refeição, semanalmente. Como qualquer gordura, é preciso ingerir com consciência.

Imagem do óleo do coco dentro de um pequeno pote de vidro com uma colher de madeira dentro.
Imagem de DanaTentis por Pixabay

Em relação à pele, o óleo de coco também apresenta riscos se for usado de forma inadequada. Embora exista, entre os ácidos graxos, o ácido láurico, responsável por combater uma das bactérias que causa acne (Propionibacterium acnes), na composição do óleo de coco, há um outro fator a ser considerado.

Todas as pessoas apresentam poros, que promovem a respiração da pele. Se eles forem fechados ou entupidos, a pele não conseguirá respirar adequadamente, tornando-se incapaz de remover as impurezas. Isso pode acontecer com seus poros se você utilizar produtos com ingredientes comedogênicos.

O nível de mal que um produto com ingredientes comedogênicos pode causar é medido por uma escala que vai de zero a cinco. O óleo de coco assume o número quatro nessa medida, sendo altamente comedogênico e um possível potencializador de oleosidade e acne.

O aumento da oleosidade também pode ser causado se o óleo de coco for aplicado rotineiramente e durante mais de duas horas nos fios de cabelo. Ele acaba por sufocar os folículos capilares, causando problemas na eliminação de impurezas que se acumulam no couro cabeludo. É preciso usá-lo com cuidado!

Antes de aplicar o óleo de coco diretamente na sua pele ou no seu cabelo, por intuição ou porque alguém recomendou que você fizesse isso, tenha consciência de que é preciso consultar um(a) dermatologista primeiro, para entender quais são as condições da sua pele e do seu couro cabeludo.

Imagem de um pequeno pote de vidro cheio de óleo de coco para ser usado na culinária.
Imagem de SchaOn Blodgett por Pixabay

Como utilizar o óleo de coco na culinária

Tendo em vista os benefícios e os malefícios do óleo de coco para a saúde, é possível entender qual é a melhor forma de utilizá-lo na cozinha.

A parte mais importante é regular a quantidade de óleo de coco que você irá usar nos seus pratos e nas suas bebidas. Em vez de usar esse produto diariamente, intercale-o com azeite extravirgem ou com óleo de canola, para que ele não seja consumido em grandes quantidades ao longo do dia ou da semana.

É contraindicado que você se alimente de óleo de coco puro, consumindo-o com uma colher, porque ele é uma gordura. Por mais que ele provoque uma sensação de saciedade, tenha em mente que você está ingerindo um óleo que pode fazer mal para o seu corpo, mesmo que seja consumido em poucas quantidades em todas as refeições.

A melhor forma de utilizar o óleo de coco na cozinha é em pequenas quantidades, em poucos dias, misturado a outros alimentos ou bebidas. Assim, você não cria o hábito de consumi-lo rotineiramente e se protege contra os malefícios que ele pode causar no seu organismo.

Imagem de um pote com óelo de coco. Ele está aberto e dentro dele uma colher rosa. Ao lado do pote rosas na cor rosa e um bastão labial.
Imagem de silviarita por Pixabay

Como utilizar o óleo de coco nos cosméticos

Tanto na pele quanto nos cabelos, o óleo de coco é recomendado para os casos em que não há oleosidade. Se a sua pele for seca, ou se o seu cabelo estiver muito ressecado, você poderá usar o óleo de coco da forma como recomendaremos.

Se a sua pele for oleosa, ou se o seu cabelo tem tendência a ser oleoso, consulte um(a) dermatologista antes de aplicar o óleo de coco. Do contrário, você poderá piorar a sua situação, levando à formação de acnes e à queda de cabelo.

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Use um quarto de colher de chá de óleo de coco para fazer uma massagem no seu rosto. Pode parecer pouca quantidade, mas, como se trata de um óleo, ele se espalhará facilmente na sua pele. Depois de dez minutos, remova todo o produto usando um algodão limpo.

Se o seu cabelo estiver ressecado, separe cada uma das mechas e umedeça-as com o óleo de coco. Não aplique o produto na raiz, apenas no comprimento, como um condicionador. Massageie cada parte do seu cabelo e, depois de 20 minutos, tome banho. É importante que você remova todos os restos de óleo de coco dos fios.

Agora que você já sabe tudo sobre óleo de coco, lembre-se sempre de consultar um(a) profissional da saúde antes de começar algum tratamento voluntário para um problema que precisa de acompanhamento médico. Use óleo de coco com cuidado e com moderação!

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