No artigo anterior, comecei a falar sobre a filosofia Tolteca. Vamos à segunda parte desse assunto? No livro “Os Quatro Compromissos – O livro da filosofia Tolteca”, o autor Don Miguel Ruiz nos apresenta de forma e clara quatro compromissos que podemos assumir para transformar nossas vidas. Mas por que devemos assumir compromissos?
De acordo com o autor, fazemos isso o tempo todo. Criamos compromissos a partir de quem acreditamos que devemos ser. Isso ocorre porque, segundo ele, aprendemos, enquanto crescemos, que nossos atos terão consequências “boas” ou “ruins”. Passamos a ter medo das consequências ruins, pois a associamos à rejeição e, a partir daí, passamos a agir de forma a recebermos apenas as recompensas “boas” – mesmo que isso signifique assumirmos compromissos que contradizem quem somos.
Talvez pareça bobagem, mas quantas vezes deixamos de fazer algo ou fazemos algo porque pessoas importantes para nós nos levaram a isso com seus comentários, expectativas ou julgamentos?
Para Ruiz, assumir os 4 compromissos da Filosofia Tolteca significa se libertar de todos os outros para viver, finalmente, de uma forma plena e feliz.
No texto anterior, falei sobre o primeiro compromisso – seja impecável com a sua palavra – e a importância que ele tem para conquistarmos uma vida mais plena e saudável.
Ele é, segundo o autor, o mais importante de todos, pois é aquele que alimenta nossa mente e nosso espírito. Ressalto que muito tem se falado sobre a importância do que dizemos (para nós mesmos e para as outras pessoas) e Ruiz reforça: ser impecável com sua palavra significa não pecar – e não pecar significa não usar a palavra contra si mesmo, pois, quando fazemos, isso estamos cometendo o maior pecado de todos.
Os outros três compromissos complementam o primeiro, mas são também de extrema importância.
O segundo deles é não levar nada para o lado pessoal. Para o autor, aquilo que o outro faz ou diz a você tem a ver somente com o outro. E ele se refere a tudo, desde opiniões e comentários a atos amorosos ou violentos.
Como estudiosa do Ho’oponopono, acredito ser importante ressaltar que o 2º compromisso de Ruiz percebe o que o outro faz de uma forma diferente dos nativos havaianos. Aqueles que conhecem o Ho’oponopono sabem que, para seus praticantes, tudo que ocorre na sua vida é de sua responsabilidade. Se alguém o agride, o Ho’oponopono sugere que algo em você foi responsável por isso.
Portanto, a prática é de limpeza de memórias, pois são elas as responsáveis pelo que acontece com você hoje. Já para a filosofia Tolteca, tudo o que você faz é de sua inteira responsabilidade, inclusive o que você sente ou pensa quando o outro faz algo com você. Pois o que o outro faz é de inteira responsabilidade dele e está relacionado diretamente com o “sonho” onde ele vive. Portanto, o 2º compromisso ressalta: não se envolva com o sonho do outro. Como você não tem nada a ver com ele, se você se ofende, magoa ou até mesmo se alegra com o que o outro faz, não está fazendo nada além de se misturar com algo que pertence a ele – e não a você.
Acredito que, apesar de parecerem contraditórias, a crença do Ho’oponopono e a Filosofia Tolteca expressam uma mesma ideia: o outro, quando não permitimos, não pode nos afetar.
Mesmo que sejamos nós mesmos os responsáveis pelo que fazem conosco, somos também responsáveis por mudar isso – o outro seria apenas uma espécie de “alerta” para que fiquemos atentos que há memórias em nós que precisam ser purificadas.
Portanto, acredito que uma proposta deve ser adicionada à outra: devemos purificar nossas memórias e não devemos levar nada para o lado pessoal.
Dessa forma, vamos trilhando um caminho de paz interna que começa pela aceitação do outro da forma como ele é – o que vai refletir na aceitação de sermos quem somos. E a “autoaceitação”, o “amor-próprio” e a segurança de não sermos rejeitados (por nós mesmos inicialmente) nos permite trilhar um caminho cada vez mais seguro para a felicidade.
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Em breve, escreverei sobre os 2 últimos compromissos e sobre como assumir todos eles pode mudar as nossas vidas.
Aguardem!