Arquétipo é a representação do que chamamos de inconsciente coletivo. Esse foi um conceito desenvolvido pelo fundador da Psicologia Analítica, o psiquiatra suíço Carl Jung. Tal conclusão se deu pelo fato de ter observado que há uma percepção comum de padrões de comportamento no enfrentamento de situações do cotidiano. Ou seja, existem situações que têm características que são percebidas de maneira semelhante por quase todos os seres humanos.
Segundo Jung, arquétipos são ideias que existiram e se acumularam por gerações antes mesmo da experiência do próprio indivíduo, e o conjunto dessas ideias forma o inconsciente coletivo. Assim, concluiu que não trazemos somente heranças biológicas, somos também produtos da nossa história, e compreender esse sistema é fundamental para o autoconhecimento.
Ao longo de seus estudos, Jung chegou à conclusão de que tais comportamentos podiam ser associados a personagens que representam papéis sociais comuns em qualquer sociedade como o sábio, o herói, o tolo, a mãe, o pai, entre outros, e os denominou arquétipos.
Em suma, arquétipos são representações que podem ser traduzidas por imagens simbólicas, que carregam mensagens que facilitam a compreensão do comportamento humano.
No entanto, o uso de representações arquetípicas tem origem milenar e, segundo estudos, surgiu na Grécia antiga por meio de questionamentos do filósofo Platão, que utilizou ideias relacionadas com os arquétipos para concluir que formas puras e verdadeiras eram impressas na alma antes mesmo do nascimento. Por muito tempo, tal conceito foi tratado por outros filósofos como “essência humana”.
Acredita-se que foi recorrendo a essa linguagem simbólica, a partir da força arquetípica comum na jornada humana, que o Tarot foi constituído. Ou seja, o Tarot é formado por Símbolos, Arcanos e Arquétipos. Todos juntos nada mais são que representações arquetípicas da trajetória humana que estabelecem conexão com o nosso inconsciente e abrem portais para expansão de nossa consciência, permitindo um mergulho mais fundo no nosso interior de tal modo que possibilita fazermos contato com as nossas energias ancestrais.
Para um melhor entendimento, vamos esclarecer o que são Símbolos, Arcanos e Arquétipos. A palavra “símbolo” surgiu na Grécia – “sumbolon”, que reúne a linguagem falada, visual ou escrita que se concentra nas figuras dos Arcanos do Tarot, revelando os significados únicos e universais do inconsciente integrados a nossa evolução e existente como fonte geradora de nossos pensamentos, ações, ideias, vontades, desejos e sensações, que faz a mente e o sentimento irem além da figura observada.
Segundo Jung, o arquétipo se transforma na imagem arquetípica, representada pelos símbolos e identificada pelo consciente humano, que desempenha um papel unificador vivenciado e reconhecido pelo indivíduo independente de épocas, etnias, regiões ou crenças.
Assim chegamos aos Arcanos, termo que significa “segredo”, “mistério” ou “chave de acesso ao conhecimento”.
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Assim, os Arcanos Maiores do Tarot baseado nesses conhecimentos levam o ser a uma profunda transformação baseada na redescoberta da própria essência guardada no mais profundo do seu interior.
No Tarot, todos os Arcanos terão aspectos luz e sombra, sabendo-se que nenhum Arcano é bom ou ruim, positivo ou negativo, todos têm os pontos bilaterais, e o que vai apresentar qual é a face e/ou tendência revelada em cada situação ou circunstância será o manejo adequado e respeitoso a essa milenar sabedoria que será revelada no contexto do jogo, dos estudos, de profundo conhecimento e vivências reveladas por seus símbolos e traçada pelo caminho arquetípico do ser humano.