Autoconhecimento Psicanálise

Os Ensinamentos de Patch Adams

Escrito por Ana Racy
Mais uma vez o amor…

Mas, agora um tipo de amor fraternal. Não mais romântico ou idealizado. Uma forma de amor que contagia, que permite brotar o que há de melhor em cada ser humano.

Hoje, eu gostaria de compartilhar com vocês um pouco dos ensinamentos dados por uma personalidade que admiro muito e tive a oportunidade de participar de suas palestras. Seu nome é Hunter Doherty, mais conhecido como “Patch Adams”, o médico palhaço, que defende a ideia de um tratamento humanizado nos hospitais. Um homem que entende a amizade como sendo o melhor remédio.

Hunter teve uma adolescência conturbada, como tantos de nós, ele era um alvo fácil de “bullying”, pois estava fora do padrão de aparência perfeita definido na época. Era alto demais para a idade, magro, desajeitado, óculos e não era bonito para encontros. Mas, tinha um ponto importante a seu favor: não precisava estudar, pois tinha muita facilidade com as matérias. Hoje, seria facilmente rotulado de “nerd”. Nesse momento, percebeu que ao fazer aqueles que o incomodavam rir, passou a ser aceito e o “bullying” não tinha mais graça.

Hunter foi um jovem que viu muita incoerência entre o que ouvia na igreja que frequentava e o mundo real. Por não conseguir conviver com essa incoerência tentou o suicídio 3 vezes. Internou-se em uma clínica psiquiátrica voluntariamente depois dessa terceira tentativa. Foi quando disse para ele mesmo: “Você não vai se matar, seu burro. Você pode fazer uma revolução”! Ali, Hunter fez a sua primeira escolha ao descobrir que poderia servir a Humanidade e faria isso se tornando médico.

Patch Adams diz que em 45 anos de medicina nunca usou a profissão para ganhar dinheiro, sempre exerceu o ofício voluntariamente e com muito amor, levando alegria aos pacientes. A pergunta normalmente feita por ele é: “Você prefere terminar a vida com alegria e humor ou continuar a desgraça que é morrer na tristeza?”.

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Esse é certamente um olhar bem diferenciado para a morte. Patch Adams nos ensina a olhar tanto a vida quanto a morte de uma forma menos sofrida. Essa é uma maneira de quebrar padrões, de olharmos para além daquilo que os olhos materiais podem ver, de enxergarmos a essência do ser humano.

Durante os anos de faculdade, Patch fez inúmeras experiências para descobrir como se aproximar das outras pessoas, para descobrir o que faz com que as pessoas prestem atenção umas às outras. Em uma das suas experiências, pegava a lista telefônica e ligava para números que não conhecia. O seu objetivo era o contrário de dizer “Desculpe, foi engano e desligar”. Ele queria justamente continuar a conversa com esse desconhecido e, assim fazer um novo amigo.

Patch Adams fez uma segunda escolha quando ainda estava internado no hospital psiquiátrico e escolheu não ter mais nenhum dia infeliz. Ele tomou a decisão de viver uma vida feliz.  Segundo Patch “A felicidade é a plataforma em que uma pessoa se lança para a vida”. Ele tem vivido muito bem com essa escolha há 53 anos. Patch fundou o Gesundheit Institute, localizado na Virginia – Estados Unidos e nos 12 primeiros anos de trabalho atendeu mais de 15 mil pacientes. Isso nos mostra que o amor é possível e pode contagiar, desde que tenhamos os nossos corações abertos ao próximo e o desejo de servir, de ser útil, sem julgamentos ou cobranças. Assim se trabalha pelo amor e com amor.

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Encerro esse artigo com um exercício sugerido pelo Dr. Patch Adams. A proposta é vivermos uma semana de mau humor, reclamando de tudo e de todos, mantendo o bico na boca. Daremos espaço para a infelicidade e tristeza.  Na semana seguinte, viveremos de bom humor, cumprimentaremos as pessoas, não reclamaremos das coisas, mesmo quando elas nos desagradarem, porque buscaremos os motivos pelos quais elas aconteceram e compreenderemos a pessoa ou a situação, daremos risada e nos permitiremos ser felizes.

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Diz Patch que somente depois dessas duas semanas faremos a escolha de como viver a nossa vida. Todos os dias, ao abrirmos os olhos, temos que fazer a primeira escolha: levantar ou não, trabalhar ou não, estudar ou não, brigar ou não. Portanto, esse também será o momento de escolhermos: “Hoje eu vou ser feliz”! E experimentarmos, só por hoje, mais um dia, sermos felizes”.

Sobre o autor

Ana Racy

Psicanalista Clínica com especialização em Programação Neurolinguística, Métodos de Acesso Direto ao Inconsciente, Microexpressões faciais, Leitura Corporal e Detecção de Mentira. Tem mais de 30 anos de experiência acadêmica e coordenação em escolas de línguas e alunos particulares. Professora do curso “Psicologia do Relacionamento Humano” e participou do Seminário “O Amor é Contagioso” com Dr. Patch Adams.

E-mail: anatracy@terra.com.br