Comportamento Convivendo

Os estímulos que os games provocam no cérebro

Quatro amigos jovens sentados em um sofá, três deles estão segurando um controle de videogame.
Escrito por Eu Sem Fronteiras
Ficou para trás o tempo em que os games eram os grandes vilões da infância. Se antes as pessoas acreditavam que os jogos incitavam violência de forma excessiva e prejudicavam o desenvolvimento mental de jovens, agora é possível dizer que essa tecnologia pode ser benéfica em todas as fases da vida.

Segundo a psicóloga Vivian Behar, durante a infância e a adolescência os games podem ser aliados no desenvolvimento de formas de socialização das crianças. Além disso, “o videogame indica como montar estratégias, treina habilidades manuais e motoras e melhora a capacidade de concentração”.

Dessa forma, é possível identificar que as crianças podem se divertir e aprender ao mesmo tempo, ainda que de frente para uma tela. É preciso, no entanto, que haja um limite. A psicóloga recomenda que duas horas seja o tempo máximo de uso do jogo. Assim, a criança ainda pode estudar, exercitar-se e divertir-se com a família.

Menino jogando no computador

Em outras fases da vida, os games também podem ser um diferencial na hora de absorver informações, se concentrar e executar atividades. Isso acontece porque nós precisamos exercitar a plasticidade do cérebro. Da mesma forma que precisamos exercitar os braços e as pernas, nosso cérebro deve passar pelo mesmo processo.

De acordo com Henry Mahncke — CEO da empresa Posit Science, que criou um programa para exercitar o cérebro —, “o cérebro ganha maior plasticidade quando substâncias químicas do cérebro são ativadas”. Para o cientista, o design dos games “incorpora demandas de atenção, novidades e recompensas para ativar a liberação dessas substâncias”.

Ou seja, ao fazer parte do universo dos games, jogando um pouco todos os dias, você libera substâncias benéficas para a manutenção do funcionamento do seu cérebro. Crianças, adultos e idosos podem até aplicar esses estímulos na vida real, sendo “capazes de perceber os detalhes importantes da vida cotidiana – como algo que alguém fala em um ambiente barulhento, ou o que está acontecendo à beira da sua visão periférica, ou ainda: quais eram todos os sete dígitos daquele número de telefone”.

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O que comprova essa tese de que os games podem desenvolver novas áreas do cérebro é uma pesquisa feita em 2013, pelos institutos alemães Max Planck Institute for Human Development e Charite University Medicine St. Hedwig-Krankenhaus. Analisando a atividade cerebral antes e durante o ato de jogar Super Mario 64, concluiu-se que as áreas do cérebro que comandam a navegação especial, a formação da memória, as habilidades motoras e o planejamento estratégico eram ativadas e desenvolvidas.

Além do Super Mario 64, utilizado na pesquisa, outros jogos podem ajudar crianças e idosos a exercitarem o cérebro. O primeiro deles é o Tetris, um jogo que consiste em empilhar blocos coloridos de forma que os formatos diferentes não impeçam que eles se encaixem. Um estudo feito em Albuquerque, no Novo México, comprovou que o córtex de adolescentes que jogaram 30 minutos de Tetris por 90 dias tornou-se mais desenvolvido do que o de quem não jogou.

O segundo game é Papagaio. O objetivo desse jogo para celular é incorporar um papagaio e se aventurar pela floresta. Embora a premissa seja simples, inúmeros desafios entretêm o jogador. Assim, é possível estimular a coordenação motora e a capacidade de prestar atenção em algo.

controle de videogame

O terceiro jogo que pode melhorar o desenvolvimento do cérebro se chama Halo. A franquia desse game é famosa entre os jovens, o que é muito benéfico para essa parcela da população. É por meio desse jogo que habilidades como persistência, foco, atenção em inúmeros objetivos são desenvolvidas. Para preservar o raciocínio lógico, é o jogo ideal.

Com um princípio semelhante ao primeiro, o quarto game é um pouco mais complexo que os demais. O objetivo é somar os valores de uma parede de tijolos até chegar ao número 2048. Se você precisa exercitar a sua matemática, o seu raciocínio lógico e a sua concentração, esse é o melhor jogo.

Outros jogos que se assemelham ao nível de dificuldade desse último, mas que são educativos e essenciais para crianças em desenvolvimento, são: Contra a Dengue, Create, Ler e contar, ABC do Bita. Cada um desses jogos permite que a criança aprenda a contar, a ler, a criar universos, a exercitar suas habilidades fundamentais. O jogo Contra a Dengue é um exemplo de que os games podem ainda trazer informações e conhecimento.

Para os idosos, os jogos que comprovadamente estimulam a memória, desenvolvem o controle do próprio corpo e podem ajudar na prevenção de doenças mentais degenerativas são: Genius, Pong, Nintendo Wii, Brain Age, Mindfit e Brain Fitness Program. Há diferenças de preços entre cada um, mas o importante é exercitar as habilidades adquiridas ao longo da vida, ainda que seja com somente um game.

Escrito por: Julia Gravalos Benini da equipe EuSemFronteiras

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