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Os malefícios do uso do cigarro

Pessoa segurando cigarro entre os dedos
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Escrito por Vanderlei Tenório

O tabagismo

O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência da nicotina presente nos produtos à base de tabaco. De acordo com a Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), o tabagismo integra o grupo de transtornos mentais e comportamentais em razão do uso de substância psicoativa. Ele também é considerado a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo. O tabagismo constitui fator de risco para o desenvolvimento dos seguintes tipos de câncer: leucemia mieloide aguda; câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer do colo do útero; câncer de esôfago; câncer de rim e ureter; câncer de laringe (cordas vocais); câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de estômago; câncer de cólon e reto; câncer de traqueia, brônquios e pulmão (INCA, 2019).

Além de estar associado às doenças crônicas não transmissíveis, o tabagismo também é um fator importante de risco para o desenvolvimento de outras enfermidades, tais como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras (INCA, 2019).

O tabaco

O tabaco é uma planta (Nicotiana tabacum) cujas folhas são utilizadas na confecção de diferentes produtos que têm como princípio ativo a nicotina, que causa dependência. Há diversos produtos derivados de tabaco: cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, bidi, tabaco para narguilé, rapé, fumo-de-rolo, dispositivos eletrônicos para fumar e outros. No Brasil, a Resolução da Diretoria Colegiada n.º 46 de 2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), proíbe a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar. O tabaco fumado em qualquer uma de suas formas causa a maior parte de todos os cânceres de pulmão e é um fator de risco significativo para acidentes cerebrovasculares e ataques cardíacos mortais. Os produtos de tabaco que não produzem fumaça também estão associados ou constituem fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de cabeça, pescoço, esôfago e pâncreas, assim como para muitas patologias bucodentais (INCA, 2019).

Do que é feito o cigarro?

A fumaça do cigarro, por exemplo, é composta por duas fases: a gasosa e a particulada. Na fase gasosa, encontra-se o monóxido de carbono, um gás com alto teor de toxidade ao corpo humano. Em virtude de sua composição química, as células vermelhas de nosso sangue, a hemoglobina, que carregam o oxigênio para todas as regiões do corpo, “casam” muito melhor com ele do que com o oxigênio, intoxicando aos poucos o corpo, podendo levar a diversos problemas, desde a perda de visão até a morte, dependendo do grau de intoxicação. Também na fase gasosa, há a amônia, cuja inalação é extremamente irritante ao corpo (VÍRGULA INACREDITÁVEL, 2013).

No entanto, a fase mais nociva ao corpo é a particulada, na qual se encontram a nicotina e o alcatrão. O alcatrão é um composto formado por inúmeras substâncias, 40 delas comprovadamente cancerígenas – arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, resíduos de agrotóxicos, acetona, naftalina, fósforo p4/p6 (compostos usados para fabricação de venenos de rato), e até o radioativo polônio 210 estão presentes nele. Por último, talvez a substância mais nociva de todas: a nicotina. Ela é o princípio ativo do tabaco e é uma das responsáveis pelo câncer nos pulmões. É um composto que atua no sistema nervoso central, ativa funções no corpo que aceleram a frequência cardíaca, sendo a causa de diversas doenças cardiovasculares. Também é grande causadora de úlceras gástricas e, em grandes quantidades, tem um impacto imediato no sistema nervoso parassimpático (VÍRGULA INACREDITÁVEL, 2013).

Diversas bitucas de cigarro em um cinzeiro
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O que causa a dependência do cigarro?

A nicotina, que é encontrada em todos os derivados do tabaco (cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, narguilé, entre outros) é a droga que causa dependência. Essa substância é psicoativa, isto é, produz a sensação de prazer, o que pode induzir ao abuso e à dependência. A dependência da nicotina é incluída na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde – (CID). Ao ser inalada, produz alterações no Sistema Nervoso Central, modificando assim o estado emocional e comportamental dos indivíduos, da mesma forma como ocorre com a cocaína, a heroína e o álcool. Depois que a nicotina atinge o cérebro, libera várias substâncias (neurotransmissores) que são responsáveis por estimular a sensação de prazer, explicando-se assim as boas sensações que o fumante tem ao fumar (INCA, 2019).

Com a inalação contínua da nicotina, o cérebro se adapta e passa a precisar de doses cada vez maiores para manter o mesmo nível de satisfação que tinha no início. Esse efeito é chamado de tolerância à droga. Com o passar do tempo, o fumante passa a ter necessidade de consumir cada vez mais cigarros. Com a dependência, cresce também o risco de se contrair doenças crônicas não transmissíveis, que podem levar à invalidez e à morte (INCA, 2019).

Como o cigarro age quimicamente no organismo?

A fumaça do cigarro é inalada para os pulmões, distribuindo-se para o sistema circulatório e fazendo com que a nicotina chegue de sete a 19 segundos ao cérebro. Além disso, o fluxo sanguíneo capilar pulmonar é rápido, e todo o volume de sangue do corpo percorre os pulmões em um minuto. Dessa forma, as substâncias inaladas pelos pulmões espalham-se pelo organismo com uma velocidade quase igual à de substâncias introduzidas por uma injeção intravenosa. A fumaça do charuto e cachimbo é absorvida pela mucosa oral. Dessa forma, não há a necessidade de tragá-la, pois da cavidade oral a nicotina atinge rapidamente o cérebro (INCA, 2019).

Imagem ilustrativa de um pulmão de plástico e um cigarro ao lado
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Confira 7 dos maiores prejuízos do cigarro para saúde levantados pelo portal Por Amor Saúde:

1 – Aumenta o risco de câncer

Não há como fugir: quem fuma tem mais chances de desenvolver câncer. Sabia que 90% dos casos de câncer de pulmão, por exemplo, ocorrem por conta do tabaco? E é claro que quanto maior for o consumo de cigarros por dia, maior também será o risco de desenvolver a doença. Para você ter uma ideia, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram estimados 31.270 novos casos desse tumor só em 2018.

O que as pessoas precisam saber é que, apesar de ser uma doença extremamente agressiva e de causar muitas mortes, o problema é evitável justamente por estar bastante associado ao fumo. Vale ressaltar ainda que as milhares de substâncias tóxicas contidas no cigarro não afetam apenas os pulmões. Na realidade, os fumantes também têm mais risco de apresentar outros tipos de câncer, como:

  • De boca;
  • De traqueia, faringe e laringe;
  • De esôfago;
  • De pâncreas;
  • De rins;
  • De fígado;
  • De bexiga;
  • De estômago;
  • De colo do útero;
  • Leucemia mieloide aguda.

2 – Faz mal para quem está ao redor

Quem convive com fumantes em casa, no trabalho ou outros ambientes coletivos também pode desenvolver doenças por conta da exposição à fumaça do cigarro. Aliás, acredite se quiser: a fumaça liberada com o fumo apresenta, em média, um teor 3 vezes maior de nicotina e monóxido de carbono, além de até 50 vezes mais substâncias cancerígenas que a fumaça que o próprio fumante inala!

Homem acendendo cigarro e criança ao lado tentando impedir
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Pessoas que ficam expostas a essa fumaça por um curto período já podem apresentar alergias, com tosse, rinite, asma e conjuntivite, por exemplo. Enquanto isso, quem fica exposto à fumaça por longos períodos tem mais chance de desenvolver patologias mais graves, como câncer de pulmão, doenças respiratórias e até problemas cardíacos, como infarto. O risco é maior ainda para as crianças e gestantes.

3 – Reduz a expectativa de vida

Os prejuízos do cigarro para a saúde são tão graves que chegam até mesmo a reduzir a expectativa de vida de quem fuma. Muitas pessoas não imaginam, mas os fumantes perdem 10 anos de vida em comparação com pessoas que não fumam. A boa notícia é que quem larga o cigarro consegue reverter (ao menos parcialmente) esse quadro! Se você para de fumar aos:

  • 30 anos: ganha cerca de 10 anos em expectativa de vida, revertendo o risco de morrer prematuramente;
  • 40 anos: ganha cerca de 9 anos em expectativa de vida;
  • 50 anos: ganha cerca de 6 anos em expectativa de vida;
  • 60 anos: ganha cerca de 3 anos em expectativa de vida.

Diante disso, não restam dúvidas do quanto é importante procurar um tratamento de tabagismo para largar o vício o mais cedo possível e voltar a ter qualidade de vida!

4 – Provoca envelhecimento precoce

Pessoas que fumam também ficam com uma aparência mais envelhecida, já que outra das inúmeras consequências negativas do tabagismo surge em forma de problemas dermatológicos, como o surgimento de rugas, o ressecamento e amarelamento da pele, além da queda de cabelo.

Tudo isso acontece porque as substâncias tóxicas do cigarro causam a diminuição da circulação sanguínea na pele, processo chamado de vasoconstrição. Como resultado, há redução de colágeno e elastina, diminuindo as fibras que garantem a firmeza da pele.

Pessoa fumando cigarro
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5 – Prejudica a saúde bucal

Mais um prejuízo do cigarro envolve a saúde bucal, trazendo problemas nos dentes e nas gengivas. Além de um sorriso mais amarelado, do constante mau hálito e de problemas no paladar, o fumante está mais propenso a ter infecções nas gengivas e nas estruturas de sustentação dos dentes.

Quando não tratados adequadamente, esses casos podem levar a perdas dentárias. Isso acontece porque o fumo compromete o sistema imunológico, dificultando o combate às bactérias causadoras dessas doenças. Sem contar que o tabagismo também dificulta a boa cicatrização da gengiva, interferindo nos resultados dos tratamentos de saúde bucal.

6 – Causa mais de 50 doenças

O tabagismo é uma doença (dependência de nicotina) que tem relação com aproximadamente 50 enfermidades, dentre elas vários tipos de câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia), doenças do aparelho respiratório (enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias) e doenças cardiovasculares (angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses). Há ainda outras doenças relacionadas ao tabagismo: úlcera do aparelho digestivo; osteoporose; catarata; impotência sexual no homem; infertilidade na mulher; menopausa precoce e complicações na gravidez. Estima-se que, no Brasil, a cada ano, cerca de 157 mil pessoas morram precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo. Os fumantes adoecem com uma frequência duas vezes maior que os não fumantes. Têm menor resistência física, menos fôlego e pior desempenho nos esportes e na vida sexual do que os não fumantes. Além disso, envelhecem mais rapidamente e ficam com os dentes amarelados, cabelos opacos, pele enrugada e impregnada pelo odor do fumo (INCA, 2019).

O consumo do cigarro pode causar mais de 50 doenças, entre elas:

  • Doenças coronárias: o tabagismo aumenta a probabilidade de morte por doenças no coração, como angina e infarto;
  • Problemas circulatórios: quem fuma tem mais chance de desenvolver arteriosclerose, o que pode levar a dificuldades de locomoção e dores;
  • Pneumonia: infecção que acomete mais os fumantes, visto que eles têm o sistema imunológico prejudicado;
  • Aneurisma da aorta: dilatação anormal e localizada da aorta, que pode causar seu rompimento;
  • Doença pulmonar obstrutiva crônica: o fumante fica mais suscetível a essa doença crônica que promove a redução da capacidade de respirar por conta de obstrução nas vias aéreas;
  • Osteoporose: essa doença que fragiliza os ossos é recorrente nos fumantes, porque a nicotina atrapalha a boa absorção de cálcio;
  • Colesterol elevado: o tabagismo aumenta os riscos de entupimento das artérias porque eleva os níveis do colesterol ruim (LDL) no sangue.
Homem fumando e sentindo dor no peito
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7 – Traz problemas na gravidez

Uma gestante que fuma pode colocar a saúde e até a vida do bebê em risco, visto que as substâncias nocivas do tabaco comprometem a chegada de oxigênio e nutrientes para o feto. O cigarro na gravidez pode, assim, causar nascimento prematuro e com baixo peso ou ainda a síndrome da morte súbita, que ocorre um pouco depois de o bebê nascer.

Benefícios de parar de fumar e o que acontece quando o usuário para:

  • Melhora da capacidade física
  • Melhora do paladar
  • Melhora do olfato
  • Redução do risco de câncer
  • Redução do risco de doenças cardiovasculares e respiratórias
  • Aumento da expectativa de vida
  • Término do hálito do tabaco
  • Redução de gastos com saúde
  • Economia por não comprar cigarros
  • UM GRANDE EXEMPLO para amigos, familiares, em especial, filhos e netos.

O que acontece:

  • Em 20 minutos: a pressão arterial e os batimentos cardíacos voltam ao normal
  • Em 8 horas: os níveis de monóxido de carbono voltam ao normal
  • Em 1 dia : redução de risco de ataque cardíaco
  • Em 3 dias: relaxamento dos brônquios e aumento da capacidade respiratória
  • Em 2 a 12 semanas: melhora na circulação sanguínea.
  • Em 1 a 9 meses: redução da tosse e infecções das vias aéreas, melhora da respiração, limpeza dos pulmões e melhora na capacidade física.
  • Em 1 ano: redução do risco de doença coronariana em 50%.
  • Em 10 a 15 anos: o risco de morte por doença coronariana se iguala ao de uma pessoa que nunca fumou.
  • Em 15 a 20 anos: o risco de câncer se aproxima do risco de uma pessoa que nunca fumou.

O papel dos pulmões

A função primordial dos pulmões é fazer a troca gasosa, isto é, absorver o oxigênio do ar que você respira e expulsar do corpo, por meio da expiração, o dióxido de carbono (um gás que pode ser tóxico). Esse é um processo vital para o corpo funcionar corretamente. Eles são os principais órgãos do sistema respiratório e ocupam a maior parte da cavidade torácica. Têm cor vermelho-acinzentada e consistência esponjosa. O pulmão direito é dividido em três partes (também chamadas de lobos), sendo um pouco maior do que o pulmão esquerdo, que é dividido em dois lobos (PFIZER, 2019).

Câncer de pulmão

O câncer de pulmão é o tipo mais comum de tumor maligno e a principal causa de morte por câncer entre homens e mulheres. O câncer de pulmão é o segundo tipo de câncer mais comum no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. E é também um dos que mais mata (PFIZER, 2019). Em 90% dos casos diagnosticados, está associado ao consumo de derivados do tabaco. Em geral, tem origem nas células que revestem os brônquios e partes do pulmão, como os bronquíolos e alvéolos, e, se não tratado precocemente, pode se disseminar para outras partes do corpo (HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS, 2019).

Foto de um cigarro e, ao fundo, uma pessoa e um médico conversando sobre o raio-x do pulmão
Stephane Noiret / Getty Images / Canva

Existem dois tipos principais de câncer de pulmão: pequenas células e não pequenas células, este o mais comum, respondendo por 85% dos casos. Entre os tumores de pequenas células, destaca-se o carcinoma indiferenciado de pequenas células, que se subdivide em três subtipos: linfocitoide (oatcell, de rápido crescimento, grande capacidade de disseminação e invasão cerebral), intermediário e combinado. Já os tumores de não pequenas células são compostos de três tipos diferentes: o carcinoma epidermoide (de 25% a 30% dos casos, começam nessas células que revestem o interior das vias aéreas), o adenocarcinoma (40% dos casos, tem início nos alvéolos e crescimento lento) e o carcinoma de grandes células (10% a 15% dos casos, surge em qualquer parte do pulmão e tende a crescer e se disseminar rapidamente). Além desses tipos, outros tumores que podem atingir os pulmões são os tumores carcinoides (menos de 5% dos casos), os carcinomas adenoides císticos, os linfomas e os sarcomas. O pulmão também pode ser acometido por metástases de cânceres originados em outros órgãos, como pâncreas, mama, rim ou pele. Nesse caso, os tumores são tratados como o câncer do local de origem. O câncer de pulmão ocorre principalmente em pessoas mais velhas. Cerca de 2 em cada 3 pessoas com diagnóstico de câncer de pulmão têm mais de 65 anos, e menos de 2% dos casos são diagnosticados em pessoas com menos de 45 anos. A idade média no momento do diagnóstico é de 70 anos (HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS, 2019).

Sinais e sintomas

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), os sintomas geralmente não ocorrem até que o câncer esteja avançado, mas algumas pessoas com câncer de pulmão em estágio inicial apresentam sintomas. Os mais comuns são:

  • Tosse persistente
  • Escarro com sangue
  • Dor no peito
  • Rouquidão
  • Piora da falta de ar
  • Perda de peso e de apetite
  • Pneumonia recorrente ou bronquite
  • Sensação de cansaço ou fraqueza

Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns.

Se você for ao médico quando perceber algum desses sintomas pela primeira vez e estiver com câncer de pulmão, a doença pode ser diagnosticada em estágio inicial, quando é mais provável que o tratamento seja efetivo.

O que aumenta o risco?

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tabagismo é a principal causa de câncer de pulmão. A exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição, deficiência e excesso de vitamina A, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), fatores genéticos e história familiar de câncer de pulmão favorecem ao desenvolvimento desse tipo de câncer. Idade avançada: a maior parte dos casos afeta pessoas entre 50 e 70 anos.

Foto em preto e branco de homem fumando
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O risco de ocorrência do câncer de pulmão e de morte pela doença aumenta quanto maior a intensidade da exposição ao tabagismo. A mortalidade por câncer de pulmão entre fumantes é cerca de 15 vezes maior do que entre pessoas que nunca fumaram, enquanto entre ex-fumantes é cerca de quatro vezes maior.

Outros fatores de risco são: exposição ocupacional a agentes químicos ou físicos (asbesto, sílica, urânio, cromo, agentes alquilantes, radônio entre outros), água potável contendo arsênico, altas doses de suplementos de betacaroteno em fumantes e ex-fumantes.

Os trabalhadores rurais, da construção civil, curtume, fundição de metais, indústrias (alumínio, borracha, cimento e gesso, gráfica e papel, têxtil, metalúrgica, metal pesado, nuclear, eletroeletrônicos, aeronaves, aparelhos médicos, vidro, fertilizantes), mineração, fábrica de baterias, produção de pigmentos, bombeiros hidráulicos, encanadores, eletricistas, mecânicos de automóvel, mineiros, pintores, soldadores, sopradores de vidro, trabalho com isolamento, em navios e docas, conservação do couro, limpeza e manutenção podem apresentar risco aumentado de desenvolvimento da doença. Se o trabalhador exposto a algum dos agentes ou circunstâncias de exposição citados acima também fumar, o risco de câncer pode ser bem maior, devido ao efeito sinérgico entre tabagismo e alguns agentes químicos e/ou físicos.

Como prevenir?

Segundo um texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/10/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia, nem todos os cânceres de pulmão podem ser evitados, mas existem algumas maneiras de reduzir o risco de contrair a doença, como a modificação da exposição a fatores de risco:

Não fumar. A melhor maneira de reduzir o risco de câncer de pulmão é não fumar e evitar a exposição passiva à fumaça do cigarro. Se você parar de fumar antes de desenvolver um câncer, seu tecido pulmonar danificado gradualmente se repara. Independentemente de sua idade ou do tempo em que fumou, parar pode reduzir o risco da doença.

Pessoa oferecendo cigarro e mulher negando
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Evitar a exposição ao radônio. O radônio é uma importante causa do câncer de pulmão. Você pode diminuir e evitar a exposição ao radônio verificando a sua presença em sua casa.

Limitar a exposição a substâncias químicas cancerígenas. Evitar a exposição a produtos químicos cancerígenos conhecidos, no local de trabalho e em outros lugares, também é importante. As pessoas que trabalham em locais onde estão expostas a esses produtos são acompanhadas de perto para que a exposição seja a menor possível.

Manter uma dieta saudável. Uma dieta saudável, com frutas e vegetais, também pode ajudar a reduzir o risco de câncer de pulmão. Algumas evidências sugerem que uma dieta rica em frutas e vegetais ajuda a proteger da doença em fumantes e não fumantes. Mas qualquer efeito positivo das frutas e vegetais no risco de câncer de pulmão seria muito menor do que o aumento do risco ao fumar. As tentativas de reduzir o risco de câncer de pulmão em fumantes por meio de altas doses de vitaminas ou similares não foram bem-sucedidas até o momento. De fato, alguns estudos mostraram que o betacaroteno, nutriente relacionado com a vitamina A, parece aumentar a taxa de incidência da doença nessas pessoas. Alguns pacientes com câncer de pulmão não apresentam fatores de risco claros. Embora se saiba como evitar a maioria dos tipos de câncer de pulmão, ainda não se sabe como evitar todos os tipos.

Detecção precoce

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor em fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento. A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de pulmão na população geral traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado. Estudos recentes mostraram a possibilidade de que a realização de uma tomografia de baixa dose de radiação em grandes fumantes (um maço por dia por 30 anos), com mais de 55 anos de idade, possa reduzir a mortalidade por esse câncer. Entretanto há riscos ligados à investigação que se segue nos casos positivos. Por isso, a decisão de fazer ou não esse exame deve ser discutida entre o paciente e o médico.

Já o diagnóstico precoce do câncer de pulmão é possível em apenas parte dos casos, pois a maioria dos pacientes só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas da doença. Os sinais e sintomas mais comuns e que devem ser investigados são:

  • Tosse e rouquidão persistentes
  • Sangramento pelas vias respiratórias
  • Dor no peito
  • Dificuldade de respirar
  • Fraqueza e perda de peso sem causa aparente

Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em poucos dias.

Diagnóstico

Raio-X do tórax e tomografia computadorizada são os exames iniciais para investigar uma suspeita de câncer de pulmão. Em pacientes assintomáticos sob risco de câncer de pulmão ou com sintomas precoces sugestivos (emagrecimento, tosse persistente, padrão de tosse diferente do habitual), a realização do raio-X de tórax é de grande valor (INCA, 2020).

Médico segurando raio-x de pulmão
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A broncoscopia (endoscopia respiratória) deve ser feita para avaliar a árvore traquebrônquica e, eventualmente, permitir a biópsia (retirada de pedacinhos do tumor com uma agulha para exame). É fundamental obter um diagnóstico de certeza pela patologia. Uma vez obtida a confirmação da doença, é feito o estadiamento, que avalia o estágio de evolução, ou seja, verifica se a doença está restrita ao pulmão ou disseminada para outros órgãos. O estadiamento é feito por meio de vários exames, como biópsia pulmonar guiada por tomografia, biópsia por broncoscopia, tomografia de tórax, ressonância nuclear, PET-CT, cintilografia óssea, mediastinoscopia, ecobroncoscopia, entre outros (INCA, 2020).

Tratamento

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tratamento do câncer de pulmão requer a participação de um grupo multidisciplinar, formado por oncologista, cirurgião torácico, pneumologista, radioterapeuta, radiologista intervencionista, médico nuclear, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista e assistente social.

Para o adequado planejamento do tratamento, é necessário fazer o diagnóstico histológico e o estadiamento para definir se a doença está localizada no pulmão ou se existem focos em outros órgãos. Para os pacientes com doença localizada e, particularmente, sem linfonodo (gânglio) aumentado (íngua) no mediastino (região entre os dois pulmões), o tratamento é cirúrgico, seguido ou não de quimioterapia e/ou radioterapia.

Para aqueles com doença localizada no pulmão e nos linfonodos, o tratamento é feito com radioterapia e quimioterapia ao mesmo tempo. Em pacientes que apresentam metástases a distância, o tratamento é com quimioterapia ou, em casos selecionados, com medicação baseada em terapia-alvo.

Portanto o tratamento do câncer de pulmão depende do tipo histológico e do estágio da doença, podendo ser tratado com cirurgia, quimioterapia ou radioterapia e/ou modalidades combinadas.

Médico e paciente olhando raio-x de pulmão
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Modalidades de tratamento

Cirurgia

A cirurgia, quando possível, consiste na retirada do tumor com uma margem de segurança, além da remoção dos linfonodos próximos ao pulmão e localizados no mediastino. É o tratamento de escolha por proporcionar melhores resultados e controle da doença. Cerca de 20% dos casos são passíveis de tratamento cirúrgico. Porém, na grande maioria (80%-90% dos casos), a cirurgia não é possível na ocasião do diagnóstico, devido à extensão da doença (estágio avançado) ou à condição clínica debilitada do paciente.

As cirurgias para tratamento do câncer de pulmão podem ser:

  • Segmentectomia e ressecção em cunha: quando se retira uma parte pequena do pulmão (somente o segmento ou parte do segmento que envolve o tumor), reservada para pacientes com tumores pequenos e que não suportam cirurgias maiores por apresentarem idade ou condições clínicas e/ou respiratórias limitadas.
  • Lobectomia: é a cirurgia de escolha para o tratamento do câncer de pulmão. Retira-se todo o lobo pulmonar (grupo de segmentos), onde o tumor está situado. É o mais adequado por remover toda a doença de forma anatômica.
  • Pneumectomia: é a retirada de um pulmão inteiro (suas indicações são limitadas e restritas). Procedimento com morbidade maior e não tolerado por alguns pacientes.

Quimioterapia

O tratamento quimioterápico visa destruir as células cancerígenas, assim como reduzir o crescimento do tumor ou amenizar os sintomas da doença. Pode apresentar efeitos colaterais indesejáveis, não sendo tolerada por todos os pacientes.

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Radioterapia

Utiliza radiação para destruir as células cancerígenas. Pode ser utilizada antes ou após a cirurgia. Também pode ocasionar uma série de efeitos colaterais (como pneumonite e esofagite).

Terapia-alvo:

Trata-se de uma nova forma de tratamento de câncer, frequentemente usada em pacientes cujo tumor tenha determinadas características moleculares (genéticas). Essas medicações têm sido reservadas para o tratamento de doenças avançadas. Novos estudos estão em andamento para selecionar o grupo de pacientes que melhor se beneficiará deste tratamento.

Sobre o autor

Vanderlei Tenório

Vanderlei Tenório é jornalista e redator, atua como comentarista de cinema e colunista dos jornais Tribuna do Sertão e Gazeta Regional de Jaguariúna, do webjornal O Estado RJ (OERJ), dos portais 082 Noticias e JB Notícias. É colaborador do portal Repórter Nordeste e dos sites portugueses Cinema Sétima Arte e Distrito. Escreve esporadicamente para o jornal impresso Tribuna de Itapira, para o site Alagoar e para a Revista Alagoana. Em 2021, foi indicado ao Prêmio iBest 2021 em 3 categorias: Notícias e Jornalismo, Cultura e Curiosidades e Cinema, TV e Streaming. Integra o quadro de associados correspondentes da União Brasileira de Profissionais de Imprensa (UBRAPI) e é membro do brCidades.

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