A regressão se diferencia da mera lembrança, pois a pessoa não apenas se recorda de certos fatos, mas os revive com muita intensidade emocional e até mesmo física.
Vamos ver então alguns dos principais terapeutas e pesquisadores.
O psicólogo Morris Netherton deu o nome de “Terapia de Vidas Passadas” ao estudo que realizou utilizando o método de Hipnose Ativa. Ele procurou na análise tradicional a explicação para seu sonho recorrente, em que se via em uma embarcação que naufragava, morrendo afogado.
Percebendo que a análise psicanalítica não o satisfazia, passou a coletar relatos de seus pacientes que não cabiam dentro das interpretações tradicionais e acabou estudando a reencarnação, o que permitiu que ultrapassasse os limites da ciência acadêmica.
Ele acabou obtendo a veracidade das informações contidas em seu sonho recorrente ao realizar uma pesquisa no Ministério da Marinha norte-americana, que não só confirmou a veracidade dos dados do que sonhara como ainda forneceu o nome das pessoas envolvidas no naufrágio; entre eles, estava seu nome. Porém Netherton não acredita que exista ligação entre “ocultismo” e reencarnação. O importante, segundo ele, é aliviar o sofrimento e possibilitar a cura para seus pacientes.
Para ele, as principais fases da regressão são os períodos pré-natal, nascimento e morte. Sua técnica consiste em identificar palavras-chave utilizadas pelo paciente. Depois, essas palavras serão repetidas durante a sessão, a fim de proporcionar a liberação das emoções reprimidas ao vivenciar as situações passadas. O trabalho se conclui com a liberação do trauma contido nas frases, e o paciente pode ver, daí por diante, as experiências anteriores através de sua própria perspectiva, ligando o passado ao presente.
O analista junguiano inglês Roger Woogler criou a Terapia Regressiva Integral, mais tarde renomeada de Processo de Memória Profunda (“Deep Memory Process”, ou DMP, em inglês). Ele integrou no seu trabalho diversos métodos, como a Terapia Junguiana, a Terapia Regressiva a Vidas Passadas, Gestalt, Psicodrama, Psicoterapia Ericksoniana, Renascimento e a Terapia Reichiana. Edith Fiore, psicóloga norte-americana, é uma das precursoras e sistematizadoras da Terapia de Vidas Passadas. Utilizando a hipnose como uma técnica que permite um acesso rápido e objetivo ao inconsciente, ela abandonou gradualmente sua formação convencional como terapeuta behaviorista e endossou a teoria do renascimento sucessivo como uma hipótese digna de ser mais pesquisada. Sua pesquisa a levou a considerar a hipótese de conexões cármicas com prováveis possessões, aplicando princípios espirituais na psicoterapia.
O conhecido psiquiatra norte-americano Brian Weiss pesquisa a reencarnação, regressão a vidas passadas, progressão a vidas futuras e a sobrevivência da alma humana após a morte. Seu interesse começou após uma sessão com uma paciente, que relatou experiências ocorridas em vidas passadas e seus sintomas começaram a desaparecer após os relatos. O que mais o chocou foi quando a mesma paciente relatou episódios sobre a própria vida de Brian, que não eram conhecidos de outras pessoas fora de sua própria família, como o nome hebraico de seu pai e a causa rara da morte de seu primeiro filho. Weiss utiliza a técnica da hipnose em seu consultório.
As escolas terapêuticas transpessoais, através de anos de pesquisas, também contribuíram para a ampliação e aprofundamento do tema. Um dos pesquisadores mais conhecidos (e polêmicos, pela pesquisa com LSD) é o psiquiatra e professor (nascido na antiga Tchecoslováquia e radicado nos Estados Unidos) Stanislav Grof, fundador da Associação Transpessoal Internacional.
Segundo Grof, a psiquiatria, psicologia e psicoterapia tradicionais usam um modelo da psique humana que se limita à biografia pós-natal e ao inconsciente individual freudiano. Esse modelo não leva em conta as experiências e observações dos estados de consciência holotrópicos, que ativam “níveis profundos inconscientes e superconscientes da psique humana”, incluindo as dimensões transpessoais (estados incomuns de consciência) da psique. O estado holotrópico engloba a totalidade da existência, como as experiências meditativas, místicas ou psicodélicas.
Pesquisadores ainda debatem os fenômenos ligados à Regressão, especialmente quando são relatados incidentes que parecem ser provenientes de outras encarnações. Enquanto uns defendem a ideia de reencarnação, outros pesquisadores afirmam que essas memórias estão diretamente ligadas ao próprio DNA, o código genético, e que seria possível fazer a “leitura” dessas informações com as técnicas adequadas.
Também muito se discute sobre o fato de que a ciência ainda não encontrou explicação para determinados fenômenos que não são explicados pela dinâmica cerebral (como os fenômenos parapsicológicos). Claro que o tema é amplo e polêmico e muitos estudos devem ser realizados para se chegar a um entendimento mais claro.
“Quando um fato contraria uma teoria dominante, abandone a teoria e conserve o fato, mesmo que ela seja apoiada pelas maiores mentalidades da época”- Claude Bernard (“Introdução ao Método Científico”).
Referências
https://en.wikipedia.org/wiki/Stanislav_Grof
“Vidas Passadas – Uma Abordagem Psicoterápica”- Morris Netherton – Summus Editorial
“A Cura Através da Terapia de Vidas Passadas”- Brian Weiss – Editora Sextante
“Edith Fiore – The Unquiet Dead”- https://youtu.be/JvGSDUFv4dk
“Edith Fiore – Past-Life Regression and Spirit Deposession”- https://youtu.be/Su1uG6YNQp0
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