Chamdra Mohan Jain, mais conhecido como Osho, foi um líder indiano, religioso em seitas de tradições dármicas, mestre na meditação e dos princípios do nirvana. Ele foi um líder que considerava o sexo como algo natural, necessário e até transcendente para os praticantes, defendendo a seguinte ideia: “O orgasmo oferece o primeiro vislumbre da meditação, porque nele a mente para e o tempo para”. Durante a década de 1970, foi conhecido pelo nome de Bhagwan Shree Rajneesh e, mais tarde, como Osho.
Por causa de seu estilo de vida diferenciado dos líderes tradicionais de seu país, Osho sofreu perseguições que trouxeram até riscos em sua vida.
Viveu até os sete anos com os avós, que o deixavam com total liberdade sobre suas vontades e escolhas, mesmo muito novo. Seu pai era um mercador de tecidos, e nessa época não tinha muito tempo para cuidar do filho. Seus avós apoiavam Osho em suas pesquisas acerca das questões da vida, percebendo que ele era uma criança muito inteligente ainda nova.
Juventude e Iluminação
Aos 21 anos, Osho afirmou alcançar a iluminação, mediante estudos e meditações constantes. Nessa oportunidade, comentou: “Não estou mais buscando, procurando por alguma coisa. A existência abriu todas as suas portas para mim. Nem ao menos posso dizer que pertenço à existência, porque sou simplesmente uma parte dela… Quando uma flor desabrocha, desabrocho com ela. Quando o Sol se levanta, levanto-me com ele. O ego em mim, o qual mantém as pessoas separadas, não está mais presente. Meu corpo é parte da natureza, meu ser é parte do todo. Não sou uma entidade separada”.
Osho afirmou que sua existência externa terminara nessa idade, decidindo dedicar-se a espiritualidade e promover uma mudança social onde quer que estivesse.
Graduou-se em Filosofia na Universidade de Sagar, com honras em primeiro lugar. Foi campeão de debates estudantis na Índia em nível nacional. Em 1957, foi professor universitário até 1966, ano em que viajou pelo país a fim de debater e desafiar líderes públicos e religiosos considerados “errôneos”. Ele ressaltou que estava sendo “limitado em sua época como professor universitário e que poderia fazer muito além do que estava habituado a fazer”.
Osho tornou-se uma pessoa odiada por inúmeros religiosos, pois eram refutados e conforme os debates aconteciam, ele desconcertava um a um, chocando a sociedade na época.
Em 1968, estabeleceu residência em Bombaim, onde morou e ensinou suas filosofias. Organizou regularmente “campos de meditação”, onde introduziu a sua revolucionária Meditação Dinâmica atingida desde a juventude. Em 1974, inaugurou o ashram de Poona, e sua influência já atingia o mundo inteiro. Ao mesmo tempo, sua saúde se fragilizava seriamente, devido a problemas de coluna.
Doença
Osho encontrava-se seriamente doente, com problemas na coluna. Foi levado aos Estados Unidos, e seus fiéis discípulos o convidaram a morar num rancho, localizado no deserto de Oregon. Em pouco tempo, Osho recuperou-se, agradecendo seus seguidores pela prontidão em seu auxílio.
Ataque bioterrorista
O surto de intoxicação alimentar conhecido como “Ataque bioterrorista de Rajneeshee de 1984” aconteceu nos Estados Unidos, na cidade de The Dalles, condado de Oregon. Foi um ato proposital de contaminação com salmonella em dez restaurantes locais. Um grupo de seguidores de Osho foi responsável por tal ato, com o intuito de incapacitar a população local no momento do voto eleitoral, assim, seus próprios candidatos venceriam a eleição do condado de Wasco.
Prisão
Em outubro de 1985, Osho e alguns de seus discípulos foram acusados de “não cumprimento das leis da imigração”. Quando estavam a bordo de um jatinho particular, um moderno Learjet alugado, as autoridades federais flagraram o grupo que estava a caminho de Bermuda para evitar processos recorrentes, e, além disso, foram encontrados na nave cerca de 60 mil dólares em dinheiro, 35 relógios e pulseiras no valor equivalente a 1 milhão de dólares.
Retorno à terra natal
Osho retornou à Índia na mesma semana, e, nesse tempo, seus discípulos do condado de Oregon dispersaram-se. Nessa época, em 1985, Osho não conseguia estabilizar-se em nenhum local do mundo, sendo que 21 países o expulsaram, uma vez que o incidente ficou amplamente conhecido e pela divulgação de seu nome pelo governo americano.
Em 1986, retornou a Bombaim, na Índia, onde ficou na casa de um amigo durante seis meses. Nesse tempo, ele retornou a seus discursos e filosofias.
Em 1987, mudou-se para seu ashram (amplo local onde os hindus e monges vivem em meditação e estudos) localizado em Poona, na Índia. Viveu a maior parte da década de 1970 nesse local.
Osho faleceu em 19 de janeiro de 1990. Coincidentemente, algumas semanas antes de seu falecimento, foi-lhe perguntado por um de seus discípulos se ele tinha algum receio de que seus ensinamentos fossem esquecidos. Mediante a tal pergunta, ele tranquilamente respondeu: “Minha confiança na existência é absoluta. Se houver alguma verdade naquilo que estou dizendo, isso irá sobreviver… As pessoas que permanecerem interessadas em meu trabalho irão simplesmente carregar a tocha, mas sem impor nada a ninguém.”
Ensinamentos e Filosofia
Nunca foi o objetivo de Osho impor suas doutrinas e filosofias, ele pregava, acima de tudo, o amor através das ações em silêncio. Nunca foi seu intuito, segundo seus discípulos, impor conflitos entre as pessoas, mas sim, as pessoas mergulharem-se no mais profundo silêncio, buscando as respostas de suas perguntas através de si mesmo.
Ele acreditava que cada pessoa possuía a própria iluminação dentro de si e que o constante estudo, meditações e atitudes de amor das pessoas eram a chave para a verdadeira felicidade.
A mídia o apelidou de guru do sexo, devido a sua célebre frase “o orgasmo sexual oferece o primeiro vislumbre da meditação porque, nele, a mente para, o tempo para”. Na realidade, Osho pregava a desconstrução de conceitos arraigados aos quesitos tradicionais como sexo, que ele considerava algo muito importante para a vida das pessoas, e não um tabu.
Obras
Embora Osho nunca tenha publicado nenhum livro, foram criadas cerca de 660 obras, traduzidas para 57 idiomas. Em sua maioria, são obras de seus discursos e palestras sobre sua filosofia de vida e seus ensinamentos.
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No Brasil, existem grupos ativos de discípulos e simpatizantes de Osho, que aplicam tipos terapêuticos de atendimento à população, clínicas de terapia com base na filosofia Osho Meditação Dinâmica e a Osho Meditação Kundalini – que promove também atividades como danças lúdicas para auxílio em terapias – marcas essas registradas e com direitos autorais.
Texto escrito por Bruno da Silva Melo da Equipe Eu Sem Fronteiras