Autoconhecimento Relacionamentos

A paixão é como fogo em palha

Casal em pé de mãos dadas em cima de ponte com mar e montanha de fundo
Escrito por Andrews Amoramar

Lembro-me de ter ouvido algum guru ou filósofo dizendo esta frase, ou talvez tenha sido eu mesmo. Tanto faz!

Bom, o que quero é falar de algo de interesse mundial. Um assunto dos mais explorados em todos os cantos desse globo. Discutidos em salões de beleza e em balcões de bares, temas das mais tentadoras fofocas e dos mais refinados romances: o relacionamento amoroso.

Mas não quero falar aqui do belo e decorado amor romântico. Vamos tentar falar do amor com ao menos um pouco mais de bom senso, traçar uma ideia mais racional e até dura do que deveria ser tomado como amor.

Comecemos então! Vamos iniciar analisando um casal no início de sua relação. Apaixonados, pupilas dilatadas a cada novo encontro, sorrisos fáceis, beijos cinematográficos, sonhos compartilhados. Votos sinceros e descuidados de fazerem, um ao outro, felizes para sempre.

Mãos de casal unidas pelo dedo mínimo

Pobres tolos. Não se passa muito tempo e encontramos cada parte obcecada em fazer o outro de fato feliz. Obsessão que de fato revela apenas a ânsia própria de se fazer feliz. Felicidade que é projetada no parceiro e parceira. A busca dessa felicidade se torna tão obsessiva que ambos se forçam a parecerem sempre bem.

Assim os sorrisos já não são mais tão leves e carregam certa afetação, os carinhos se tornam obrigação afetiva, as emoções se tornam cada vez mais fingidas e a relação se sustenta apenas na zona de conforto. A felicidade real, tão procurada, se desfaz pouco a pouco na dependência e/ou na ideia de posse alheia…

Seguimos, então, buscando colocar o sentido de nossas vidas no outro. O outro como centro e razão de nosso viver. Perigoso engano. Se o sentido de nossa vida é outra pessoa, estamos bem “ferrados”. O outro tem sua própria vida para experienciar, vida repleta de vicissitudes. Ou seja, este tem muito o que fazer para se ocupar em dar sentido à vida de mais alguém. Certamente ele não deu sentido nem a própria vida ainda, que dirá à de outro, que dirá a nossa.

Casal sentado de de costas com por-do-sol ao fundo

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Um relacionamento saudável e equilibrado começa por nós mesmos. Começa com o autoconhecimento, com a capacidade de compreender de maneira imparcial e realista o que eu procuro no outro, se eu de fato amo estar com a pessoa pela simplicidade que ela tem de me encantar ou apenas porque desejo um ombro para me apoiar já que não consigo ficar de pé sozinho.

Uma relação de amor é sempre somativa. Ambos desejam crescer juntos. Aprendendo um com o outro, aceitando o outro como é, não se deseja que este mude, mas o ajuda a mudar quando ele(a) deseja e precisa assim como muda a si mesmo. Você aceita quando ele ou ela te aponta teus defeitos e os defeitos só são apontados com o intuito de ajudar no crescimento.

Não é preciso criticar, não há julgamento, há compreensão. Não quer dizer que se faz vista grossa aos defeitos do outro, mas apenas que admite que os erros que este comete são reflexos dos seus próprios. Antes de julgar, busca entender porque ele ou ela age como age.

Casal se beijando com velas de ponto de luz na mão de cada um

Em uma relação de real amor, não há brigas. Há, sim, desentendimentos. Estes são inerentes a qualquer relação desse plano. Porém o casal consciente compreende que a briga não leva a nada, não resolve coisa alguma, que isto é apenas choque de egos. Mesmo quando as emoções afloram, se tenta evitar as discussões acaloradas, de modo que passado alguns minutos se torna fácil o diálogo sensato. Os problemas são sempre resolvidos se houver diálogo saudável entre as partes.

Enfim, uma relação feliz fundamentada em um amor forte e verdadeiro depende primeiro de nós mesmos, de como nos relacionamos conosco, de quão prontos estamos para compreender o que é Amar com letra maiúscula. Depende de conhecer a ti mesmo, ao menos no nível mais básico. Depende de estar apto a ouvir o outro e de abrir mão do ego.

Casal deitado na grama visto de cima com as mãos datas e olhos fechados

Se quer encontrar a pessoa certa, comece sendo você essa pessoa. Você só vai encontrar aquilo que merece e não vai merecer nada melhor do que você é hoje.

Espero não ter desanimado ninguém, e que estas palavras sirvam apenas para reflexão, pois foi refletindo muito sobre mim e meus relacionamentos que eu pude alcançar algo novo.

Beijos a todos e um feliz Dia dos Namorados!!!

 

Sobre o autor

Andrews Amoramar

Anos atrás surgia por estas terras um pequeno garoto, um garoto que amou logo de cara o que viu. Um pequeno sonhador, explorador do quintal de casa, curioso pelas coisas afora. Esse pequeno amava desde cedo criar, e explorava sua criatividade com uma folha e lápis na mão, desenhando seus personagens preferidos.

Os anos passaram e o pequeno esticou em tamanho, porém a curiosidade e a ânsia em criar se mantiveram as mesmas. Hoje o garoto tem novas ferramentas e conhecimento para explorar mais e mais. Hoje o quintal é maior, relativamente maior. As experiências muito mais desafiadoras e às vezes assustadoras, mas o desafio maior é manter viva a alegria do garoto, mesmo em meio a tantos obstáculos.

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