Ao longo da história da humanidade, diversos seres deixaram uma mensagem para determinado povo em determinada época. Podemos citar alguns: Hermes Trismegisto, Abraão, Sócrates, Siddarta Gautama (o Buda), Krishna, Zoroastro, Jesus Cristo, Maomé, Lao Tsé, etc. Essas mensagens levam (ou deveriam levar) à unidade, ao amor e ao bem comum de todos, e não apenas dos que tomam partido daquela mensagem.
Ao longo do tempo, no entanto, essas mensagens foram distorcidas para atender aos interesses egoístas daqueles que detinham poder e influência, e passaram a servir ao propósito de manipular as pessoas e mantê-las em um estado inconsciente, bem longe da verdadeira mensagem.
É difícil apontar responsáveis, mas é possível refletir sobre a inconsciência dos que deturparam o conhecimento dos mestres que passaram – e dos que estão passando – pela Terra. A criação de uma religião pode até ser válida, caso haja consciência na transmissão da mensagem original. Mas, se não houver consciência, a transmissão será feita de forma a atrair seguidores que possam ser manipulados para gerar riqueza e poder ou para servir a outros propósitos egoístas. Por exemplo, se a mensagem propagada disser que somente aquele mestre ou guru salva, já mela todo o meio de campo…
E o que pode ser dito sobre as religiões mais tradicionais? Você deve estar se perguntando… Imagine que o cerne da verdade de cada religião é uma luz branca bem brilhante, simbolizando o amor incondicional (se é amor, é incondicional). Para visualizar essa luz, foram utilizadas algumas lentes coloridas: uma vermelha (cristianismo), outra azul (islamismo), uma amarela (judaísmo) e uma verde (budismo). Cada uma dessas lentes simboliza uma religião, e seu verdadeiro papel seria mostrar a luz branca e única (o amor) por trás dessa lente colorida.
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O problema vem do apego que temos à cor da lente que adotamos, porque ele acaba por impedir a revelação do real sentido da verdade e da unidade, que é uma – e mesma – luz branca. O apego à religião do “eu”, o apego a uma única crença, que é considerada verdadeira – é justamente isso que cria a separação. Quando alguém acha que “somente a sua salva”, isso se estende para “somente esta prática é a que serve”, e “somente este mestre detém o conhecimento”, etc.
Pergunte-se:
- De que importa a religião quando se quer obter lucro em um negócio em detrimento da perda financeira do outro?
- De que importa a religião quando se tenta mudar o outro para satisfazer seus próprios prazeres?
- De que importa a religião quando se gera ódio, sofrimento, angústia e raiva dentro de si?
Uma vez perguntaram ao Dalai Lama qual era a melhor religião, eis que ele responde: “A melhor religião é aquela que te faz uma pessoa melhor”.
Não importa em qual deus, orixá, santo, energias ou qualquer outra coisa você acredite… desde que te faça reconhecer o amor que une a todos, e que faça você passar a agir para pôr isso em prática no seu dia a dia. E é só isso que irá importar.
“Em vez de converter pessoas de uma religião organizada para outra religião organizada”, disse S.N. Goenka, “nós deveríamos tentar converter pessoas do sofrimento para a felicidade, do cativeiro para a liberdade e da crueldade para a compaixão”.