Parei pra refletir aleatoriamente sobre por que um casal de velhinhos promove tanta comoção… Não é incomum. A maioria das pessoas para o que está fazendo pra observar e admirar qualquer troca de afeto, desde o andar de mãos dadas no shopping ao sentar um ao lado do outro no banco da praça. Comentários como “olha que fofo!” são inevitáveis.
Por favor, não me entenda mal. Não é desmerecendo o casal, não mesmo. Muito pelo contrário. É honrando! Honrando um amor que ultrapassou e venceu as barreiras do tempo, enfrentou obstáculos, engoliu alguns sapos, fingiu que não viu algumas coisas, cedeu numa porção de outras e amou incondicionalmente. É, com toda certeza, digno de ser admirado.
Mas é que vejo um problema… Por que não achamos lindo o amor do casal 15, 20, 30 ou 40 anos? Será talvez porque não levamos a sério? Não colocamos fé? Não acreditamos verdadeiramente no amor?! Que o outro não pode amar?
Daí a reflexão. Fiquei pensando: “será que perdemos a fé no amor porque só se vive e só se enxerga a superficialidade? Somos incapazes de amar a nós mesmos, então como vamos amar ao próximo? Não temos fé em nós, como ter no outro?”. É complicado, eu sei. São muitas questões, tanto internas quanto externas. Principalmente hoje em dia, em que a vida está cada vez mais fugaz. Ao mesmo tempo que tudo é muito intenso, é tudo muito raso e a reciprocidade se tornou raridade. Pensar em alguma coisa além do próprio umbigo também. É, depende da disposição de cada um de nós, dos objetivos que cada um temos.
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O amor literalmente não tem explicação, como é que dizem por aí mesmo? E ele também se tornou raro. E é por isso que ver um casal de velhinhos de mãos dadas na rua, além de promover comoção, conforta e nos faz suspirar, pensar e exclamar: “Ufa! O amor existe! E ele é lindo! Só que eu ainda não encontrei…”