O primeiro estudo sobre a doença de Parkinson foi elaborado em 1817, pelo médico britânico James Parkinson. O nome da condição, inclusive, é uma homenagem a esse cientista, que caracterizou a doença degenerativa do sistema nervoso central como “tremores e movimentos involuntários, diminuição da potência muscular, propensão a dobrar o tronco para a frente e passos em ritmo de marcha”.
Com o passar do tempo, o termo “mal” foi excluído do nome da doença, para evitar que ela carregasse um estigma negativo e levasse à exclusão dos parkinsonianos da sociedade. Sendo assim, Parkinson (ou doença de Parkinson) é a forma correta de se referir a essa condição que afeta 1% da população mundial acima dos 65 anos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, o Ministério da Saúde avalia que existam cerca de 200 mil pessoas com Parkinson no país. Embora a doença se manifeste de forma progressiva depois dos 65 anos, a OMS declara que 4% dos pacientes são diagnosticados antes de completarem 50 anos.
A primeira forma de combater os efeitos negativos do Parkinson é por meio da informação. A partir dela, é possível identificar os sinais prematuros da doença, realizar o diagnóstico com precisão e escolher o tratamento mais adequado para cada caso. A seguir, aprenda sobre esses sinais e proteja-se contra o Parkinson.
Sinais prematuros
Os sinais prematuros de Parkinson são a primeira forma de identificar o possível desenvolvimento da doença. Caso você os perceba tanto em você ou em alguém que conheça, o mais indicado é procurar auxílio médico.
1) Rigidez dos membros e desequilíbrio
Para que o cérebro realize as diferentes funções cotidianas, determinados hormônios e certas substâncias precisam ser liberados no organismo. Uma pessoa que sofre de Parkinson deixa de produzir dopamina, um importante neurotransmissor, responsável pela sensação de prazer e pela coordenação motora. A partir disso, braços e pernas podem enrijecer, por não receberem os estímulos para a movimentação, e levam à perda de equilíbrio.
2) Desenvolvimento de depressão
Um dos hormônios que uma pessoa libera quando sente prazer e felicidade é a dopamina. Essa mesma substância deixa de ser produzida por alguém que sofre de Parkinson. Unindo esses dois fatores, é possível compreender o motivo para pessoas parkinsonianas sofrerem de depressão. Sem a produção de dopamina, o corpo não é capaz de reagir adequadamente aos estímulos de prazer e de felicidade.
3) Execução de gestos involuntários
Os tremores são um dos sintomas que o senso comum associa ao Parkinson. No entanto, o neurologista André Felício, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que 40% dos pacientes não apresentam esse sintoma. Os tremores, que são gestos involuntários, decorrem da perda de células nervosas da substância negra, uma parte do cérebro. Quando 70% dessas células são perdidas, os tremores e os gestos são mais graves e aparentes.
4) Constipação
A dificuldade para evacuar é outro sintoma do Parkinson, que pode começar a se manifestar uma década antes dos outros sintomas. A constipação ocorre porque a região do cérebro que produz dopamina é também a que estimula os movimentos peristálticos, essenciais para o funcionamento do intestino. Com um mau funcionamento dessa área, a prisão de ventre passa a ser uma realidade.
5) Disfunção erétil
A disfunção erétil está presente na lista de sintomas preliminares do Parkinson. Manter uma ereção não é uma ação voluntária, assim como respirar, então depende de mecanismos autônomos do cérebro. Como a doença prejudica de forma progressiva o sistema nervoso, as funções que controlam esse tipo de estímulo são comprometidas. A depressão decorrente do Parkinson também pode reduzir a libido nos homens e nas mulheres.
6) Incontinência urinária
Os tremores que podem acometer as pessoas que sofrem de Parkinson ocasionalmente atingem a bexiga. Os músculos desse órgão começam a se movimentar, estimulando a vontade de urinar, mesmo que não haja muito líquido a ser descartado. A necessidade de ir ao banheiro se torna frequente, independentemente de quanta água a pessoa tenha ingerido.
7) Pressão baixa
Outro mecanismo controlado pelo sistema nervoso autônomo é a regulação da pressão cardíaca quando uma pessoa muda de posição. Se uma pessoa sofre de Parkinson, ela pode apresentar pressão baixa ao se levantar ou ao se movimentar. Isso acontece porque o Parkinson compromete o funcionamento do sistema nervoso autônomo, como visto anteriormente.
Diagnóstico
Caso você apresente algum dos sintomas preliminares, não há motivo para pânico. Como para qualquer doença, o diagnóstico só pode ser feito por um profissional da saúde. Então, se você imagina que pode desenvolver Parkinson, o primeiro passo é procurar um neurologista.
Os fatores analisados para o diagnóstico serão o histórico médico, a análise clínica e os exames neurológicos. No histórico médico, será analisado se o paciente já apresentou algum problema neurológico ou se desenvolveu algum dos sintomas do Parkinson nos últimos anos.
A análise clínica consiste na observação do paciente executando movimentos rotineiros (caminhar, deitar-se, levantar-se), repetindo palavras e realizando exercícios finos, como movimentação dos dedos. A partir disso, será possível dizer se há rigidez muscular, perda do equilíbrio ou ausência de coordenação motora.
Os exames neurológicos são de imagem: tomografia cerebral e ressonância magnética. Esses exames definem se há outra doença se desenvolvendo e quais são os níveis de dopamina no cérebro do paciente, dado essencial para identificação do Parkinson.
Tratamento
Parkinson é uma doença crônica e progressiva, que não tem cura. No entanto, existem tratamentos que podem amenizar os sintomas. Na Medicina tradicional, existem remédios que são indicados para esse problema. Somente um profissional de saúde é capaz de receitar quais são os medicamentos mais indicados para uma pessoa. Automedicação pode trazer consequências irreversíveis para o organismo.
1) Esportes
Praticar exercícios físicos é uma forma de estimular o corpo e a mente, além de favorecer a movimentação do paciente. Ioga, natação, caminhada, musculação e alongamento são boas alternativas para parkinsonianos que sofrem com o estresse e com a dificuldade para se mover. É importante que essas pessoas sejam acompanhadas nas atividades, para evitar quedas decorrentes de desequilíbrios.
2) Tai chi chuan
Tai chi chuan é uma arte marcial chinesa que consiste em movimentar o corpo com delicadeza, para melhorar a saúde física e mental. A facilidade de execução de cada gesto, a longo prazo, é capaz de recuperar o ato de flexionar o corpo para frente e para trás, movimentos que são perdidos com a rigidez muscular. Além disso, há aumento do equilíbrio de pacientes que sofrem de Parkinson e praticam a atividade. Redução de quedas e flexibilidade são os dois maiores benefícios do tai chi chuan.
3) Aromaterapia
A aromaterapia é o uso de óleos essenciais para se obterem benefícios físicos e mentais. Uma pessoa que sofre de Parkinson pode experienciar episódios de irritabilidade e depressão, além de dores no corpo. Os óleos essenciais mais indicados para amenizar esses sintomas são os de lavanda e de camomila. Para aplicá-los, basta espalhar algumas gotas na pele, usando as mãos, ou espirrá-los no ambiente.
4) Cromoterapia
A cromoterapia é uma terapia que tem como princípio aproveitar as energias que cada cor emana. As cores mais recomendadas para quem sofre de Parkinson são: laranja (resgate da energia e da jovialidade), verde (favorece as capacidades física e mental) e azul (promove a regeneração celular). Elas podem ser aproveitadas com lâmpadas coloridas, janelas de vidro coloridos ou até garrafas da água que sejam de vidro ou de plástico colorido.
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5) Cadeira vibratória
Um método que ainda gera controvérsias para o tratamento de Parkinson é a cadeira vibratória. No século XIX, o neurologista francês Jean-Martin Charcot notou que os pacientes parkinsonianos que iam até o consultório de carroça tinham os sintomas da doença amenizados ao fim da viagem. Então, ele desenvolveu uma cadeira vibratória para pessoas acometidas pelo Parkinson. O tratamento é pouco conhecido, mas pode ser eficiente.