Cada poema escrito surge de um momento vivido em minha vida. Após cinco anos trabalhando em uma escola pública, devido a um processo de remoção de professores, eu sabia que deixaria de estar ao lado de alguns amigos muito queridos. Essa mudança de local de trabalho é normal na cidade em que vivo; mas, realmente, após cinco anos, senti que estaria perdendo parceiros de grande ganho profissional e também parceiros de uma amizade incrível.
Ao nos aproximarmos do final do ano, sabendo que eles não retornariam para a mesma escola em que eu estava, em uma das reuniões com todos os presentes, resolvi pegar lápis e papel e escrever algo para homenageá-los.
Somos professores, e, cada um em sua linguagem, segue seu modo de trabalho com suas particularidades, porém todos tentamos sempre trabalhar em conjunto para o bem maior que são as nossas crianças.
Ao iniciar o poema, o que me vinha à cabeça seria a separação desses amigos tão queridos, mas, ao continuar escrevendo, percebi que outros chegariam. Os antigos seriam substituídos? Claro que não. Poderiam ser acrescidos em minha vida, em minha rotina. E foi assim que surgiu o poema Pedaços, mostrando que nem sempre a vida nos faz seguir a mesma trajetória com as mesmas pessoas; mas que podemos sim adicioná-las a nossos pedaços, e, com isso, não deixar que nosso coração se parta.
Segue o poema:
Pedaços Letras Números Espaços Junções Separações Sinais De soma De multiplicação De subtração Letras Números Letrando Numerando Multiplicando Subtraindo Frações Frações tão importantes em nosso resultado final. Resultado que nos entristece ou felicita A cada fração acrescida. A cada fração subtraída.