Um amigo me contou sobre seu dia no trabalho, disse que ele tinha sido marcado por muitas realizações e finalizou o expediente orgulhoso de si mesmo.
Essa satisfação tão contagiante me fez pensar nas minhas próprias realizações, nos meus momentos de júbilo e também nos meus erros. Pensei em quantas conquistas tive e marcaram meus dias e nos dias em que perdi a excelente oportunidade de, ao menos, ficar calada.
Perguntei-me se eu faria algo diferente caso pudesse voltar atrás nesses dias ruins, e evidente que sim, mas essa conclusão somente foi possível com base na experiência atual.
Abrir o coração para si mesmo, ouvir os próprios medos, curar certas feridas.
No momento em que tais coisas foram vivenciadas eu não era a pessoa que sou hoje. Entendo que sempre fazemos aquilo que é o melhor a fazer sob nosso julgamento, com base na experiência que temos até aquele momento.
Isso acontece no trabalho, origem da minha reflexão, mas também em todos os outros campos da vida e relacionamentos interpessoais. Ocorre que muita gente carrega essa etapa, cujo resultado se mostrou um engano, com pesar e arrependimento, muita vezes se punindo ou se boicotando por conta disso.
Mas será necessária tanta expiação?
Vamos pensar que perdoar não é concordar com determinado fato. É absolvição, doação de compaixão e entendimento. Absolvição porque ao nos perdoar iremos beneficiar outros, nos tornando pessoas mais leves e seguras.
Compaixão sobre o momento de uma determinada escolha, no qual provavelmente os recursos que tínhamos eram escassos para uma melhor análise ou atitude. Entendimento de que é permitido errar, mas que nossos atos têm consequências e devemos nos responsabilizar por elas, ainda que isso implique um enorme esforço de nossa parte.
Além disso, exige imensa honestidade, um exame de consciência profundo. Abrir o coração para si mesmo, ouvir os próprios medos, curar certas feridas. Por fim, aprender com a experiência para que nossa alma conviva corretamente com essas sensações e para que saibamos conduzi-las como um guia para viver.
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O poder curativo do perdão e do amor talvez seja o remédio mais poderoso que temos à nossa disposição. A vida vai se encarregar de nos trazer novas situações ou situações parecidas com as já vividas anteriormente. Quando isso acontecer, saberemos como reagir de modo saudável e natural, refletindo positivamente em nosso estado emocional.