Por Anne Moon. São Paulo, 16 de março de 2020
Poder pessoal. Ganhar amigos e influenciar pessoas. Deu um pouco de desconforto ler essas palavras, não? Tirou você do conforto por acreditar que ter poder e influenciar pessoas seja algo negativo e ruim. Estou certa?
Realmente há quem use esses conhecimentos para coisas negativas, dissimular uma situação, quem a pessoa é, mas neste artigo quero focar os pontos positivos de se ter esses conhecimentos para a melhoria nas relações pessoais e profissionais, para agir com mais inteligência em várias situações e melhorar nossa comunicação.
A impressão que passamos para os outros é muito importante, seja para aumentar nosso ciclo social, seja para fazer negócios. A maneira como nos vemos é a forma que vamos expressar para os outros, sendo assim vai determinar o modo como vão nos tratar.
Vou contar uma coisa que mais parece sinal do universo. Uma vez, enquanto eu escrevia este artigo, estava olhando os stories no Instagram de uma amiga escritora que é minha mentora. Nesses stories ela respondia perguntas que os seguidores dela deixaram naquela caixa de perguntas.
Uma seguidora perguntou por que ela está atrás de poder, se seria só isso que ela quer na vida.
Olhe só o mindset que a pessoa tem: que poder seria algo negativo e perigoso. Isso representa bem o senso comum. Existe até uma frase bem famosa, que diz: “para conhecermos bem um ser humano, dê poder a ele”.
Essa frase está certa, mas há uma crença enraizada no inconsciente coletivo de que, se der poder a alguém, ele vai necessariamente trazer o caos, sendo que isso vai depender do caráter de quem tem poder.
Uso minha série de livros Dark Wings como um exemplo. Para quem ainda não conhece, fala sobre uma briga por poder entre anjos caídos e celestiais, a dualidade universal, uma jovem filha de um anjo que acaba no meio de tudo isso e o destino de todos está nas mãos dela. Temos duas personagens femininas com um grande poder: Cassidy, protagonista, filha de um anjo muito poderoso, que acaba no meio dessa guerra a que só ela pode dar fim; do outro lado temos Sahariel, que antagoniza com a protagonista e quer a guerra por algumas razões que não posso contar, senão darei spoilers. Para entender essa história, vai ter de ler o livro todo. Vocês podem encontrar a versão física e em ebook aqui.
O que eu quero aqui é que você perceba essas duas personagens. Cassidy, filha de um anjo caído, e Sahariel, um anjo celestial. Não quis transformar o que deveria ser “o mocinho”, no caso os anjos do céu, em vilões, mas nessa série de livros queria mostrar que no universo existe essa dualidade. Eu até mesmo falei sobre isso em meu artigo sobre yin-yang. Quis colocar nessa série de livros que no dia a dia na sociedade não existe essa classificação de “vilão” e “mocinho”. É algo bem óbvio. É fácil falar que todo mundo já está cansado de saber que a sociedade não é dividida entre mocinhos e vilões, no preto e no branco. Na fala é muito óbvio, mas no inconsciente está gravado e claro, tanto que com a mesma facilidade rotulamos uma pessoa como “boa” e outra como “má”. Ou seja, todos nós passamos por uma espécie de “fiscalização”, se devemos ser cancelados ou não, e vivemos em um campo minado, sendo vigiados minuciosamente se alguma atitude nossa foi boa ou não para sermos exaltados na hora ou cancelados.
Enfim, voltando aqui para o assunto do artigo: leiam a série Dark Wings. Já existe o primeiro volume. Em breve será lançado o segundo, mas só lendo o primeiro já se tem a ideia que a série põe em questão, além dessa dualidade do universo, de termos luz e sombras (até mesmo na capa do livro, feita propositalmente daquela forma). Acredito que eu já tenha falado isso em algum vídeo meu na minha página do Facebook (Autor Anne Moon @realannemoon) ou no Instagram (Anne Moon @ampeixotoo). Nessa história falo também sobre disputa por poder e a tirania: como, claro, pode cegar algumas pessoas, se não souberem o que fazer com tudo isso. É igual à liberdade: muitos sabem usar de forma consciente, assim como outros não sabem.
Poder não tem a ver necessariamente com sua questão financeira ou seu status social, é algo mais profundo. É autoconhecimento para descobrir o lado sombra e o lado luz, para trabalhá-los e usá-los da melhor forma para ter sucesso na vida pessoal e profissional. Somos um produto, não no sentido de objetificação, desumanização, mas de colocar um alto valor em nós, aquela coisa de não se vender por pouco e não aceitar migalhas.
Existe aquela frase muito dita, “seja você mesmo”, que pode colocar algumas pessoas em parafuso. Elas têm pouca ou nenhuma certeza sobre quem são, talvez por nunca terem se analisado, entrado nessa jornada de se conhecer, ou passaram muito tempo projetando para os outros algo que não eram em essência.
Nesses casos a pessoa vai ter de fazer um processo de regressar para a criança interior, aquela que guarda a essência. Percebam que a criança é pura, não tem inseguranças, medos, malícia ou ódio. Somos nós adultos que corrompemos as crianças com nossas questões pessoais, por isso vemos crianças tendo atitudes que normalmente são de algum adulto.
Percebam que, quando criança, parecemos não ter medo praticamente. Brincamos, caímos, machucamo-nos, choramos e voltamos a brincar. Seguimos com a vida. Quando discutíamos com alguém, logo dávamos um jeito de resolver. Não guardávamos ódio. Tínhamos sonhos, objetivos na vida. Usávamos nossa criatividade. Não tínhamos crenças limitantes. Acreditávamos que o limite era do tamanho do universo para o que poderíamos conquistar nesta vida. Tínhamos essa vitalidade, essa vontade de ir atrás das coisas que queríamos.
Com o tempo, vamos perdendo com as crenças hereditárias, que vão colocando em nós com o tempo, crenças do inconsciente coletivo do grupo e da sociedade em que vivemos. A mídia também colabora com isso. Vamos nos moldando a toda essa esfera negativa que nos cerca.
Sendo assim, vamos nos afastando de quem somos, entramos em uma amnésia causal. Como falei em um artigo sobre amor-próprio, esquecemos nossa essência, tanto que muitas pessoas têm essa dificuldade de se descrever ou simplesmente não sabem como fazer isso.
É nesse ponto que a busca pelo seu poder pessoal entra. É autoconhecimento. Quando chegamos a esse ponto de estar em uma amnésia causal, temos de parar para ter o nosso momento de introversão, voltar-nos para nós mesmos, observar-nos, analisar todo o caminho que fizemos até hoje, nossas escolhas de vida, crenças, de onde vieram nossas crenças, comportamentos. Terapia comportamental ajuda bastante, recomendo. O psicólogo vai fazer exatamente isto: ajudar você a analisar toda a sua linha temporal, o que você vem fazendo durante sua vida toda. Você vai ter de aceitar que quem você foi era o melhor que poderia ser com os recursos disponíveis, enquanto hoje, no presente, você tem mais recursos, pode ser mais e melhor. Vai ter de se perdoar, perdoar sua história, perdoar os envolvidos, curar-se, seguir em frente na vida e abandonar bagagens que pesam muito para que novas bagagens venham para a sua vida, abrir-se para coisas novas.
É resgatar-se, entrar nessa jornada de autoconhecimento para trazer à tona a sua essência. É lá que está seu brilho próprio. Isso que é poder pessoal. Apoderar-se sobre a pessoa que você é, tomar posse sobre sua essência, ser o protagonista e autor da própria história: isso é ser rei e rainha da sua própria vida. Sua vida é seu reino e um reino precisa de alguém que governe.
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Não seja mero coadjuvante em sua própria história, seja quem escreve a própria história e quem é o protagonista dessa vida, que te pertence.
Isso é ter poder. É ser quem você é, é viver a sua verdade e se sustentar nisso.
Sim. Quando falamos em poder, sempre pensamos em mulheres com vestidos justos, longos e esvoaçantes, uma maquiagem bem produzida, um cabelo bem-feito, um estilo selvagem; homens de terno, barba bem-feita, cabelos bem arrumados e aquela cara de marrentos, mas é mais do que isso.
Existem mulheres que nem sempre estão de vestido, maquiagem, muitas vezes um visual mais minimalista, que são superpoderosas. Há até introvertidas que são poderosas. Há homens que nem sempre usam esse visual “CEO”. Às vezes nem faz parte do estilo deles e são superpoderosos.
Há uma questão muito importante, que Freud já colocou em pauta, que é a formação do ego, de quem somos, nossa personalidade e tríade de temperamentos.
Temperamentos são nossas características, tendências emocionais, humor e personalidade.
Sanguíneo: Extroversão, energia, alegria, expressão e sensualidade, geralmente são bem espalhafatosos e agitados. São bons comunicadores, com uma grande capacidade de adaptação e alto astral quando estão na luz. Quando estão na sombra podem acabar sendo um pouco desastrados por serem agitados, desatentos, esquecidos, superficiais, exagerados e impulsivos.
Coléricos: Controle, seriedade, racionalidade, ambição e organização. São a liderança em pessoa e muito metódicos quando estão na luz. Quando estão na sombra podem ser manipuladores (de forma negativa), insensíveis, grosseiros, intolerantes, impacientes e egocêntricos.
Melancólicos: Sensibilidade, talento artístico, lealdade, inteligência científica, dedicação. São conhecidos por serem introvertidos e serem bem atentos aos detalhes quando estão na luz. Quando estão na sombra podem ser pessimistas, egoístas, inflexíveis e se isolar excessivamente.
Fleumáticos: Sonhadores, espiritualizados, equilibrados, pacíficos e observadores. Dizem que são os mais fáceis de lidar por dificilmente perderem a paciência. São bastante pacientes e bem disciplinados e muito confiáveis quando estão na luz. Quando estão na sombra podem ser lerdos e extremamente agressivos. Os fleumáticos vão guardando sentimentos ruins por tanto tempo, que quando explodem é melhor você sair de perto, pois podem vir a agir com muita crueldade.
Só para deixar claro: isso não tem nada a ver com signos. Não há uma pesquisa que diga que as duas coisas estão correlacionadas. Por exemplo: eu, por ser do signo de peixes (o signo do esoterismo, da espiritualidade, do zen, supersonhador, paciente e pacífico), deveria ser fleumática, mas não sou. Na verdade, eu sou sanguínea.
Então, até neste exato momento em que estou escrevendo este artigo, não surgiu nenhum estudo que correlacione temperamentos com astrologia, apesar de que a astrologia não é somente o signo solar. Existe todo um mapa astrológico. Cada um tem o seu e isso fica para um próximo artigo.
Apesar de não estarem relacionados, foi descoberta uma ciência chinesa chamada fisiognomia, que diz que nosso rosto e corpo dizem quem somos, nossos pensamentos, como funcionamos, nossos temperamentos, como agimos.
Acredite se quiser: conheci uma especialista nessa área dos temperamentos, fisiognomia, visagismo, leitura facial e corporal e na criação de uma imagem de poder, que apenas olhando uma foto minha conseguiu me descrever. Aliás, para vocês entenderem, ela conseguiu falar certo aspecto da minha personalidade que só quem está sempre convivendo comigo percebe. Nunca conheci essa especialista pessoalmente e em menos de 5 minutos de conversa conseguiu descrever aspectos sutis em mim.
Estou falando dessas coisas pois o estudo dos temperamentos, a fisiognomia e até a astrologia são ferramentas de autoconhecimento para você trazer à tona a sua verdadeira essência e fazer disso a sua imagem de poder.
Ter uma imagem de poder, uma imagem que inspira confiança, não é ir atrás da perfeição, ficar se cobrando demais, e sim dar atenção à pessoa que mais importa: você! É cuidar dessa pessoa que é a mais importante da sua vida: você! Percebo que é muito mais fácil cuidar das pessoas que amamos, das outras pessoas; tão fácil, que acabamos nos esquecendo.
Claro que devemos ter cuidado com os outros, precisamos ter a compreensão de que somos um todo e não um ser único, sozinho neste universo. Tendo isso em mente, teríamos de cuidar muito bem de nós mesmos em todos os sentidos: físico, emocional, psicológico e espiritual.
Poder pessoal é isso. Quando você se conhece, se apodera de quem é, ninguém vai conseguir te definir e não se permite ser moldado por pessoas ou situações, não será uma vítima das próprias circunstâncias.
Quando há esse resgate da nossa essência, podemos encontrar um equilíbrio e harmonia, externalizamos e expressamos para as pessoas além do nosso comportamento. O autoconhecimento coloca-nos na luz, resgata-nos, então muita coisa muda. A sua forma de falar, de se comportar, a energia é outra.
A sensação que eu tenho depois de ter entrado nesta jornada do autoconhecimento é de voltar para casa após anos longe: até coisas que eu amava fazer, que fiquei muito tempo sem fazer, mas que voltei.
Claro que esse processo de autoconhecimento é longo e nunca acaba. É um processo de resgate da sua essência. É algo contínuo. É um caminho que temos de fazer para a cura do nosso ser, da nossa criança interior, trazer a nossa essência e em cima disso montar a nossa imagem, nosso visual.
Gratidão a você que leu este artigo.