Imagine se pudéssemos traçar uma linha clara que separa aquilo que é verdadeiro do que é falso. Uma linha perceptível que nos ajude a discernir aquilo que apoia a vida e nos leva à evolução daquilo que tende a destruir a vida e nos faz sofrer. Essa foi a proposta central do trabalho de Dr. David R. Hawkins, M.D., Ph.D., renomado autor, cientista e psiquiatra americano. Essa é a linha entre Poder vs Força.
Neste artigo falaremos sobre a essência da distinção entre poder e força segundo Hawkins. De um lado, está tudo aquilo que possui um poder intrínseco, que é verdadeiro por si só e que flui com as leis naturais. Do outro lado, está aquilo que age por meio do uso da força e do esforço, da tentativa de controlar e obter um ganho apenas pessoal, aquilo que parte do egoísmo e tenta “forçar a barra”.
Continue lendo para entender melhor o conceito do best-seller internacional Poder vs Força e como esse princípio pode ajudar você na sua vida, no seu autoconhecimento e no despertar da sua consciência.
Direto ao ponto
Qual a diferença entre poder e força segundo Dr. David Hawkins?
Para compreender essa distinção, podemos observar uma regra natural já conhecida de todos nós: a lei da gravidade.
A lei da gravidade está sempre presente e tem um poder que é naturalmente exercido sobre tudo o que há em nosso planeta. Por mais que tentemos forçar algo contra a gravidade, ela sempre está lá. Não é possível desligar a lei para que ela deixe de atuar em algum momento. A gravidade opera continuamente e estamos sempre sujeitos a ela, seja de forma consciente ou não. Portanto, é muito mais fácil nos alinharmos à lei e aceitarmos sua existência para fluirmos com ela do que tentarmos forçar algo contra uma regra da natureza.
Esse é, de certa forma, o princípio do que Dr. David Hawkins descreve como poder. Existem campos atratores (campos energéticos) que se alinham com leis universais e princípios operantes. Esses campos de consciência de poder nos permitem fluir com a vida, aproveitar as leis e utilizá-las a nosso favor, para o bem da nossa própria vida e da humanidade.
Quando nos alinhamos ao poder e aos níveis de consciência relativos a esse Poder Maior (coragem, neutralidade, disposição, aceitação, amor, gratidão, compaixão, paz), fluímos com a vida nas diferentes áreas e assuntos. As coisas acontecem sem esforço, nos sentimos felizes, contribuímos com o mundo, temos um senso de significado de realização e de propósito.
Essa é a essência do poder. Sempre que nos alinhamos a algo que é real e que é um princípio operante universal, estamos vivendo de acordo com o poder invisível ou oculto que rege a vida, alivia o sofrimento e traz felicidade a nós e àqueles ao nosso redor.
E o que é, então, a força?
Da mesma forma que resistir à lei da gravidade ou tentar rolar uma enorme pedra montanha acima vai nos trazer apenas cansaço, desgaste e sofrimento, alimentar aquilo que vai contra as leis universais só traz infelicidade para nós mesmos e para as pessoas que entram em contato conosco, direta ou indiretamente.
Os níveis de consciência relacionados à força são energias que vão na contramão da vida. Ao invés de apoiá-la, acabam pecando (pecado vem do hebreu “errar o alvo”) por tentar garantir apenas a própria sobrevivência, apenas seus ganhos pessoais. O que Dr. Hawkins chama de força, portanto, são níveis de consciência negativos (culpa, ódio, tristeza, medo, ganância, raiva, arrogância) que nos levam a agir de maneira egoísta e em desacordo com as leis que regem a vida. Assim, quando nos apegamos à força nossa vida fica pesada, sofrida, esforçosa, cansativa, trágica, amedrontadora, triste e desesperadora.
Como identificar poder e força no nosso dia a dia?
Para que sejamos felizes, é muito importante que identifiquemos a todo momento se estamos nos alinhando com princípios universais de poder (aquilo que faz nossa vida fluir e nos traz felicidade) ou se estamos nos alinhando com níveis de consciência e campos de força que tentam avançar a custo de egocentrismo ou destruição (que acabam nos fazendo sofrer e impedem que tenhamos resultados práticos nas diferentes áreas da vida).
Para facilitar essa identificação e distinção, veremos a seguir algumas das características de força e de poder.
Características da força
Sempre que estamos com algum assunto travado em nossa vida, podemos investigar se existe algum tipo de vaidade ou arrogância, algum medo que não estamos querendo enfrentar, um ressentimento que não queremos deixar ir ou algo que não estamos querendo perdoar. O apego a qualquer uma dessas emoções caracteriza também o apego à força.
A força ainda pode ser identificada por um autocentramento. Quando nos preocupamos apenas com nós mesmos, nos alinhamos à força. O mesmo acontece quando achamos que alguém precisa sair perdendo para que tenhamos êxito. Na força, ficamos presos em um senso de competição ou nos fixamos simplesmente em tentar não perder o que já temos. Ao invés de se desafiar para buscar evolução, crescimento e contribuição, a força busca viver na zona de conforto e manter as coisas como estão.
No ser humano, a força tem relação com as partes primitivas do cérebro, que podemos denominar de Cérebro de Lagarto e Cérebro de Macaco:
Cérebro de Lagarto
É especialista em evitar a perda, buscando segurança a todo custo. Esse é o cérebro mais primitivo que temos. Foi herdado dos dinossauros e jacarés, por exemplo, que também funcionam dessa forma. O cérebro de lagarto serve para reprodução, lutar ou fugir. Para autopreservação ou preservação da espécie. Esse cérebro age primeiro porque é instintivo, autônomo. Os pensamentos que vêm são: “Se eu perder”, “E se não der certo?”. Esse cérebro corresponde aos níveis mais baixos de uso da força, onde a felicidade oscila entre 8 e 10%.
Nome científico do cérebro: Reptiliano
Mensagem: “Eu não perco”.
Emoções envolvidas: culpa e medo.
Cérebro de Macaco
Busca ganhos e satisfações de curto prazo. Tudo o que ganhamos e que antes não tínhamos é devido a esse cérebro, sejam esses ganhos financeiros, de saúde etc. Aqui existe o desejo e a capacidade de querer um algo a mais. Porém, se fomentamos esse desejo a maior parte do tempo, ficamos numa dualidade entre raiva e vaidade. Raiva por não alcançar o desejo querido e vaidade quando alcançar: “Eu alcancei, tudo é mérito meu!”. Aqui temos níveis de consciência de força que já trazem mais energia, por isso alcançam diversas conquistas. Há um salto de felicidade em comparação ao cérebro reptiliano, porém a felicidade ainda fica entre 10% e 22%.
Nome científico do cérebro: Límbico
Mensagem: “Eu ganho”.
Emoções envolvidas: desejo, raiva e vaidade.
Características do poder
O poder segue o coração, enfrenta os medos e abre mão da vaidade. Foca naquilo que deve fazer, dá o seu melhor e entrega o resultado a Algo Maior. Busca o bem-estar de todos, incluindo a si mesmo.
Poder enxerga que um assunto que pode ser resolvido com ganha-ganha e encontra maneiras para que todos sejam beneficiados. Há um senso de cooperação, humanidade, harmonia e contribuição. Empoderamento, otimismo, perdão, confiança, entrega, entusiasmo, aprendizado, inspiração, empatia, contemplação, gratidão. Todas essas são características associadas ao poder.
Na fisiologia e na mente, poder tem relação com o Cérebro de Humano e com as faculdades mentais que só a nossa espécie possui, conforme vemos a seguir:
Cérebro de Humano
É a parte da nossa mente que age por contribuição. Nele há um processo de encorajamento. Vencemos o cérebro de lagarto que diz que tudo pode dar errado. O cérebro humano garante que os outros cérebros não dominem, pois nos dá a capacidade de inibir os impulsos de ganho e de medo da perda. Aqui os níveis de felicidade dão um salto, variando de 55% a 89%.
Nome científico do cérebro: Neocórtex
Mensagem: “Eu posso”
Emoções envolvidas: coragem, aceitação e amor.
Transcendemos os cérebros primitivos e utilizamos nosso cérebro humano a cada momento em que nos alinhamos com os princípios operantes e campos atratores de poder. Isso é feito reconhecendo os cérebros animais, e não negando-os. A partir dessa tomada de consciência, temos a opção de escolher o positivo. A incansável dedicação para reconhecer a falsidade e escolher a verdade é o que nos leva à evolução em todas as áreas da vida.
“Estou agindo através de força ou poder?” Essa é uma pergunta simples e poderosa que podemos fazer a todo momento, dia após dia, seja durante tarefas cotidianas ou em situações desafiadoras. A simples observação dessa questão já contribui para expandir nossa consciência sobre aquilo que está sendo vivenciado. Então, a investigação constante de nossas motivações abre espaço para escolhermos nos alinhar cada vez mais com o poder.
Como se aprofundar em Poder vs Força?
Se você quer compreender as nuances e os diferentes níveis de consciência contidos tanto na energia de poder como na energia de força, vale a pena adquirir o livro Poder vs Força: Os Determinantes Ocultos do Comportamento Humano. A obra de Dr. David R. Hawkins, M.D.,Ph,D. foi traduzida em primeira mão para o português pela Pandora Treinamentos e está agora disponível para o público brasileiro.
Com embasamento profundo, o livro segue uma abordagem lógico-científica. Foi resultado da tese de doutorado de Dr. David Hawkins, além de muitos anos de investigação com equipes de pesquisa. Seu método de ensino é circular, ou seja, o mesmo assunto é abordado a partir de diferentes óticas e perspectivas. Isso permite que o leitor absorva o conteúdo de forma cada vez mais profunda.
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O livro ainda conta com um apêndice que ensina a exata técnica científica de resistência muscular utilizada por Dr. David Hawkins e sua equipe para distinguir poder e força nos mais variados contextos e áreas da vida humana. A partir dessa ferramenta, é possível saber se uma determinada empresa, pessoa, livro, música, cidade, indústria etc. opera a partir de princípios de poder ou de força. Para saber detalhes mais sobre o livro, acesse o link oficial de Poder vs Força.