Convivendo Empoderamento Feminino

Por mais mulheres na política

A vice-presidente estadunidense Kamala Herris
sheilaf2002 / 123RF
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Apesar de as mulheres hoje em dia ocuparem os mesmos espaços que os homens, estando aptas a viverem muito além de suas casas, filhos e maridos, há questões ainda não resolvidas em relação à equidade de gêneros tão cobiçada pelo feminismo. Dentro disso, é importante analisar e pensar sobre a presença feminina em espaços políticos, como instituições governamentais. Para isso, acompanhe a seguir a história de algumas mulheres na política desde a conquista do direito ao voto e reflita sobre essa figura feminina na atualidade.

O direito feminino ao voto

Desde a Grécia Antiga, com a definição da democracia ateniense, até o início do século XX, o direito ao voto era globalmente um artifício exclusivo dos homens, especificamente dos brancos e ricos. Diante disso, nasceu, em meados do século XIX, o movimento sufragista que, aliado à luta contra a escravidão e à luta operária contra a exploração dos trabalhadores, buscava garantir às mulheres a mesma cidadania da qual os homens desfrutavam.

A luta pelo sufrágio universal, muito impulsionada pelas militantes inglesas do século XIX, deu-se pela busca do reconhecimento de todas as pessoas enquanto cidadãos dignos de equidade, desde o tratamento delas na sociedade até o próprio exercício político.

Uma mulher segurando uma placa branca que contém a palavra "vote" escrita.
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Os primeiros países a reconhecer o direito das mulheres ao voto foram a Nova Zelândia, em 1893, e a Finlândia, em 1906. Nos Estados Unidos, foi definido esse direito só no ano de 1919. Na América Latina, o Equador foi o primeiro país a permitir que suas cidadãs votassem, em 1929. Em fevereiro de 1932, no Brasil, Getúlio Vargas assinou o tão esperado direito de voto às mulheres. A África do Sul, por sua vez, teve esse avanço somente em 1993, e a Arábia Saudita em 2011.

Apesar de terem seus títulos de eleitor garantidos, as mulheres, mesmo anos depois da conquista do voto, não se equipararam à presença e ao domínio político dos homens. A jornada da mulher na política ainda é uma luta em vigor e enfrenta, constantemente, os obstáculos da desigualdade de gêneros na sociedade.

A jornada das mulheres na política

Mesmo que ainda hoje as mulheres busquem maior espaço em esferas de poder, a jornada feminina dentro desse âmbito político não é recente. O direito feminino ao voto foi resultado de décadas de lutas e de reivindicações das mulheres, e até a atualidade diversas batalhas desse cunho são cravadas para que elas ocupem um lugar de dignidade e equidade nesses locais.

Por volta de 1838, a professora Nísia Floresta, precursora do feminismo no Brasil, já publicava artigos criticando o lugar imposto às mulheres na sociedade. Entre os anos de 1859 e 1935, Leolinda Daltro fundou o Partido Republicano Feminino, numa época em que as mulheres não possuíam direito algum na esfera política. Bertha Lutz, uma das principais vozes femininas do sufrágio, organizou em 1922 o primeiro congresso feminista do Brasil.

Graças a todas essas mulheres, em 1928, a primeira prefeita do país pôde ser eleita na cidade de Lages, no Rio Grande do Norte. Alzira Soriano inaugurou esse cargo em nome de todas as brasileiras, abrindo espaço para que Carlota Pereira de Queirós fosse deputada federal em 1933, Eunice Michiles fosse senadora em 1979, Iolanda Fleming fosse governadora em 1986 e Dilma Rousseff presidente em 2011.

As mulheres na política na atualidade

Apesar de o avanço das mulheres no cenário político ser significativo e mesmo que elas ocupem cargos de influência nos três poderes democráticos, a presença delas ainda é tímida perto do domínio masculino nesses espaços. É frequente notar, em qualquer reunião no Congresso Brasileiro, por exemplo, que a maioria esmagadora dos políticos envolvidos são homens (e brancos!). Devido ao machismo estrutural, enraizado na sociedade, tem-se até hoje, portanto, uma enorme desigualdade de gêneros nas bancadas políticas.

Seis palanques políticos pospostos uns aos outros, da esquerda para a direita. Desses seis, cinco são ocupados por homens realizando expressões e apresentando reações diferentes. O primeiro, entretanto, é ocupado por uma mulher.
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Esse assunto é problemático porque esbarra na questão da representatividade: num país no qual as mulheres correspondem a 52,2% (109,4 milhões) da população — ou seja, mais da metade, segundo pesquisa do IBGE realizada em 2019 —, o que é inadmissível que as decisões governamentais da nação inteira sejam tomadas por uma parcela esmagadora de homens. Para que as mulheres estivessem, de fato, representadas no cenário político, seria preciso que, no mínimo, metade do corpo governamental fosse ocupado por elas, o que ainda está bem longe de acontecer no Brasil.

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Por isso é importante que as mulheres se conscientizem e se engajem politicamente, agindo de forma ativa em lutas e causas sociais diversas. Ocupando espaços de militância e apoiando umas às outras, essas caminham rumo à ascensão do gênero feminino na sociedade.

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