A psicopedagoga Mônica Pessanha alega que este comportamento julgador pode ser identificado como “categorizarão”, que é um dispositivo interno que todos nós usamos e que nos ajuda a viver em sociedade: “a categorizarão é uma atividade cognitiva fundamental, porque ajuda o ser humano a organizar e a representar o conhecimento sobre as coisas e as pessoas”, diz ela. Contudo essa atividade é capaz de nos ajudar a olhar alguém e supor determinado comportamento da pessoa por meio do pré-conhecimento que temos sobre questões sociais e psicológicas, e este pode ser o primeiro passo para o preconceito. Julgamos e somos julgados diariamente, porém é necessário refletir sobre o que você tem pensado sobre as pessoas.
Na maioria das situações, não nos colocamos no lugar dos outros e falta empatia. Quem tem em mente que seu próprio ponto de vista é o único válido, correto e “verdade absoluta” impede a si mesmo de ir além e de compreender perspectivas diferentes ou até de ter novas experiências que gerem sabedoria. É imprescindível se permitir duvidar de suas opiniões e até mesmo de suas próprias crenças quando novos horizontes puderam te proporcionar conhecimento. Exercite pensamentos que te permitam aceitar que gostos e personalidades são diferentes e que isso não significa que há certo e errado, nem que existe uma opinião melhor do que a outra.
É importante saber que existe uma grande diferença entre analisar um determinado comportamento alheio com bom senso e realizar um julgamento negativo e prejudicial a respeito de uma pessoa; este segundo caso muitas vezes é feito com base em julgamentos precipitados, porque chegamos a conclusões precipitadas. Se você já se sentiu injustiçado pelo julgamento errado de outra pessoa sobre você, tem noção de quão prejudicial o julgamento pode ser. Diminuir os efeitos sobre esta prática pode ser simples e fácil: sendo uma pessoa sensata e com boa vontade em suas avaliações sobre terceiros. Se você já é uma pessoa com hábito de julgar até os pequenos detalhes, isso se torna um hábito e toma conta da sua forma de pensar, sentir e agir. Ou seja, essa prática se transformará em um hábito e você começará a julgar todos os que estão ao seu redor por suas roupas, ações, escolhas, maneirismos e muito mais.
Para se livrar destes pensamentos que saem de dentro de você mesmo sem querer e espalham energias negativas no mundo, primeiramente você precisa identificar quais são os momentos rotineiros em que você acaba julgando alguém. Preste atenção neles para entender o que você está pensando e o que pode ser destrutivo para você mesmo e para os outros. Anotar o seu comportamento perante os demais ao longo do dia ou da semana te ajudará a se policiar e a restringir tudo que for negativo. Você pode se perguntar por que está julgando tal pessoa daquela forma, se você não sabe o que ela está passando, o que ela já enfrentou naquele dia, naquela semana ou naquele mês. Não sabe nem mesmo se vale a pena ficar desgastando seu cérebro com julgamentos rasos sobre as escolhas de alguém que não interfere em nada na sua vida.
Você também pode gostar de:
- Frases sobre a vida para refletir
- Quem está falando com você? A mente ou o coração?
- O que é sororidade? 10 pontos para o feminismo!
- Até onde uma crítica pode levar
Muito além de se colocar no lugar do outro, ter a consciência de que você está no mundo para evoluir e que todas as outras pessoas têm essa mesma missão pode ser o ponto alto que te fará perceber que o julgamento do próximo, na maioria das vezes, não é saudável, muito menos auxiliará nessa jornada de evolução a que todos nós estamos submetidos. Tenha em mente que energias sempre voltam ao seu lugar de origem, por isso é que fazer o bem, pensar positivo e ajudar os outros (mesmo que essa ajuda seja só não o julgar) é o principal meio de ter coisas boas acontecendo a você.