Aqueles feriados e férias tão desejadas! Mal começa o ano e já olhamos quantos feriados teremos. E claro: já entramos em férias ou logo vamos estar. Mas o que tem isso a ver com a nossa mente?
Quem trabalha como eu, na área da saúde, está acostumado a ver que muitas pessoas adoecem logo no início das férias, tanto que isso já rendeu até estudos. Não é um fenômeno exclusivo da estação (verão ou inverno), mas acontece, inclusive, em feriados prolongados e até em alguns dias de folga que podem acabar sendo atrapalhados por sintomas desagradáveis.
O problema parece ser tão comum que tem até um nome: Síndrome ou mal do lazer.
Quem primeiro estudou este tema foi o psicólogo holandês Ad Vingerhoets, da Universidade de Tilburg, em 2001, quando observou que algumas pessoas, particularmente aquelas que trabalhavam sob pressão, caiam doentes assim que tiravam um descanso. O estudo entrevistou quase 2.000 holandeses, homens e mulheres, e descobriu que 3% das pessoas estavam piores nas férias do que nos dias normais de trabalho.
Os sintomas mencionados com mais frequência foram dores de cabeça e de barriga, fadiga, dor muscular e náuseas, gripe, enxaqueca, depressão e ansiedade. Outros pesquisadores esclareceram que a doença apareceria como consequência de um sistema imunológico acelerado.
Sabemos que depressão e ansiedade têm efeitos no sistema imunológico, como lemos frequentemente em artigos, inclusive para leigos. Nosso corpo liberaria adrenalina e cortisol, dois hormônios estreitamente relacionados com a supressão do sistema imunológico.
Segundo um estudo feito pelo Centro Nacional de Informação da Biotecnologia dos EUA: a queima calórica está mais ligada ao total de tempo “pensando” do que à dificuldade do raciocínio, pensar gasta glicose, o cérebro dos jovens, gasta mais calorias que o dos velhos. Gasta mais energia quem está mais concentrado na tarefa. Uma pessoa que consome uma média de 1.300 calorias por dia pode gastar 260 calorias pensando.
Mas o que poderíamos de fato fazer para que nossos dias de lazer fossem melhores e no dia a dia pudéssemos descansar a nossa mente para que não precisássemos passar por isso?
As pequenas pausas ao longo do dia, ou quando chegamos a casa, ou em intervalos de final de semana, ou folga são apropriados para o descanso. Descansar não é encher a mente de exigências, com os pensamentos pulando e saltitando como macacos, nem para ler o que ficou atrasado, atualizações, entrar no computador e o vilão mais presente: ficar no celular. Nem para planejar uma agenda ou elaborar reuniões para a semana seguinte.
Estes pensamentos impedem que você relaxe! Você precisa acreditar que não está sendo irresponsável, nem começar a se culpar por estar pensando ou fazendo NADA.
O fato de ter férias ou feriados não é por si só reparador. Você está se enganando se pensa que levantar mais tarde apenas e encher a mente de estímulos é descanso.
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Pequenas folgas ou férias são espaços para o relaxamento. Descansar é não exercitar as mesmas funções que te fizeram estar estressado. É respirar, relaxar, repousar, não se esforçar mentalmente durante um período. Não se obrigar a nada. Não listar obrigações.
Pode ser que você queira meditar, fazer algum relaxamento, não abrir e-mails, pegar o celular apenas poucas vezes, tomar sol, tomar um banho demorado, passar um tempo cuidando do seu corpo, brincar com seu bichinho, tomar sol ou andar no verde, enfim… Crie a forma que te trouxer mais descanso, sem instigar a mente aos vícios que te levaram a adoecer. Sem culpa, sem neuras!