Se você tem um filho em idade escolar, que está no ensino fundamental ou no ensino médio, deve prestar atenção ao rendimento dele nessa atividade. Afinal, a maioria das crianças e dos adolescentes passam um grande período na escola, e é importante que se saiam bem nos estudos.
E quando isso não acontece? Quando as notas começam a cair, ou quando o jovem se recusa a cumprir os deveres que são incumbidos a ele? Para lidar com esse problema de uma maneira acolhedora e compreensiva, é fundamental investigar a causa. Aprenda mais sobre esse assunto com o conteúdo a seguir.
Saiba o porquê do seu filho ir mal na escola e como lidar com isso
O que é realmente um mau desempenho escolar?
Não é muito complicado dizer se uma pessoa está indo mal na escola. No entanto, qual é o fator que determina esse desajuste? O mau desempenho escolar é definido por um rendimento escolar que está abaixo do esperado para determinada idade, em relação a certas habilidades cognitivas e escolaridade.
Ou seja, em cada fase da vida de uma criança e de um adolescente existem algumas tarefas que eles devem ser capazes de desenvolver na escola e em casa. Sendo assim, caso um jovem não consiga realizar certas funções, é provável que haja um desequilíbrio que o está atrapalhando.
Em geral, esse mau desempenho escolar se manifesta com notas baixas, com a incapacidade de realizar a lição de casa ou os trabalhos pedidos e com um desejo de se distanciar da escola o máximo possível.
É por isso que nesse momento os familiares devem investigar alguns aspectos da vida pessoal e escolar da criança ou do adolescente. Por meio dessa atitude, é possível identificar o que está causando o mau desempenho na escola e qual é a melhor maneira de lidar com isso. Saiba mais, no próximo tópico.
Coisas que podem estar atrapalhando seu filho
A seguir, listamos os principais fatores que podem estar atrapalhando seu filho na escola, seja na hora de fazer amigos, de realizar as avaliações ou de fazer os trabalhos solicitados.
1) O bullying
O bullying é uma prática conhecida no ambiente escolar. Ele consiste em pequenas agressões físicas ou verbais constantes que um ou mais alunos praticam em outros estudantes. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14,8% dos estudantes do nono ano sofreram bullying nos 30 dias anteriores à realização da pesquisa.
Então, mesmo no ambiente escolar, as crianças e os adolescentes podem ser agressores, vítimas ou testemunhas das agressões. O resultado disso é o baixo rendimento escolar de todos os envolvidos. Os agressores apresentam dificuldades para compreender limites e para entender as próprias responsabilidades, deixando de se dedicar aos estudos.
Por outro lado, as testemunhas e as vítimas se sentem acuadas por quem as agride, sentindo mais dificuldade para se manifestar no ambiente escolar. Como consequência disso, podem evitar tirar dúvidas e não sentem gosto pela aprendizagem.
2) O isolamento e a solidão
O isolamento e a solidão, que podem ser consequências do bullying, também são fatores que geram um mau desempenho escolar. Quando um jovem não se sente bem-vindo no local onde está, é provável que enfrente dificuldades para se concentrar, para trabalhar em grupo e para manifestar as próprias ideias.
Somando esses fatores, não há o desejo de aprender e de estar no ambiente escolar. Nesse caso, o jovem acumula sensações negativas em relação à escola, perdendo a oportunidade de criar laços, de estudar de forma leve e de cometer erros e acertos.
3) O ambiente familiar
O ambiente familiar é um elemento determinante para o desempenho escolar de uma criança e de um adolescente. Mesmo que o jovem não passe tanto tempo dentro de casa, é nesse contexto que ele vai aprender valores, realizar lições e trabalhos e compartilhar as dificuldades que está sentindo na convivência com os colegas.
Portanto, se o ambiente familiar não é acolhedor e costuma lidar com os problemas do desempenho escolar com violência e humilhação, esse padrão se repetirá na escola. Logo, em vez de uma criança tentar esclarecer as dúvidas que sente em relação a uma tarefa, é provável que ela se sinta irritada e desista de aprender, acreditando que é incapaz de fazer isso.
Inclusive, o ambiente familiar agressivo pode gerar crianças e adolescentes que não conseguem se concentrar, que optam pela violência como solução para os problemas e que não veem valor no estudo. Assim, os jovens não se sentem motivados a estudar, já que precisam se preocupar com questões emocionais acima de tudo.
4) O desgosto pelo aprender
O desgosto pelo aprender não é raro entre os jovens, principalmente no Brasil. Muitas famílias de baixa renda precisam que os filhos trabalhem além de estudar, o que torna a rotina exaustiva e com pouco tempo de lazer. Como o trabalho é inevitável, o estudo, que só trará benefícios a longo prazo, torna-se um inconveniente.
Apesar disso, as famílias mais abastadas também podem enfrentar problemas em relação a isso. Mesmo que os jovens não tenham a obrigação de trabalhar ao mesmo tempo em que estudam, eles podem sentir desinteresse por aquilo que estão estudando.
E esse desinteresse pode não estar relacionado com o conteúdo em si, mas com o ambiente escolar. Se os jovens não tiverem amigos na escola, por exemplo, dificilmente irão se divertir no processo de aprendizagem, encarando essa necessidade como algo maçante e difícil. Sem o prazer de estudar, o rendimento na escola tende a diminuir.
5) Os vícios externos
Os vícios externos ao ambiente escolar podem afetar os estudantes de duas maneiras distintas. Em um primeiro cenário, familiares que são viciados em alguma substância acabam negligenciando o cuidado e a atenção aos filhos, que não veem motivos para se dedicar aos estudos por viverem em um ambiente hostil e agressivo.
Ao mesmo tempo, os vícios podem partir diretamente dos jovens. O uso frequente de celulares e o investimento de todo o tempo de lazer em jogos online também caracterizam uma forma de vício. Nessa situação, os jovens não conseguem passar muito tempo sem esses aparelhos eletrônicos, apresentando dificuldade para se concentrar em tarefas que não os envolvam.
Além da atenção dispersa, o vício em jogos e em celular torna as crianças mais agressivas, o que pode torná-las agressivas com os professores e com os colegas, seja na hora de fazer atividades em grupo ou na hora de tirar dúvidas. Unindo esses fatores, há uma queda drástica no rendimento escolar.
6) Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH)
O Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, TDAH, é uma condição neurológica que pode resultar em sérios problemas quando não é tratada adequadamente. Um desses problemas é o mau rendimento escolar.
O motivo dessa associação é que uma pessoa com TDAH tem dificuldades para se concentrar em uma atividade. É comum que ela sinta vontade de se movimentar, de conversar com os colegas, ou que fique pensando em outros assuntos durante uma explicação importante.
Consequentemente, as crianças que apresentam esse transtorno sofrem para realizar provas e trabalhos, porque não conseguem absorver o conteúdo transmitido nas aulas e dedicar muito tempo a uma só tarefa. Felizmente, é possível tratar o TDAH e obter resultados melhores.
7) Transtornos de aprendizagem
Assim como o TDAH, os transtornos de aprendizagem trazem consequências negativas para o desempenho escolar dos jovens. Dislexia, Disgrafia, Discalculia e Déficit de Processamento Auditivo (DPA) são algumas das condições que resultam nesse cenário negativo.
É importante compreender que as pessoas que apresentam os transtornos de aprendizagem têm necessidades diferentes das pessoas que não apresentam essa condição. Portanto, elas naturalmente terão mais dificuldade para entender algumas matérias, obtendo notas baixas, ainda que se esforcem muito.
Em casos desse tipo, é necessário identificar rapidamente os sintomas de que algo no processo da aprendizagem está se perdendo. A partir disso, basta procurar auxílio profissional para tratar os transtornos e oferecer alternativas ideais para os jovens que os apresentam.
8) Pressão por bons resultados
A pressão por bons resultados é mais comum entre os adolescentes, mas também pode acontecer para as crianças. Ela se manifesta quando é exigido que o jovem em questão tenha um desempenho excelente em todas as matérias, o ano inteiro. Muitas vezes, os professores e os pais podem dar a entender que errar é inaceitável.
Imediatamente, a escola, que deveria ser um local para errar e aprender, torna-se uma vilã para os estudos. A pressão constante pode resultar em jovens ansiosos e depressivos, que se sentem incapazes de alcançar os resultados que são esperados deles.
Logo, o que ocorre é um efeito reverso. Os adultos esperam que os jovens tenham um desempenho escolar exemplar, mas os pressionam tanto para isso que o efeito acaba resultando em notas baixas e problemas na saúde mental.
Como lidar com essa situação?
Um ou mais fatores apresentados acima podem estar comprometendo o desempenho escolar do seu filho. Em primeiro lugar, é preciso identificar qual é o problema que esse jovem está enfrentando, para só então poder ajudá-lo. Nesse processo, é fundamental que haja muito diálogo e acolhimento.
Para tal, você deve conversar com seu filho, criando um ambiente respeitoso e compreensivo. Mostre que você está ao lado dele e quer ajudá-lo, entendendo como é a rotina dele na escola, como ele se sente sobre os estudos e quais são as dificuldades que ele enfrenta.
Em segundo lugar, dependendo de qual for o problema do seu filho, você pode falar com a direção da escola, com o corpo de professores e com profissionais da saúde. Todas essas pessoas já lidaram com esse tipo de situação antes, e vão ajudar o seu filho a se conhecer melhor e a ter uma relação mais positiva com os estudos.
Em terceiro lugar, lembre-se de não julgar o seu filho por um desempenho escolar abaixo do esperado. Evite todo tipo de agressão e de humilhação, mostrando-se disponível para ajudá-lo. Afinal, como vimos anteriormente, um ambiente familiar hostil pode piorar o rendimento dos estudantes.
Finalmente, é fundamental que você reconheça os seus limites. Nem todos os problemas do seu filho poderão ser resolvidos sem ajuda profissional, mesmo que você se dedique muito a ajudá-lo. Por isso, procure orientações de quem entende detalhes sobre esse assunto.
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Com base nas informações apresentadas, observamos que o mau rendimento escolar pode ser causado por inúmeros fatores, e cada um deles merece atenção, respeito e cuidado. Contando com o apoio de pedagogos, psicoterapeutas, psicólogos, psiquiatras e professores, é possível identificar a causa do problema e resolvê-la com eficiência e amor.