É fato que estamos aqui para nos relacionarmos. Não tem como fugir disto! Precisamos uns dos outros de alguma forma. Não há quem não se relacione com o mundo externo, enquanto, na condição de ser humano. Desde o ar que respiramos e que compartilhamos, até outras necessidades básicas, enquanto habitantes do mesmo lar planetário. A grande diferença está em buscar a outra metade da laranja ou querer ser uma laranja inteira para compartilhar com outra laranja inteira.
Poucos já alcançaram o patamar evolutivo de não precisar de alguém para “completá-los”. São pessoas que não sentem a necessidade de relações à “moda antiga”, casando, tendo filhos e coisas do tipo. Sentem-se bem em sua própria companhia, estão completos. Diferente de sentir solidão, vivenciam a solitude, que é viver bem consigo mesmo e não estão presas às convenções socioculturais.
Os relacionamentos nos servem para o nosso autoconhecimento. A verdade é que, por meio deles nos relacionamos pouco com o outro e muito mais com nós mesmos. É um paradoxo que deve ser compreendido.
A necessidade de um relacionamento é gerada pela falta de integração interna.
Sim, quem pensa que está se relacionando com outras pessoas e que elas são complicadas, ainda não compreendeu o básico dos relacionamentos.
Acontece que estamos sempre nos relacionando com as nossas crenças, com o que pensamos e sentimos. É o nosso microcosmo interior que age todo o tempo.
Pessoas e situações que surgem na vida são um espelho de algo que precisamos aprender, sobre quem somos, quais as fragilidades e o que é necessário transformar.
E quando sentimos um incomodo, precisamos entender que não é culpa da outra parte, mas é um problema nosso, com o nosso mundo interno. Lembrando sempre que o que vemos do lado de fora é o que temos do lado de dentro.
A necessidade de um relacionamento é gerada pela falta de integração interna. Encontramos no outro o que ainda não achamos em nós. Partes escondidas que não reconhecemos no universo íntimo.
Então, ter necessidade de um relacionamento é diferente de se relacionar para compartilhar com o próximo, uma relação saudável e prazerosa. Entrar em uma relação porque precisamos dela… Pode ser um relacionamento amoroso, um trabalho ou um problema familiar em que nos enroscamos.
Os sentimentos que você acolhe e emoções que o movem.
Reclamamos da família, os pais se desentendem com os filhos, esposa com o marido… Têm relacionamentos destemperados por conflitos de toda ordem. Por que e como se desvencilhar disto?
Cada um escolhe o que e como viver. Mesmo na família, tudo depende de como você se envolve. Os sentimentos que você acolhe e emoções que o movem.
Meu pai não me entende… Meu filho é um problema… E o que você tem feito para aceitar as pessoas como elas são? Será que está sendo controlador, crítico e julgador ao extremo?
E se já sabe que não poderá mudar o outro, mas apenas você, pare de insistir no mesmo erro. Pare com a briga sem vencedores, em que cada um se acha dono da sua verdade.
Veja bem, quando você se sente magoado, ressentido, alegre ou em comunhão com alguém, é porque você escolhe se sentir assim. Você é dono do que pensa, do que sente e de como age.
Você escolhe seus relacionamentos e como se sentir com eles. Se você está em um namoro complicado, é hora de perceber como você tem se posicionado. Pode ser que ainda não tenha aceitado que o outro é como é, ponto. O problema é que você insiste em querer moldá-lo ao seu jeito.
Como sabemos, cada um de nós vive seu próprio universo. Quantas vezes você se viu em uma situação, em que tentou convencer alguém que você estava certo e a impressão que teve é que essa pessoa não entendeu nada do que você falou?
E aquele outro que se sente ofendido por qualquer coisa que você diga? Será que você quis ofendê-lo ou ele apenas se sentiu ofendido por conta própria?
Você escolhe seus relacionamentos e como se sentir com eles.
O relacionamento saudável com o próximo só surge quando você se relaciona bem com você mesmo, ou seja, seus relacionamentos interpessoais dependem de sua relação intrapessoal.
Algumas pessoas, não sentem mais a necessidade de relacionamentos conflituosos para seu crescimento interior, porque já alcançaram a liberdade de ser o que são. Elas não vivem mais os conflitos internos que a grande maioria ainda não se libertou. Não dependem mais da aprovação alheia e nem têm a necessidade de agradar alguém.
Essa coisa de viver colado no outro, está fora de moda, estamos evoluindo! Se eu gosto de tomar vinho em um restaurante e o meu marido prefere assistir um jogo de futebol, a nossa relação será super saudável quando cada um for fazer o que quer, sem a necessidade de ter que levar o outro a tiracolo.
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Os conflitos nos relacionamentos são frutos da confusão que cada um carrega em si mesmo. Seja no trabalho, na família ou no relacionamento conjugal, não existe certo ou errado, bom ou ruim. É sempre você que faz de seu mundo o seu céu ou inferno. Quando nos sentimos em paz interior, este é o melhor momento para a convivência. Os relacionamentos são difíceis porque nós somos muito difíceis.
À medida que nos conhecemos melhor, por meio de nossa relação intrapessoal, podemos finalmente ter relacionamentos interpessoais mais saudáveis.