Talvez você já tenha se perguntado por que, diante de uma escolha, nosso cérebro tende a preferir chocolate, bolo ou qualquer outro alimento calórico ao invés de algo saudável como o brócolis. A resposta está diretamente ligada ao mecanismo de recompensa do cérebro e à liberação de dopamina, o neurotransmissor responsável pela sensação de prazer.
O cérebro humano é uma máquina complexa, mas com um objetivo bem simples: maximizar recompensas para garantir nossa sobrevivência.
Desde tempos primitivos, fomos programados para buscar alimentos ricos em calorias, como açúcares e gorduras, que fornecem energia de forma rápida.
Quando comemos algo doce, como chocolate, o cérebro dispara dopamina, criando uma sensação de prazer e satisfação. Essa memória é registrada em uma região do cérebro que atribui valor às experiências e recompensas.
Assim, toda vez que nos deparamos com chocolate, nosso cérebro automaticamente lembra das experiências positivas anteriores.
Isso acontece porque o COF cria uma hierarquia de valor baseada no quanto algo foi prazeroso. Alimentos calóricos geralmente estão no topo dessa lista, já que a sobrevivência de nossos ancestrais dependia de estocar energia.
Enquanto o brócolis oferece nutrientes importantes, ele não é tão rico em calorias e nem dispara a mesma quantidade de dopamina. O sabor amargo de muitos vegetais também é menos atraente do ponto de vista evolutivo, pois o cérebro primitivo associava sabores amargos a alimentos potencialmente perigosos.
Esse mecanismo, que foi crucial para a sobrevivência no passado, hoje pode ser um desafio. Vivemos rodeados de opções altamente calóricas e prazerosas, mas com poucos benefícios nutricionais.
Lutar contra isso não é apenas uma questão de força de vontade. Para mudar hábitos, é preciso reconhecer a recompensa subjacente e buscar substituí-la por outra que seja igualmente satisfatória, mas mais saudável.
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Portanto, o motivo pelo qual escolhemos o chocolate, e não o brócolis, está na forma como nosso cérebro aprendeu a associar prazer e sobrevivência ao longo da história. Transformar esse padrão exige paciência e estratégias que reequilibrem o jogo da dopamina.
Janio Costa – Psicanalista/Coaching de Relacionamento e Ansiedade