Poseidon ficou conhecido na Grécia Antiga como o poderoso deus dos mares e dos rios. Ele nasceu na região de Creta, filho de Cronos (o deus do tempo) e de Reia (deusa conhecida como a mãe dos deuses), e como todos os seus irmãos, exceto Zeus, foi engolido e regurgitado pelo pai.
Representado como um homem fisicamente forte, de barba longa e com um tridente ou um golfinho em uma das mãos, na Roma Antiga, Poseidon ficou conhecido como Netuno e também o deus dos maremotos. Formava com Zeus e com Hades, a tríade que governava o Universo.
Conheça Poseidon, o deus emotivo da Grécia Antiga.
Saiba mais sobre Poseidon:
O mito de Poseidon
Poseidon disputou com Atena, a deusa da sabedoria, quem seria a divindade representante da cidade que atualmente é conhecida por Atenas. Atena venceu por um único voto, a eleição feita para tal decisão, tendo sido escolhida pelas mulheres, enquanto Poseidon foi votado pelos homens.
Com um temperamento mais agressivo, Poseidon teria ficado insatisfeito e furioso com o resultado e atacou a cidade com ondas provocadas pelo seu tridente.
Com o objetivo de acalmar o deus dos mares, as mulheres de Atenas aceitaram três castigos: perderam o direito ao voto, os filhos teriam somente o nome do pai e elas não seriam chamadas de atenienses.
Poseidon apoiou os gregos contra os troianos na Guerra de Troia, pois tanto ele quanto Apolo ajudaram o rei de Troia a construir a muralha em torno da cidade, sob a promessa de uma recompensa que não foi concretizada. Então, Poseidon enviou um monstro do mar que saqueou a cidade.
Normalmente, Poseidon usava a água e os terremotos para exercer a sua vingança, que poderia ser o alvo de sua atenção durante muitos anos, como aconteceu com Odisseu, que feriu a cria de um dos ciclopes, filhos de Poseidon. Contudo, também manifestava a ajuda, como fez, então, com os gregos na citada guerra.
Poseidon se apaixonou por Anfitrite, filha de Nereu e de Dóris, mas ela o recusou. Então, a obrigou a se casar com ele. Anfitrite, entretanto, se escondeu nas profundezas do oceano, de modo que só a mãe dela sabia onde ela estava.
Com o passar do tempo, Anfitrite mudou de ideia e voltou para Poseidon, com quem se casou, se tornou a rainha dos oceanos e teve três filhos, sendo duas mulheres e um homem, conhecido por Tritão, deus dos abismos oceânicos, com temperamento mais calmo do que o de seu pai.
A fidelidade não era exatamente uma virtude de Poseidon, que teve muitos relacionamentos extraconjugais. Um deles foi com Górgona, a Medusa, que acabou gerando Pégaso, o cavalo alado.
Deméter, a deusa da agricultura, também foi uma das paixões de Poseidon, que a perseguiu muito. Ela, para evitar a aproximação dele, se transformou em uma égua, e ele, num garanhão. Desse relacionamento nasceu Arion.
Culto ao deus Poseidon
Poseidon era celebrado com os Jogos Místicos, de competições atléticas, musicais e de poesias, realizados a cada dois anos, na Grécia.
Os etíopes, sob domínio do império grego, na época, também o veneravam.
Eram oferecidos a Poseidon, sacrifícios com cavalos que eram afogados por navegantes dos mares, em troca de bons ventos e viagens seguras, mas sendo imprevisível, de humor variável e vaidoso, ele provocava ventos e terremotos de acordo com sua vontade.
O arquétipo de Poseidon
Quando tratamos dos arquétipos que os deuses representam, consideramos que eles representam uma estrutura básica em que o homem está inserido, a família, a comunidade, a religião, os valores, a aparência e a forma como utiliza a sua inteligência, entre outros aspectos.
Deus dos mares, dos terremotos e dos maremotos, Poseidon tinha um temperamento instável e vingativo. Ele representa o inconsciente, amplo, misterioso e imprevisível. É o arquétipo das emoções, que se encontram profundas e ocultas e emergem, ainda que de forma irracional e instintiva.
Representa também o arquétipo da vingança e da perseguição, pois Poseidon perseguiu Odisseu durante dez anos.
Poseidon foi um pai profundamente atencioso, leal e protetor. Quem fizesse algum mal a qualquer filho seu, sentiria o resultado da sua fúria. Ele era capaz de ser sensível e compreensivo. A sensibilidade justifica o fato de ele ser um arquétipo associado à alma de compositores, terapeutas e de poetas.
O tridente, como símbolo de Poseidon, representa a sexualidade, a fertilidade masculina, o falo triplo, porque ao mesmo tempo que ele era capaz de se relacionar com a mulher amada, ele também se relacionava com outras, inclusive com a própria mãe, caracterizada pela mulher de qualquer idade: a jovem, a madura e a idosa.
Ter muitas mulheres e muitos filhos traz o arquétipo da virilidade (também representada pelos cavalos) e do poder.
Poseidon é um deus voltado ao casamento, uma vez que esse lhe confere o poder e o domínio de seu reino doméstico, uma representação patriarcal.
O poder de Poseidon fora do lar era bastante polêmico, pois não raramente ele perdia os seus territórios, uma vez que lhe faltava a estratégia e o bom uso da inteligência para mantê-los sob seu domínio.
Tratava-se de uma personalidade emocional, em que tudo é sentido e vivenciado de um modo intenso, por vezes, descontrolado e exagerado, gerando um resultado irracional. Então, quando Poseidon amava, o fazia com profundidade, com intensidade. Uma representação sobre trazer à tona os sentimentos mais ocultos e profundos, fato também observado na ligação com o mito do Minotauro.
Poseidon e o Minotauro
Depois que assumiu a ilha de Creta, Minos passou a combater os seus irmãos para se manter no poder e pediu a Poseidon que o enviasse um touro branco, demonstrando que ele, como deus, aprovava o seu reinado. Como acordo, Minos, então, deveria sacrificar o touro em homenagem ao deus. Entretanto, devido à grande beleza do animal, Minos resolveu poupá-lo, descumprindo o acordo e provocando a ira de Poseidon.
A vingança de Poseidon foi pedir a Afrodite, deusa do amor e da beleza, que fizesse Pasífae, esposa de Minos, se apaixonar pelo touro vindo do mar, conhecido também como o Touro Cretense.
Pasífae, apaixonada pelo touro, pediu ao artesão Dédalo, que construísse uma vaca de madeira, na qual ela pudesse entrar para posteriormente copular com o Touro Cretense, aquele que Minos havia poupado. Então, nasceu o Minotauro.
O Minotauro cresceu cuidado por Pasífae e se tornou selvagem porque era fruto de uma união entre um ser humano e um animal e não tendo uma alimentação que o atendesse, para sobreviver, devorava humanos.
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Símbolos de Poseidon
Tridente: carrega as forças da mente humana: id (inconsciente), ego (pré-consciente) e superego (consciente), e os três impulsos humanos: a sexualidade, a espiritualidade e a sobrevivência. Para Poseidon era uma arma de guerra, com a qual transformava mares calmos em agitados ou abria fendas nas rochas para fazer brotar água, representando a inconstância do humor.
Golfinho: representa um guia sagrado que os cretenses utilizavam em rituais funerários como imagem, e os marinheiros e pescadores acreditam que era um guia e protetor das viagens marítimas, pois estava ligado ao deus dos mares.
Cavalo: no mito de Poseidon, ele representa o aspecto instintivo do ser humano, ligado aos desejos.
Touro: símbolo de virilidade, é, ao mesmo tempo, a superação ao impulso sexual, a disciplina e o autocontrole.
Poseidon é o mais emocional deus da mitologia grega, cujo mito foi muito utilizado no cinema, representando a dualidade entre a razão e a emoção, e trazendo ao público uma reflexão sobre o quanto o equilíbrio emocional é fundamental na vida das pessoas para a convivência, resultados previsíveis ou serenos. Aproveite a história e pense a respeito do assunto e como por meio dele é possível buscar o autoconhecimento.