“Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis, e vos será concedido.”
(Marcos, XI:24)
– E, mesmo com todas as promessas de Jesus, ainda questionamos:
– Será que Deus atende mesmo a todas as orações?
– Seremos os filhos que acreditam em um Pai parcial, em que atende uns e não atende aos pedidos de outros?
– Mas… o que temos pedido ao Pai? Já aprendemos a pedir?
Será que estamos, no momento da prece, negociando com Deus e tentando modificar o curso daquilo que nos desagrada em nossa existência?
Muitas vezes, nos colocamos em prece na posição daquele que vai ensinar Deus a ser Deus. Muitas vezes ordenando o Pai ou fazendo ameaças de abandono ao seu coração caso não sejamos atendidos, assim como o filho pródigo, exigindo seu quinhão antes da hora certa, que somente o Pai conhece.
O que acontece é que ainda não aprendemos reconhecer que o Pai nos responde sempre, embora nem sempre da forma que desejamos, caprichosamente, mas sempre com o que há de melhor para o nosso bem.
É importante refletirmos bem na assertiva que o Mestre Jesus nos ensinou: “Pai, seja feita a vossa vontade”.
“A prece, em verdade, nada pode mudar às leis imutáveis; ela não poderia de maneira alguma, mudar os nossos destinos; seu papel é proporcionar-nos socorro e luzes que nos tornem mais fácil o cumprimento da nossa tarefa terrestre. A prece fervente abre de par em par, as portas da alma e, por essas aberturas, os raios de força, as irradiações do foco eterno nos penetram e nos vivificam.”
(O Grande Enigma – Léon Denis)
Existe um modelo de prece?
“Se eu não entender o que significam as palavras, serei bárbaro para aquele quem falo, e aquele que me fala será bárbaro para mim. Seu orar em uma língua que não entendo, meu coração ora, mas o meu entendimento fica sem fruto…”
(Paulo, Coríntios I, cap. XIV :11,14)
A prece não tem um modelo, como uma receita de bolo, mas, sim, qualidades. Uma qualidade essencial da prece, segundo São Paulo, é ser compreensível para que possa falar ao nosso coração. Portanto, precisamos buscar na prece o momento supremo em que nos colocamos para conversar humildemente com o nosso Pai, falando de nossas dificuldades, conflitos e frustrações e, para isso, precisamos saber organizar os nossos pensamentos, que muitas vezes se apresentam confusos, embaralhados pelas dúvidas e muitas vezes sem o mínimo de reflexão sobre o que realmente estamos buscando.
Como podemos ser atendidos e ajudados se nós mesmos não sabemos o que queremos? Precisamos refletir sobre o que realmente estamos querendo, sentindo e não apenas falando.
Qual o objetivo da prece?
“A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer. ”
L.E- Q: 659
A prece, portanto, não se constitui apenas de pedidos e mais pedidos. A prece também é louvor e agradecimentos, que quase sempre esquecemos. Não obstante, sabemos que na realidade temos bem mais a louvar e agradecer a Deus que a pedir.
A prece é, antes de tudo, o momento mais íntimo e sublime de um filho e seu Pai, Deus. É o extravasamento de todo o amor que lateja dentro de nós e de uma imensa saudade. Estar em prece é estar com o nosso pensamento direcionado para o Alto, comparado a uma flor estelar, com a mente receptiva às mais elevadas inspirações que nos chegam docemente, nos guiando e orientando sobre os nossos planos de vida eterna, rumo ao Pai.
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Jesus nos ensinou que todas as vezes que solicitarmos na prece as bênçãos de Deus, a fim de compreendermos a sua vontade justa e sábia ao nosso respeito, receberemos pela oração os bens divinos do consolo e da paz.
É por isso que, quando o nosso coração está em prece, somos revigorados em nossas forças, energias e esperanças em dias melhores.
“Pai nosso… Seja feita a vossa vontade…”
Bibliografia:
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVII – Pedi e Obtereis. Allan Kardec
Livro dos Espíritos, perguntas 658 a 666. Allan Kardec
O Grande Enigma – Léon Denis