“Maid”, drama estadunidense que estreou em 1º de outubro na Netflix, tornou-se uma das séries mais populares da plataforma e desde então tem figurado no ranking das mais assistidas pelo público brasileiro. Baseada em uma história real, a série retrata a vida da jovem Alex, interpretada por Margaret Qualley (“Era uma vez em… Hollywood”), uma mãe solteira que põe fim a um relacionamento abusivo e luta para construir um futuro melhor.
A trama de 10 episódios é uma adaptação do best-seller autobiográfico de Stephanie Land e é um retrato fiel de um período da vida de Stephanie. Livre de um relacionamento abusivo, Alex se vê sem dinheiro e com uma filha pequena para criar. Afogada nesse desamparo emocional, ela sai em busca de benefícios de programas sociais do governo americano e de um trabalho. Então, surge outro dilema: para trabalhar, Alex precisa de alguém para cuidar de sua filha de dois anos.
Assim, o que se segue são cenas de uma rotina pesada, já que a saída encontrada pela jovem, depois de fugir do namorado alcoólatra com a filha, é fazer faxina. Alex também foi criada por uma mãe solteira que fugiu de um pai alcoólatra e violento. Paula Langley – interpretada por Andie MacDowell, mãe da atriz Margaret Qualley também fora das telas – também vive um relacionamento traumático.
Na ficção, as tragédias pessoais dessas mulheres podem ser comparadas à realidade de muitas brasileiras. Mesmo sofrendo para conseguir auxílios do governo e se vendo sufocada pela burocracia, é inevitável a comparação entre o apoio que mulheres brasileiras e americanas recebem em situações como essas.
Dessa forma, a série nos ajuda a refletir sobre questões urgentes nos dias de hoje: o que é um relacionamento abusivo? O que se configura como violência doméstica? As personagens complexas de “Maid”, cheias de nuances, levam-nos a constatar, na ficção, que a violência doméstica não se resume à violência física, mas também pode incluir a violência psicológica, que causa danos emocionais e abala a autoestima da vítima, e à violência patrimonial, isto é, a tentativa de controlar a vida e as escolhas do outro usando dinheiro, bens ou documentos.
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Logo, a série torna-se um importante marco para os tempos atuais, uma vez que traz à tona debates profundos sobre relações de abuso vividas por tantas mulheres no dia a dia. A situação de Alex, que subverte o cenário em que se encontra com força, coragem e apoio de outras mulheres para seguir os seus sonhos em busca de um futuro melhor para si e para a filha, é um alerta, portanto, para que em situações como essas você ou alguém que você conheça não fique só e procure ajuda.
Os dez episódios de “Maid” estão disponíveis na Netflix.