Crescemos esperançosos em nos tornarmos independentes: quando terei a minha liberdade? Quando poderei fazer o que eu quiser, sem precisar pedir permissão? E assim fomos educados, desejando essa independência e, para isso, precisávamos nos mostrar fortes e engolir o choro. Afinal, mostrar-se vulnerável é coisa para gente imatura e fraca, certo?
Seguimos na adolescência e na vida adulta sendo responsáveis e cuidando de todos os aspectos da vida sem reclamar. Porque ser adulto é isso: saber cuidar de si e de tudo, sem o tal “mimimi”. Problemas no trabalho? Engole o choro e vai. Impasses na vida amorosa? Engole o choro e vai. E assim fomos e continuamos indo: independentes, mas infelizes.
E por que esse sentimento se era o nosso desejo? Porque não sabíamos que a real maturidade está sim em quem se responsabiliza pelas próprias questões e pelos próprios problemas, mas sabendo que pedir ajuda não é sinal de fraqueza. Não precisamos dar conta de tudo. Para sermos aceitos e amados, não precisamos vestir uma armadura e vencer os desafios sozinhos. Não precisamos!
Quando compartilhamos a nossa dor ou a nossa dificuldade em lidar com algo, nos apropriamos de nossas imperfeições e colocamos para fora aquele choro reprimido. Ao nos esvaziarmos dessa angústia, abrimos espaço para receber uma ajuda, um abraço, um amparo.
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Eu só consegui entender a real importância desse processo quando percebi que os meus pais não eram aqueles super-heróis que eu imaginava. Precisei dar apoio a eles em um momento muito difícil. Se os meus maiores exemplos podem se mostrar vulneráveis, quem sou eu para fingir que sou imbatível? Que alívio perceber isso! Que liberdade poder dividir e expor os meus problemas! Que liberdade pedir: preciso de ajuda!
P.s.: Sempre digo aos meus clientes de Coaching que o fato deles me procurarem já é um grande passo no processo de mudança!