Conviver com uma pandemia não foi fácil para ninguém. Apesar de muitas pessoas gozarem de privilégios materiais e terem conseguido enfrentar o período da crise sanitária com conforto e segurança, há um ponto crucial dentro de todo mundo que não ficou intacto para ninguém: a saúde mental.
A avalanche de notícias catastróficas, a incerteza do amanhã, o constante medo de ficar doente, ou então de ter alguém querido doente, e o estresse da somatização disso tudo são potenciais fatores para tirar qualquer um dos eixos. Não é possível levar um cotidiano normal debaixo de tanta confusão e ameaça.
Além de tudo, enfrentamos esse período individualizados, sem podermos abraçar ou cumprimentar de perto as pessoas que mais amamos. O isolamento social, com certeza, foi um evento capaz de deixar sequelas na cabeça: desaprendemos a conversar, fomos forçados a cultivar a solitude num tempo de completa carência.
Diante disso tudo, então, nos pegamos caminhando rumo a um fim e começamos a nos indagar a respeito de como recuperar e curar todos esses males que habitaram por tanto tempo as nossas mentes. Afinal, como preservar a saúde mental depois da pandemia? Como “voltar ao normal” diante de mais um novo normal que devemos aprender a viver?
Antes de tudo, para responder a essas perguntas, precisamos entender que a pessoa que somos hoje não é mais a mesma pessoa de antes da pandemia. Isto é, depois de passar por tantas vivências dentro desse cenário global, e depois de conviver tanto com nós mesmos dentro de casa, certamente todos mudamos em algum aspecto; seja sobre nossas percepções, filosofias e modo de olhar a vida, ou sobre a personalidade, as manias e jeitos. Portanto, não é justo cobrar de si a mesmo a mentalidade ou as mesmas atitudes que você tinha antes da pandemia, pois essas coisas talvez não lhe pertençam mais, ou talvez até pertençam de um modo diverso.
Vamos supor que você fosse alguém muito sociável antes do período pandêmico, que sempre saía com amigos e fazia amizades novas facilmente e, agora, depois de tudo, você não esteja mais conseguindo atingir as mesmas habilidades sociais de antes. Não se cobre por isso! Entenda que você passou por um longo tempo de “atrofia” social, estando isolado da sociedade, e talvez ainda demore para você se recuperar dessa suspensão.
É importante também sempre respeitar os seus processos e o seu próprio tempo de assimilar cada coisa, procurando não se comparar com os outros nem buscar parâmetros alheios de superação para alcançar. O seu tempo é o seu tempo, e os seus limites são os seus limites! Exercite ouvir-se e estar atento às suas próprias necessidades, para não atropelar nenhum desenvolvimento que exija paciência para maturar.
Aproveitando a flexibilização da pandemia, na medida do possível, procure sair da sua zona de conforto, desafiando-se e vivendo coisas novas, conhecendo pessoas e lugares. Afinal, você provavelmente passou muito tempo preso a alguma monotonia da rotina remota, então faça o movimento contrário e estimule-se com algo novo.
Ter amigos ao lado e desabafar sobre as angústias e desafios que a saúde mental traz é uma opção de muita prioridade nos passos a serem seguidos para a preservação de nossas mentes depois da pandemia. De longe, porém, é recomendável que a psicoterapia seja procurada. Poder contar com um profissional da psicologia move montanhas até para quem não lida com nenhum tipo de transtorno.
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Em suma, tenha um olhar de carinho consigo mesmo para acolher-se nos momentos em que parece impossível sentir-se são mentalmente. Priorize sempre a sua saúde mental e, na busca de preservá-la depois dos baques da pandemia, respeite seus limites, seus processos e o seu tempo, não pesando a autocobrança para não se prejudicar ainda mais. Cuide-se! Vai ficar tudo bem.