Psicologia Setembro Amarelo

Setembro Amarelo: o que é, como surgiu e significado da campanha

Fita amarela representando o Setembro Amarelo
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Escrito por Eu Sem Fronteiras

É comum escutar que as taxas de suicídio em todo o mundo são bastante altas e sempre há discussões buscando formas de reduzir esse percentual. Por isso existem campanhas voltadas para alertar sobre o suicídio. Você sabe o que é Setembro Amarelo? É uma campanha dedicada à conscientização da prevenção ao suicídio.

Embora este seja um tema sensível, é importante estabelecer uma conversa com a população para reduzir o suicídio. Só no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 45 minutos há uma tentativa de tirar a vida.

Por isso, neste artigo, vamos entender como surgiu essa campanha, quais são os seus objetivos e por que ela é tão importante.

Como surgiu o Setembro Amarelo?

Há uma história por trás do Setembro Amarelo. A cor amarela foi escolhida em homenagem a Mike Emme, um adolescente americano que, aos 17 anos, decidiu se suicidar.

Mike passou muito tempo restaurando carros Mustang e era conhecido por sua habilidade mecânica, mas também por ajudar os outros. Uma de suas restaurações foi um velho Ford Mustang 1968 que foi abandonado. Mike o comprou, consertou e pintou de amarelo brilhante.

Após seu funeral, os pais e amigos de Mike iniciaram uma campanha usando mais de 500 fitas amarelas brilhantes com a mensagem “por favor, não faça isso, por favor, fale com alguém” junto com números de telefone de linhas de ajuda.

Assim, o amarelo se tornou um símbolo quando adolescentes, amigos e conhecidos de Mike começaram a amarrar fitas amarelas em seus cabelos e chapéus. Então essa é a origem do Setembro Amarelo.

Em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou o dia 10 de setembro como o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio (WSPD). No Brasil, em 2015, foi criada a campanha Setembro Amarelo, em uma união entre o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Por isso é que, durante todo o mês, são realizadas diversas atividades no país para alertar sobre o suicídio.

Objetivo da campanha Setembro Amarelo

O objetivo da campanha é colocar na mesa o debate sobre um tema que ainda hoje é considerado tabu: o suicídio. Sabemos que o suicídio é algo que deve ser evitado ao máximo, por isso é sempre muito importante estar em diálogo com as pessoas, mesmo sendo um assunto muito delicado.

Historicamente, falar sobre suicídio sempre foi considerado um tabu pela sociedade. Mas os dados indicam que precisamos superar esse obstáculo e tocar essa ferida: o suicídio se tornou um problema de saúde pública global.

Só no Brasil, cerca de 12.000 suicídios são registrados a cada ano; e mais de um milhão em todo o mundo, o que equivale a uma pessoa a cada 40 segundos. É uma dura realidade que registra cada vez mais casos, tornando-se a segunda principal causa de morte entre jovens entre 15 e 29 anos, segundo a OMS.

Prevenção ao suicídio

Inclusive a saúde mental é um tema que vem sendo abordado cada vez, pois, devido à pandemia do Covid-19, muitos brasileiros começaram a apresentar sintomas de ansiedade e depressão.

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) observaram uma alta prevalência de déficits cognitivos e transtornos psiquiátricos em 425 pacientes que se recuperaram das formas moderada e grave da Covid-19. O estudo foi publicado na revista General Hospital Psychiatry, em 2022.

Nesse sentido, o suicídio é um evento que afeta globalmente famílias, comunidades e países. Por isso tenha em mente que cada vida perdida representa o amigo, o pai, o filho, o avô ou o parceiro de alguém. Em cada suicídio, muitas pessoas ao redor sofrem as consequências.

A cada ano, o problema afeta mais famílias e comunidades em diferentes países. Portanto, apesar dos tabus que o cercam, é um tema que deve ser amplamente discutido, então campanhas são fundamentais para lidar com esse assunto.

Também precisamos ficar atentos para perceber se alguém próximo está passando por uma situação de tentativa de suicídio. Entre alguns dos sinais de alerta de suicídio ou pensamentos suicidas, estão os seguintes:

  • Falar sobre suicídio, por exemplo, com frases como: “Vou me matar”, “gostaria de estar morto” ou “gostaria de não ter nascido”;
  • Obter os meios para tirar a própria vida, por exemplo: comprando uma arma ou estocando remédios;
  • Isolar-se da sociedade, querendo ficar sozinho;
  • Passar por mudanças de humor, como euforia em um dia e profunda inquietação no dia seguinte;
  • Preocupar-se com a morte;
  • Sentir-se preso ou sem esperança por causa de uma situação;
  • Aumentar o uso de drogas ou álcool;
  • Mudar a rotina normal, incluindo padrões de alimentação e sono;
  • Fazer atividades arriscadas ou autodestrutivas, como usar drogas ou dirigir de forma imprudente;
  • Dizer adeus às pessoas como se nunca mais fosse vê-las;
  • Ter alterações de personalidade ou se sentir extremamente ansioso ou agitado, especialmente quando tem algum dos sinais de alerta listados acima.

O que podemos fazer para prevenir o comportamento suicida?

Qualquer pessoa é fundamental na prevenção do suicídio, pois todos podemos fazer a diferença como membros da sociedade: filhos, pais, amigos, colegas, vizinhos etc. Todos os dias podemos contribuir para prevenir suicídios em nosso meio com as seguintes ações:

  • Conscientizar sobre a questão do suicídio e sensibilizar os outros;
  • Conhecer as causas do suicídio e os sinais de alerta;
  • Mostrar cuidado e ajudar as pessoas que estão em situações difíceis;
  • Questionar o estigma associado ao suicídio e aos problemas de saúde mental, compartilhando nossas próprias experiências.

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De fato, os fenômenos da depressão e do suicídio se encontram em todos os espaços sociais, independentemente de classe econômica social ou cultural, sexo e idade. Portanto uma das formas de lutar pela prevenção do suicídio é a campanha Setembro Amarelo.

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